DISFUNÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR ARTICULAR
Por: Jose.Nascimento • 13/3/2018 • 3.836 Palavras (16 Páginas) • 415 Visualizações
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da articulação.
Desta forma, trataremos ao longo do trabalho sobre os aspectos, etiologias e tratamentos da DTM, especificamente a DTM articular, com o objetivo de conhecer mais sobre esta desordem e a importância fonoaudiológica nestes casos.
2. DESENVOLVIMENTO
Segundo Cabezas (1991) a fisiologia da ATM é baseada nos princípios de uma articulação côncavo-convexa, na qual, em cada articulação, existem duas articulações compostas pelo compartimento superior e pelo inferior. Separando esses dois ossos para que não se articulem diretamente, no meio está o disco articular, que é bicôncavo e localiza-se entre as superfícies articulares. Desta forma, o disco funciona como um osso que facilita e regula os movimentos complexos da articulação.
O disco articular prende-se a cápsula articular na porção posterior da ATM por meio do tecido retrodiscal, que é altamente vascularizada e inervada. Prende-se ao côndilo medialmente e lateralmente por meio de ligamentos, de tal forma que este fique fixo em posição, evitando que se movimente para trás e para cima, quando a mandíbula exerce uma grande pressão.
Durante o movimento, o disco é de certa forma flexível e pode se adaptar as demandas funcionais das superfícies articulares. No entanto, flexibilidade e adaptabilidade não implicam que a morfologia do disco seja reversível, quando alterada durante o funcionamento. O disco mantém sua morfologia a menos que forças destrutivas ou mudanças estruturais ocorram na articulação. Se houver mudanças, a morfologia do disco poderá ser irreversivelmente alterada e uma condição patológica surgirá (OKESON, 1992).
Já a cápsula é formada por tecido conjuntivo denso e envolve toda a articulação. Os ligamentos (temporomandibular ou colateral, esfenomandibular e estilomandibular) possuem importantes receptores mecânicos e de dor (DOUGLAS, 1994), funcionando como estruturas proprioceptivas para monitorar os movimentos e posições dos componentes articulares. Atuam ainda como estabilizadores para limitar os movimentos e evitar ultrapassagem de limites (BIANCHINI, 1998). A ATM produz um líquido nutritivo e lubrificante – o líquido sinovial, sendo, por esse motivo, denominada de articulação sinovial. É revestida por um tecido que apresenta grande capacidade de reparação – a fibrocartilagem. Desta forma, ocorrem modificações em suas superfícies articulares em razão das necessidades ou possibilidades funcionais dessa articulação.
O côndilo da mandíbula é composto pela cabeça e pescoço, sendo a cabeça de forma ovóide. A parte superior do côndilo é a superfície que articula junto à articulação temporomandibular, apresentando o eixo perpendicular ao ramo da mandíbula. O tamanho do côndilo no adulto é de aproximadamente 15 a 20 mm de comprimento e 8 a 10 mm de largura (BLAUSTEIN & HEFFEZ, 1990). Entre as superfícies articulares, forma-se um plano de deslizamento dos côndilos. Entre essas superfícies interpõe-se o disco.
À medida que a atividade muscular aumenta, o côndilo é forçado com maior intensidade contra o disco e o disco contra a fossa, resultando num aumento da pressão interarticular dessas estruturas articulares. A largura do espaço do disco articular varia de acordo com a pressão interarticular, e a estabilidade articular é mantida pela atividade constante dos músculos que cruzam a articulação, principalmente os elevadores. A morfologia do disco e pressão interarticular, sempre presentes, garantem a manutenção do côndilo na zona intermediária mais fina do disco. As margens anterior e posterior do disco forçam-no a movimentar-se junto ao côndilo, durante a abertura e o fechamento bucal. Portanto, a morfologia do disco é muito importante para o movimento do côndilo. Se existe alguma alteração na pressão intraarticular ou uma mudança na morfologia do disco, o movimento côndilo-disco pode ser alterado e isto, de fato, é o começo de uma desordem de interferência do disco.
As alterações temporomandibulares é uma expressão que abrange uma série de problemas clínicos. Em geral a DTM afeta várias estruturas e tecidos, ocasionando uma série de sintomas, mas os problemas da ATM têm maiores impactos na articulação e nos músculos que respondem com uma reação artrocinética, que é uma resposta reflexa aos sinais provenientes da articulação.
Os distúrbios articulares, também chamados de intra-articulares, englobam os problemas que ocorrem dentro da cápsula, tais como:
- Alterações da forma das superfícies articulares por problemas de remodelação das estruturas ou das condições adquiridas;
- Deslocamento do disco articular, caracterizado por uma incongruência na relação côndilo–disco. Posiciona-se geralmente em direção anterior;
- Com redução: ocorre recaptura de o disco articular durante o movimento condilar. Está associado à presença de estalo;
- Sem redução: deslocamento anterior de disco que permanece mantido durante o movimento de translação mandibular. Limita o movimento mandibular e / ou acarreta desvio em seu percurso para o lado afetado. Geralmente apresenta dor;
- Luxação: perda de contato entre as superfícies articulares;
- Inflamação: incluem sinovite ou capsulite;
- Osteoartrite: caracteriza-se por modificações estruturais nas superfícies articulares;
- Anquilose: representa uma união óssea, podendo ocorrer pela fibrose das superfícies articulares.
Os tecidos das articulações temporomandibulares, assim como as das demais partes do sistema mastigatório, encontram-se normalmente protegidos por reflexos neuromusculares básicos e pelo sistema neuromuscular pela coordenação da função a das forças musculares. As lesões das articulações temporomandibulares, com exceção daquelas devidas a trauma externo, são o resultado de atividade muscular anormal com desequilíbrio das diversas partes do sistema mastigatório (RAMFJORD & ASH, 1996).
Quando se observa a mastigação de pessoas com problemas de ATM há um quadro repetitivo. Pessoas normais mastigam com mordidas que são bem definidas e menos repetitivas. A mordida do indivíduo com DTM é muito menor e mais lenta e tem um trajeto irregular. Esse trajeto lento, irregular, mais repetido parece relacionar-se com o movimento funcional alterado do côndilo, em torno do qual a desordem
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