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JUNÇÃO NEUROMUSCULAR

Por:   •  16/9/2018  •  1.500 Palavras (6 Páginas)  •  228 Visualizações

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de duração de seu fluxo para dentro da célula nervosa. Assim, a quantidade de vesículas de acetilcolina liberada é função do número total de íons cálcio. O fluxo de cálcio para dentro do neurônio se estabelece favorável ao seu gradiente eletroquímico e cessa no momento em que ocorre o fluxo tardio de potássio para fora do neurônio. Assim, a 4- aminopiridina aumenta o conteúdo de quanta liberado porque bloqueia o fluxo de potássio, o que acarreta em aumento do fluxo de cálcio para dentro do neurônio.

Quando o potencial de ação atinge o terminal nervoso, provoca alterações na forma de canais protéicos da membrana pré-sináptica, permitindo que o cálcio ligue-se à membrana e entre na célula nervosa através destes canais. Aceita-se que dois tipos de canais de cálcio estejam envolvidos: rápido e lento. O canal rápido representa o principal papel durante a despolarização, é denominado voltagem dependente, respondendo rapidamente à alteração de voltagem gerada pela entrada de sódio (potencial de ação). A atividade deste canal é bloqueada por cátions orgânicos divalentes como o magnésio. Esses canais não são afetados de modo significativo pelos bloqueadores de canais de cálcio como ocorre com os canais de cálcio do sistema cardiovascular.

O canal lento, que permite entrada adicional de cálcio, é ativado pelo aumento de AMP cíclico; é facilmente bloqueado por drogas bloqueadoras de canais de cálcio, tais como o verapamil, nifedipina e o diltiazem. Não sofre influência de íons inorgânicos. A adrenalina e as endorfinas acentuam a atividade desses canais lentos porque ativam a adenilciclase (enzima formadora de AMP cíclico), o que resulta em prolongamento do fluxo de cálcio no terminal nervoso. Inibidores da fosfodiesterase (aminofilina) acarretam aumento do AMPcíclico, o que determina aumento da entrada de cálcio conseqüentemente maior liberação de acetilcolina e antagonismo do bloqueio adespolarizante.

A entrada de cálcio é crítica para a liberação de acetilcolina. A presença do cálcio intracelular ativa um grupo de proteínas especializadas (sinaptofisina e sinapsina I) algumas vezes diretamente e outras indiretamente, através de outras proteínas como a calmodulina. Esse processo resulta na ativação da fusão das vesículas de acetilcolina na membrana pré sináptica e a liberação de seus conteúdos na fenda sináptica.

Tardelli, Maria angela. Transmissão neuromuscular: anatomia, fisiologia e bloqueio. Editora de Projetos Médicos, 2002.

RECEPTORES COLINÉRGICOS PRÉ-SINÁPTICOS

No terminal nervoso existem receptores colinérgicos nicotínicos pré-juncionais que ativam a mobilização (estocagem e liberação) de acetilcolina quando o nervo é submetido a impulsos nervosos de alta frequência . Exercem um papel de “feed-back” positivo.

PLACA MOTORA

A membrana pós-juncional da placa motora apresenta-se com muitas dobras, formando planaltos e vales, o que permite a expansão de sua área. Os receptores de acetilcolina estão organizados em agrupamentos nas pontas desses planaltos. Na fibra muscular com inervação normal, os receptores juncionais não aparecem nos vales e no restante da superfície da fibra muscular. As moléculas de acetilcolina ocupam os receptores colinérgicos nicotínicos da placa motora, região quimioexcitável da membrana muscular. A membrana restante da fibra muscular, denominada extrajuncional, é eletricamente excitável

A placa motora (membrana muscular quimioexcitável) situa-se em aposição ao terminal nervoso e possui milhões de receptores colinérgicos nicotínicos que são constituídos por cinco cadeias proteicas (2 alfas, 1 beta, 1 delta e 1 epsilon) dispostas em círculo, uma estrutura tubular que atravessa a membrana lipídica de lado a lado (Figura 3). O canal (ionóforo) formado no centro desse círculo de proteínas abre-se, permitindo a entrada de íons sódio, cálcio e saída de potássio quando as duas cadeias alfas são ocupadas simultaneamente por um agonista (acetilcolina ou succinilcolina).

Tardelli, Maria angela. Transmissão neuromuscular: anatomia, fisiologia e bloqueio. Editora de Projetos Médicos, 2002.

Figura 4: Receptor colinérgico na placa motora. As cinco cadeias protéicas do receptor estão dispostas ao redor de um canal.

Sistema colinérgico: revisitando receptores, regulação e a relação com a doença de Alzheimer, esquizofrenia, epilepsia e tabagismo

Rev. psiquiatr. clín. vol.37 no.2 São Paulo 2010

Ana L. M. Ventura; Paula A. Abreu; Rodrigo C. C. Freitas; Plínio C. Sathler; Natália Loureiro; Helena C. Castro

Esse movimento iônico cria o potencial de placa que se propaga para a membrana extrajuncional (membrana muscular eletricamente excitável). A corrente, que atinge a membrana extrajuncional, é a somação dos fluxos iônicos que ocorrem em cada receptor da placa motora. Se, ao atingir a membrana extrajuncional, a intensidade desta corrente atingir o limiar desta região eletricamente excitável , então será deflagrado o potencial de ação que se propaga, iniciando uma seqüência de eventos que resultam em contração muscular.

A repolarização ocorre com a saída da acetilcolina do receptor para ser metabolizada, em milisegundos, em acetato e colina pela acetilcolinesterase.

Tardelli, Maria angela. Transmissão neuromuscular: anatomia, fisiologia e bloqueio. Editora de Projetos Médicos, 2002.

RECEPTORES COLINÉRGICOS EXTRAJUNCIONAIS

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