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Biomecânica

Por:   •  12/4/2018  •  1.961 Palavras (8 Páginas)  •  268 Visualizações

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Essa plataforma permite avaliar como um indivíduo se estabiliza em relação ao meio ambiente; consequentemente, é necessário que seja normatizada a plataforma e o meio ambiente (local da realização do teste), especialmente do ponto de vista visual. O ambiente de exame deve ser silencioso e o campo visual estável, de modo a não desviar a atenção do indivíduo que está sendo examinado, tanto do ponto de vista visual quanto auditivo.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

No artigo de pesquisa de Fiusa, Fréz e Pereira (2014), foram incluídos indivíduos de ambos os sexos na faixa etária de 18 a 25 anos. Foram excluídos as gestantes e os sujeitos com histórico de lesões osteomioarticulares e/ou neurológica, alteração vestibular e/ou cerebelar, e com condições adversas de equilíbrio. Assim, 18 indivíduos foram aleatoriamente alocados em 2 grupos (Tabela 1): grupo propriocepção, composto por 10 sujeitos; e grupo controle, com 8 indivíduos. Todos os voluntários assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com as normas do Conselho Nacional de Saúde atendendo as solicitações da Resolução no 466/2012.

Inicialmente todos os sujeitos foram submetidos à avaliação estabilométrica para obtenção dos valores da oscilação corporal. Para a avaliação estabilométrica utilizou-se uma plataforma FootWork. Os voluntários foram orientados, a partir de uma posição inicial neutra com apoio bipodal, a permanecerem estáticos com os olhos fixados e boca semiaberta durante 30 segundos (Figura 1A).

[pic 3]

Após a avaliação estabilométrica o grupo propriocepção foi submetido a um programa de 10 treinos proprioceptivos no balancim e disco proprioceptivo (Figuras 1B e 1C), duas vezes por semana, durante 5 semanas, totalizando 10 intervenções. Em cada intervenção os indivíduos realizaram o treino com cinco repetições de 1 minuto e intervalo de 30 segundos. O grupo controle realizou os mesmos procedimentos de avaliação do grupo propriocepção, porém sem as intervenções proprioceptivas. No dia seguinte após o término das intervenções os 2 grupos foram reavaliados na plataforma estabilométrica.

2.1 RESULTADO

Para apresentação dos resultados utilizou-se a estatística descritiva, considerando as médias e desvios-padrão das oscilações do centro de massa do corpo pré e pós-intervenção, comparando-as com o grupo controle. Para a análise estatística, foi utilizado o software Bioestat 5.3. Para testar a normalidade dos dados utilizou-se o teste de D'Agostino, como ambos os grupos se apresentaram com distribuição normal, utilizou-se o teste T-Student, para obtenção da significância, considerando p-valor p

Tabela 1: Os resultados de valores antropométricos dos indivíduos

[pic 4]

Entre os fatores intrínsecos que podem influenciar o controle postural cita-se a fadiga, a qual pode gerar uma resposta neuromuscular aumentada numa tentativa de superar a instabilidade gerada pela fadiga. Assim, as avaliações do controle postural não devem ser realizadas após atividade física. Como o grupo controle não realizou atividade física prévia, acredita-se que o aumento das oscilações neste grupo se deve a existência de forças extrínsecas que atuam sobre o equilíbrio, as quais dificultam o corpo a manter a somatória das forças atuantes sobre ele igual a zero.

Além disso, a falta de estímulos dos mecanorreceptores pelas práticas de vida diária ou a não realização de treinamento proprioceptivo, que consequentemente deixam de enviar as informações proprioceptivas ao SNC, podendo causar um aumento da instabilidade articular, propiciando a fraqueza da musculatura estabilizadora e gerando uma oscilação corporal exacerbada. Além disso, o treinamento proprioceptivo se torna eficaz e benéfico quando realizado, pois o estímulo é memorizado na área sinestésica à nível do córtex cerebral, e esse mecanismo funciona como um treinamento de aprendizagem para os praticantes, diminuindo a oscilação corporal.

O equilíbrio na posição bipodal é mais estável do que na unipodal, observou-se diferenças significativas entre elas. Ou seja, nas oscilações unipodais há maior dificuldade para manter o equilíbrio corporal, pois existe uma diminuição na área de suporte. Em condições como esta, o corpo gera um desequilíbrio pela redução da base de sustentação corporal. Observou-se que o grupo submetido ao treino proprioceptivo reduziu as oscilações na avaliação estabilométrica em relação ao grupo controle, porém, o presente trabalho não objetivou comparar o apoio bipodal com o unipodal. Observou-se também, que mesmo os indivíduos realizando o treino de forma unipodal, gerou-se uma estabilidade corporal no equilíbrio bipodal, provavelmente porque mesmo sendo o treino somente unipodal, o SNC atua de forma geral para o equilíbrio corporal e correção postural, sendo uma rede interligada. Portanto, se um membro é treinado, o corpo recebe respostas motoras aferentes e eferentes, contribuindo assim, para o controle da postura ereta e para a manutenção do equilíbrio corporal.

3. RELAÇÃO DO MÉTODO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA

Segundo Fiusa, Fréz e Pereira (2014), o equilíbrio corporal é difícil de observar, e ainda não existem estudos conclusivos que esclareçam qual a melhor e mais eficiente postura corporal, pois a postura é algo complexo e é influenciada por diversas vias de entrada. Uma das maneiras de observarmos este equilíbrio é pela estabilometria, que pode ser considerada uma excelente metodologia para mensurar a oscilação do centro de massa e o déficit de equilíbrio tanto nas avaliações com apoio unipodal quanto bipodal.

Considerando que na educação física o treinamento proprioceptivo é de fundamental importância, pois promove a captação de informação de controle postural, prevenindo a reincidência de lesões tanto em atletas quando em indivíduos não atletas. Além disso, os exercícios proprioceptivos podem ser utilizados de maneira eficaz para avaliação, tratamento e prevenção, demonstrando alta relevância na manutenção do equilíbrio postural e coordenação motora, propiciando efeitos tanto à curto, quanto à longo prazo, pois exige maior resposta sensorial de cinestesia e posição articular, possivelmente melhorando o desempenho desses atletas, e facilitando a sua prática esportiva.

Além disso, a informação proprioceptiva protege a articulação contra lesões causadas pelo movimento que excedem

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