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A Revolução da Missão

Por:   •  5/1/2018  •  5.456 Palavras (22 Páginas)  •  258 Visualizações

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As cidades têm vivido tremendas dificuldades: guerrilhas urbanas, violência sem controle, brutalidade, fome, miséria, drogas, impunidade, corrupção, desamor, tragédias, desigualdade social, pais se levantando contra filhos e filhos contra pais e ultimamente manifestações públicas acaloradas. A lista é imensa e parece não ter fim.

“Nós não compreendemos a que extensão os agentes de Satanás estão trabalhando nessas grandes cidades. A obra de levar a mensagem da verdade presente perante o povo está-se tornando cada vez mais difícil. É essencial que novos e variados talentos se unam em inteligente trabalho pelo povo.Medicina e Salvação, pág. 300.

A questão aqui, é “oferecer condições às pessoas de provar uma experiência relacional de Cristo através de uma experiência relacional com um cristão”. A experiência sobrenatural deve vir depois da sensorial. Neste sentido, não basta reforçar a instituição ou dar mais publicidade à mensagem. Deve-se levar à experiência salvífica, a qual só se realiza no contexto da comunidade cristã do povo de Deus.

O encontro com o Cristo vivo se dá hoje, como no início, através do encontro com seus discípulos. O encontro se dá na comunidade da igreja, enquanto ela assume sua vocação de tornar o povo remanescente da profecia bíblia. Jesus, o Cristo glorificado, está presente lá onde os seus discípulos se reúnem em seu nome. Mas esta presença se torna exigência de que os discípulos acolham como Ele acolheu, amem como Ele amou, sirvam como Ele serviu, perdoem como Ele perdoou, curem as enfermidades do corpo e do espírito como Ele curou, encontrem sua felicidade nas bem-aventuranças, anunciem aos pobres e oprimidos o tempo da libertação e da graça.

Que é religião pura? Cristo nos diz que religião pura é o exercício da piedade, simpatia e amor no lar, na igreja e no mundo. Essa é a espécie de religião a ser ensinada aos filhos, e é artigo genuíno. Ensinai-lhes que que não devem centralizar os pensamentos em si mesmos, mas que onde quer que haja necessidade humana e sofrimento, aí há um campo de atividade missionária. (B.S 35)...

“O trabalho fiel é mais aceitável a Deus do que o mais zeloso culto revestido da mais pretensa santidade.. Orações, exortações e palestras são frutos baratos, frequentemente artificias; mas os frutos que se manifestam em boas obras, no cuidado dos necessitados, dos órfãos e das viúvas, são frutos genuínos, e produzem naturalmente na boa árvore”. (B.S 38)

Isso deve motivar a igreja levar pessoas à salvação, à misericórdia, à justiça, à graça o amor de Deus. A glorificação de Deus, a obediência ao seu mandamento, a paixão por Ele e por sua igreja e a necessidade das pessoas da cidade. Diante das características da alienação urbana, a verdade prática deve anteceder a verdade teórica para que tenha algum efeito.

“ Tudo quanto podemos fazer é escolher homens capazes e instar para que vão a tais lugares de oportunidade e lá proclamem a mensagem, no poder do Espírito Santo. À medida que falam a verdade, que vivem a verdade, que pregam a verdade e que oram pela verdade, Deus tocará os corações. Manuscrito 53, 1900.

Por que as pessoas da cidade deixam de ir à igreja? Muitas questões poderiam ser levantadas diante desse fato, dada a realidade de cada comunidade. Contudo, a principal razão da cidade se afastar da igreja é que não atende as suas reais necessidades e a ação da igreja se restringe à mensagens e ações muitas vezes irrelevantes e descontextualizadas. Não atendendo suas reais necessidades.

Segundo C. Timóteo Carriker, “a resposta de Deus para a cidade se encontra primordialmente na igreja”. Por isso, a igreja necessita de uma missão voltada para as necessidades das pessoas da cidade, e isso pode fazer muita diferença. Uma “missão urbana” deve desenvolver um ministério para as pessoas na cidade.

“ Os que não nos conhecem falam mal de nós. As razões de nossa fé não são compreendidas pelo povo, e temos sido considerados como fanáticos, como quem ignorantemente guarda o sábado em lugar do domingo. Em nosso trabalho, ficamos perplexos, sem saber como desfazer as barreiras do mundanismo e do preconceito, para apresentar ao povo as preciosas verdades que tanto significam para ele.” Testimonies, vol. 5, págs.31 e 32.

No episódio da transfiguração (Lc 9: 28-36), onde os discípulos queriam ficar na montanha, Jesus relembrou que é junto do povo que teriam que estar. A igreja deve estar pronta para orar no monte e depois descer para junto do povo. Estar junto da cidade faz ver a realidade onde as pessoas estão inseridas e descobrir quais são suas reais necessidades.

Daí surge uma segunda pergunta: Por que a igreja não tem agido na cidade? Ela sabe que deve seguir as ordens de Jesus, deve levar o Evangelho do Reino à todas as esferas da cidade, sabe que necessita ser relevante no contexto da cidade, então porque não faz?

Em primeiro lugar, o povo não age na cidade porque existe uma tendência velada em mobilizar toda a ação para a conservação e expansão da própria igreja. Por que? Porque se teme que, se os membros da igreja começarem a se preocupar com as tarefas na cidade (fora da igreja), não farão as tarefas da igreja. Depois, teme-se que o membro se contamine com as coisas profanas da cidade. Teme-se perder o controle, porque à partir da ação na cidade, ele começa a ter contato com outras formas de pensar e agir. Qualquer ação concreta que se exponha leva, muitas vezes, a conclusão (ainda que inconsciente) que é melhor e mais seguro ficar sem fazer nada. Qualquer agir concreto e real nas circunstâncias atuais está sujeito à temores e certos riscos, que o mais seguro é não meter-se nos assuntos da cidade.

“ Recebi instruções que, ao nos aproximarmos do fim, haverá grandes agrupamentos em nossas cidades, como houve recentemente em Saint Louis, e que devemos preparar-nos para apresentar a verdade nestas reuniões. Quando Cristo esteve na Terra, aproveitou tais oportunidades. Onde quer que houvesse grande ajuntamento de pessoas, com qualquer objetivo, Sua voz se fazia ouvir, clara e audível, proclamando Sua mensagem”. Evangelismo, 35.

É nesse contexto que a tentativa de se tornar “santa” afastando tudo que se considera profano acaba tornando a igreja cada vez mais irrelevante. O sabor do sal perde sentido quando não encontra algo para temperar. Se o Senhor Jesus garantiu que quando se faz o bem a alguém, seja uma visita a um enfermo, a um preso, seja quando se cobre alguém que está nu ou seja quando se dá um copo de água a alguém que tem sede, está fazendo ao próprio Senhor (Mt 25:35-40).

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