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A Banalização da violência

Por:   •  3/12/2018  •  1.279 Palavras (6 Páginas)  •  293 Visualizações

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O contexto brasileiro da violência no país não gira em torno de um só núcleo, há diversas causas para o seu aumento, tais como: problemas sociais- miséria, fome, desemprego-; problemas estatais -um Estado ineficiente e com poucos programas de políticas públicas de segurança-; problemas urbanos – o crescente fluxo para as cidades, gera um aumento desordenado e desorganizado da população urbana, afetando a qualidade de moradia; a educação pública decadente, em que há pedagogos e alunos desmotivados, além da infiltração da droga nesse cenário caótico – segundo o FBSP, 70% dos diretores e professores presenciaram em 2016, alguma agressão física ou verbal entre os alunos.

BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

É grande o debate acerca das causas da banalização da violência. Nesse contexto, o papel das mídias sociais deve ser levado em consideração, pois se trata de um meio muito presente no ambiente das pessoas, sobretudo de crianças que ainda estão num processo de adaptação e aprendizagem. Por isso, é importante abordar essa temática mostrando a influência dos meios de comunicação na vida de jovens que pode interferir futuramente na vida adulta.

O que se percebe, atualmente, é uma guerra acirrada entre os meios de comunicação visando o maior número de espectadores. Isso implica numa programação de baixa qualidade com a presença contundente de erotismo, pegadinhas, acompanhado de linguagem inconveniente, cenas de sexo e sobretudo desenhos animados contendo mortes, assassinatos, etc.

Segundo uma pesquisa realizada pela ONU/1998, mostra que a televisão brasileira exibe 20 crimes por hora de desenho animado. Emissoras tais quais a TV Manchete teve uma média de 32 crimes por hora de desenho animado. Isso mostra a necessidade da mídia de escandalizar os desenhos a fim de atrair o público infantil, já que este se identifica com esse tipo de conteúdo.

Por isso, é importante que Estado haja de forma consciente controlando a programação de acordo com a faixa etária do público. Além disso, as famílias devem ter consciência dos perigos que determinadas programações oferecem e, dessa forma, acompanhar as crianças para que estes não tenham prejuízos futuramente.

Segundo Giovanni Sartori, em sua obra “HOMO VIDENS”, o sistema televisivo não pode ser compreendido como uma extensão dos instrumentos de comunicação que a precederam, pois ela traz consigo uma nova realidade, a eminência da imagem sobre aquilo que se ouve. Dessa forma, a televisão produz imagens e apaga conceitos, os estímulos fixam-se no imaginário do indivíduo e o condiciona, atrofiando a capacidade de abstração, de compreender e refletir sobre aquilo que se vê. Se forem recorrentes as imagens de conflitos, catástrofes, assassinato, quem as vê, acaba naturalizando-as.

Por isso, afirma Sartori: passamos do Homo Sapiens para o “Homo Videns”. Ou seja, nos transformamos do ser dotado de sapiência para o "ser que vê. ”

Referências:

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OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE). Relatórios diversos, 1998.

CHESNAIS, J. C. A violência no Brasil. Causas e recomendações políticas para sua prevenção. Ciência e saúde coletiva vol.4 no.1 Rio de Janeiro ,1999.

SANTANA. M. S. A violência na mídia e seus reflexos na sociedade. Faculdade de Direito de Patos de Minas-MG, 2004.

SANTOS, J. V. T. A violência como dispositivo de excesso de poder. Soc. estado, Brasília, v. 10, n. 2, p. 281-298, 1996.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM n. 737, de 16 de maio de 2001: política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 96, 18 maio 2001. Seção 1e.

ROCHA, Z. Paixão, violência e solidão: o drama de Abelardo e Heloísa no contexto cultural do século XII. Recife: UFPE, 1996. p. 10.

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Fórum Brasileiro

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