A BIOGRAFIA DE NIETZSCHE
Por: Sara • 19/9/2018 • 4.134 Palavras (17 Páginas) • 372 Visualizações
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Sua Irmã elaborou uma nova edição das obras e, também, passou a difundir seu trabalho e falsificando uma suposta obra “Vontade de Poder”, dando margem a interpretações antissemitas. Foram necessários anos ate que a suas obras finalmente se afaste da ideologia antissemita a favor do fascismo.
Sem recuperar sua sanidade mental, morre dia 25 de agosto de 1900 com 54 anos Friedrich Wilhelm Nietzsche, um homem com a visão sombria, mas que tentou ser arauto da esperança.
“O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte”.
NIETZSCHE
Quem foi Nietzsche?
Nietzsche “o louco”, “o Anarquista”, “o apolítico”, “o herege”, “o idealista romântico”, “o filosofo da literatura”, “o metafisico”, “o intelectual da burguesia”, “o irracionalista”, entre outras acusações.
Ele foi “louco”.
Em janeiro de 1889, aos 44 anos de idade, o pensador que escrevia por aforismas abraça um cavalo que estava sendo chicoteado pelo dono, um fato muito que fora do normal, por conselho medico, Nietzsche foi internado para recuperação em uma clinica psiquiátrica. Já em sua casa, incorpora diferentes entidades e passa a escrever cartas, para os poucos amigos que lhe restam, com assinaturas diferentes como Dioniso, Anticristo, Crucificado.
Ele foi intelectual do nazismo?
Mais adequado dizer que Nietzsche foi apropriado pelo nazismo, transformaram suas concepções ideológicas, a favor do movimento socialista e também o antissemitismo. Sua irmã Elizabeth, que foi responsável por adulterar seus conceitos, vindo a publicar uma obra que Nietzsche nunca escreveu, chamada Vontade de Potencia, a qual de constituirá de arranjo arbitrário de fragmentos de Nietzsche, o que fara de seu irmão um intelectual do movimento, e trará honra a família, que logo recebeu a visita do próprio Hitler.
Todas essas fraudes só foram desvendadas definitivamente, em meados da década de 60 do século XX.
Ele foi um anarquista?
Nietzsche ousou lançar dinamite sobre “ídolos”, dentre a constelação deles, há também o Estado. O Estado para Nietzsche não começa como um contrato, e sim por um ato de violência, de conquista, e de dominação de um povo nômade, e com o Estado começam as coisas “boas”, inventadas para garantir a civilização como os governos, as leis, o Direito, e com a civilização o “homem aprende a tapar o nariz diante de si mesmo, e a se envergonhar de suas propensões”.
Para Nietzsche, por trás de todas essas coisas “boas” há muito sangue derramado, muita dor e sofrimento. Essa leitura de Nietzsche ira favorecer a apropriação anarquista do seu pensamento.
Ainda recai sobre Nietzsche a imputação de “apolítico”, em um de seus aforismas escreve: “eu sou o ultimo alemão apolítico”, Nietzsche era contra aquilo que se diz “politica”, que se sentem no direito de chamar de politico, como se julgam normais e verdadeiros, mas do que os outros.
Ele foi o homem que matou Deus?
Essa foi uma das mais conhecidas imputações a Nietzsche, a de “herege”, uma das obras capitais de Nietzsche é O Anticristo, cujo titulo já é motivo para uma acusação automática. A leitura de um suporto ateísmo em seu pensamento, demanda a pergunta sobre quem a faz, e que interesse tem nela. Com o anuncio da “morte de Deus”, Nietzsche não quer discutir a existência ou não de Deus, portanto, já na trata de um “ateísmo” ou “ceticismo”, afinal para Nietzsche essa é a “postura covarde”, o que Nietzsche constata é o fenômeno niilismo, da ausência de valor nos valores absolutos, se “Deus está morto, e fomos nós que matamos, somos assassinos de Deus, as Igrejas são túmulos dele”, dizia Nietzsche.
Ele foi um irracionalista? Um vitalista? Um filosofo da literatura?
Muitos imputaram como “irracionalista”, de “filosofo da literatura”, de “pensador da arte”, ou como trabalhador da dimensão da vontade de poder, também acusam de abandonar a razão, e de deixar o exame das coisas a uma vontade, a intuição, aos sentidos, caindo num “vitalismo”, “naturalismo” das coisas. Ora, o que Nietzsche faz é forcar a razão a se questionar em seu império, em sua “vontade de verdade” e, opondo a ela o jogo de forças da vontade de poder, não se trata de abandono da razão, mas leva-la a um questionamento radical, colocando as suas verdades, pois são mentiras que esqueceram de que são, provoca Nietzsche, e para realizar critica dos fundamentos em que se ampara a própria “razão” que destila essas acusações, Nietzsche faz uso do perspectivismo, ataca as “verdades” e os “ídolos” por ângulos diversos, o que parece aos leitores acostumados com linearidade dos filósofos “mais dogmáticos”, o expediente de um “louco”, de alguém que o tempo todo se contradiz de onde acusam novamente de “irracionalista”, tão acostumado que estão a ler os arautos da razão, que falam a “verdade” para eles, enquanto Nietzsche não traz nenhuma “verdade”. Demostrar essa “verdade” transmitida pelos outros não passa se uma catequese, de um esquematismo, dogmático desses filósofos apegados a sistema. Para Nietzsche seus textos constituem uma caixa de ferramenta, é uma filosofia de critica ao poder, nas variadas relações que os constituem de questionamento da ordem, e que sinaliza outro tipo de engajamento, “não partidário”, e que vai depender do agenciamento da forca contida em seus aforismas.
Por que ler Nietzsche no Direito?
De imediato com tantas acusações a Nietzsche, por todas as imputações já lida, ele é um autor sem qualquer serventia para uma pesquisa acadêmica no campo do Direito.
Porem, ele foi um pensador que refletiu sobre todos os problemas cruciais da cultura moderna, sobre as perplexidades, os desafios, as vertigens do fim do século 19.
Nietzsche talvez seja o pensador mais incômodo e provocativo. Sua vocação crítica cortante o levou ao submundo de nossa civilização, sua inflexível honestidade intelectual denunciou a mesquinhez e a trapaça ocultas em nossos valores mais elevados, dissimuladas em nossas convicções mais firmes, renegadas em nossas mais sublimes esperanças. Essa atitude deriva do que Nietzsche entendia por filosofia.
Nietzsche é um dos grandes mestres
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