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Malthus e a Superprodução

Por:   •  21/10/2017  •  1.652 Palavras (7 Páginas)  •  2.411 Visualizações

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Mas, a teoria da superprodução de Malthus mostrava principalmente a possibilidade de falta de mercado ou de demanda efetiva para consumir toda produção e estava baseada em dois principais componentes: o primeiro relativo ao equilíbrio entre produção e consumo e o segundo, entre poupança e investimento.

A explicação de Malthus para a falta de demanda efetiva se baseava principalmente nos hábitos de consumo das classes sociais. Ele argumentou que os trabalhadores possuíam baixo poder de consumo, porque seus salários ficavam sempre no nível de subsistência, enquanto que os capitalistas, embora tivessem maior poder de consumo, gastavam menos, visando maximação de lucro e a acumulação de capital.

- Problemas do Capitalismo

Como visto, a teoria da Superprodução de Malthus ia de encontro às ideias alguns economistas clássicos, incluindo Smith. Enquanto Smith definia riqueza como produto do trabalho, Malthus acreditava que a riqueza era definida como sendo os objetos materiais, úteis ou agradáveis para o homem, ou seja, um objeto poderia ser considerado uma riqueza sem nenhum trabalho a ele incorporado.

Apesar de Malthus concordar com Smith que a quantidade de trabalho contida em um produto é a melhor medida de valor, divergia dele em dois pontos importantes. O Primeiro é que Malthus não via o trabalho como único custo absolutamente necessário da produção, mas que os salários, aluguéis e lucros eram tão necessários quanto o trabalho. O segundo ponto é que Malthus não cria que as forças de mercado de oferta e procura não necessariamente levavam o preço de mercado em direção ao preço natural.

- Excedente de Capital e Solução para a superprodução

De forma sintética, Malthus afirma que a causa final da superprodução são os lucros excessivos que levam e uma taxa insustentável de acumulação, ou seja, estaria se produzindo muito, o que poderia causar uma Crise, pois a demanda não teria capital para adiquirir os serviços ou produtos. Malthus apontou ainda que ao solução para este problema seria alterar a distribuição de renda, os capitalistas com menos lucros e proprietários de terra com mais renda.

- Divergência de ideias entre Malthus e Ricardo

Em primeiro lugar, o debate envolvendo a “lei de Say”, defendida por Ricardo, e o princípio da demanda efetiva, defendido por Malthus. Ricardo era partidário da “lei de Say”, segundo a qual toda produção gera um poder de compra equivalente, o qual é sempre usado para o consumo dos bens e serviços produzidos. Assim, não poderia haver falta de mercados para os produtos. Já Malthus, mais realista e observador da realidade, afirmava que o equilíbrio entre oferta e demanda não podia ser garantida a priori. Além disso, sugeria que o empresário só tomaria a decisão de investir ou aumentar sua produção a partir de uma previsão de demanda efetiva para os produtos que iria produzir. Como sabemos, o debate foi vencido por Ricardo, cuja capacidade de argumentar mostrou-se mais convincente do que a formulação de Malthus. No entanto, como demonstrou Keynes cem anos depois, as ideias de Malthus mostraram-se mais verdadeiras que as de Ricardo para explicar o comportamento da economia.

Podemos dizer que, num ponto ao menos, o retrógrado Malthus conseguiu antever o futuro de forma mais apurada que o progressista Ricardo: foi em relação ao problema da demanda efetiva como problema crucial do capitalismo moderno. Em segundo lugar, Ricardo defendia o livre-comércio, e Malthus defendia o protecionismo em relação aos produtos agrícolas, que favorecia os interesses ligados à agricultura. Assim, Ricardo defendia o interesse da burguesia industrial progressista, enquanto o puritano Malthus ficou do lado da nobreza proprietária de terra, enaltecendo os méritos de seu consumo supérfluo, defendeu as leis dos cereais, que encareciam os preços dos alimentos e transferiam rendas para os proprietários de terra, leis essas que, para Ricardo, provocavam a elevação dos salários dos trabalhadores e corroíam os lucros do capital.

Para Ricardo, aquela estrutura econômica só beneficiava os partidários de Malthus, a nobreza proprietária de terras, que, sem contribuir para a formação da riqueza, dela se apropriava mediante a renda da terra, enquanto os trabalhadores estavam condenados à subsistência, e os capitalistas perdiam, cada vez mais, seu estímulo para investir e produzir, uma vez que a taxa de lucro tendia a cair sempre mais, com a expansão do cultivo em terras menos férteis. O modelo teórico de Ricardo tinha objetivos políticos muito claros: abolir as “leis do trigo”, que proibiam a importação de cereais e forçavam a ocupação de terras menos férteis, com a consequente elevação dos custos e rendimentos decrescentes e a queda dos lucros. Assim, ao defender o liberalismo econômico ou, mais precisamente, o livre-comércio internacional, Ricardo se colocava a favor do crescimento econômico e dos interesses da burguesia industrial.

Por fim, Ricardo se mostrava mais liberal e mais otimista, confiante nos mecanismos autorreguladores da economia, enquanto Malthus, mais pessimista e menos liberal, soube levantar grandes problemas, embora se mostrasse menos eficiente na proposição de soluções.

Após analisarmos as terias de Malthus verificamos que as previsões não se concretizaram, pois a população não cresceu conforme suas previsões e a produção de alimentos teve um grande crescimento graças aos avanços tecnológicos, além dos efeitos decorrentes da urbanização provocando mudanças no perfil demográfico da população.

Antes

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