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Escandola Parmalat

Por:   •  2/5/2018  •  4.663 Palavras (19 Páginas)  •  266 Visualizações

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A primeira empresa do grupo Parmalat foi a Parmalat SPA criada em 1973, depois com o objetivo de uma reestruturação financeira da companhia com o objetivo de saldar dívidas e promover a sua expansão internacional Com o apoio de uma associação de bancos italianos, foi feita uma oferta pública de ações, que resultou na aquisição de75% do capital da Parmalat Spa pela Finanziaria Centro Nord, depois chamada Parmalat Finanziaria.

A Parmalat Finanziaria permaneceu sob controle da família Tanzi (50,68% do capital votante) e é a principal holding do Grupo Parmalat. A Parmalat Spa é a sua principal subsidiária e uma das principais garantidoras de operações financeiras. O resultado da reestruturação foi positivo em termos da maior internacionalização da empresa. Em 1990, o Grupo Parmalat estava presente em 5 países, além da Itália: Brasil (desde 1974), Alemanha (1977), França (1979), Espanha (1983) e Portugal(1990). Em 2003, o Grupo estava presente em 31 países de seis continentes, incluindo: Argentina, Uruguai e Estados Unidos (1992), Rússia e Hungria (1993),Ucrânia, Venezuela, Chile, Paraguai e Colômbia (1994), México, Equador e China (1995), Romênia e Austrália (1996), Canadá, Moçambique e Rep. Dominicana (1997), África do Sul e Zâmbia (1998), Nicarágua, Cuba e Suazilândia (1999), Reino Unido ,Botsuana (2000) e Polônia (2001).

A Parmalat Brasil S.A. Indústria de Alimentos é atualmente a empresa líder do Grupo Parmalat no Brasil. Esse grupo chegou ao País por volta de 1974 e instalou sua primeira unidade industrial em 1977. Em 2003 a subsidiária brasileira respondia por cerca de 15% das receitas mundiais do Grupo. A Parmalat Brasil foi criada em 1997, como parte de uma ampla reformulação societária, operacional e administrativa, tendo absorvido a quase totalidade das atividades operacionais e investimentos correlatos das empresas Parmalat no País.

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- Valor das ações antes e depois dos eventos de fraude

Assim que rombo contábil veio à tona, as ações do grupo, que já estavam em valores baixos, caíram 90% na Bolsa de Milão, para cerca de 0,10. Mas os negócios foram paralisados. Mais tarde, as negociações foram retomadas, e, no final do dia, os papéis valiam 0,30, com desvalorização de 66%. Na sexta-feira passada, a ação valia 2,24. A Bolsa informou que os papéis do grupo deixaram de fazer parte do índice das 30 principais ações.

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- Descrição do processo de fraude realizado

A Parmalat significava o exemplo de um sucesso impulsionado pela dinâmica da globalização liberal. Começando como uma pequena empresa familiar de distribuição de leite pasteurizado localizada nos arredores de Parma, na década de 60, ela se desenvolveu graças à habilidade de seu fundador, Calisto Tanzi, e aos generosos subsídios da União Européia. Esse formidável sucesso permitiu que Tanzi, o patrão, fosse considerado uma das personalidades do establishment italiano, membro da Cofindustria (sindicato patronal italiano). Assim como permitiu que as ações da Parmalat significassem investimento seguro na Bolsa de Milão.

Até o dia 11 de novembro de 2003. Nessa data, auditores em contabilidade questionaram um investimento de 500 milhões de euros (1,75 bilhão de reais) no fundo Epicurum, sediado nas Ilhas Cayman. Imediatamente, a agência Standard & Poors baixou o valor da cotação dos títulos Parmalat. As ações caem. Nesse mesmo momento, a Comissão de Operações da Bolsa solicita esclarecimentos quanto à forma pela qual o grupo pretende reembolsar as dívidas com prazo até o final de 2003. A preocupação toma conta de acionistas e detentores de ações. Com o objetivo de tranquilizá-los, a direção da Parmalat anuncia, então, a existência de um fundo de 3,95 bilhões de euros (14 bilhões de reais), depositado numa agência do Bank of America nas Ilhas Caiman. E apresenta um documento, emitido por aquele banco norte-americano, comprovando a autenticidade dos títulos e da liquidez referentes ao valor divulgado. A jogada da direção da empresa é por tudo ou nada. Ou as pessoas se tranquilizam, as ações sobem e os negócios progridem, ou permanece a desconfiança e existe o perigo do colapso. Foi nesse instante decisivo, quando pensava que daria a volta por cima, que o grupo recebeu a estocada fatal. No dia 19 de dezembro, o Bank of America afirma que o documento divulgado pela Parmalat para provar a existência dos 3,95 bilhões de euros... era falso! Um documento em papel timbrado pouco confiável, grosseiramente falsificado com um scanner! As ações despencam. Em poucos dias, não valem quase nada. Mais de 115 mil investidores e pequenos poupadores percebem ter sido enganados e, alguns deles, arruinados. Começa o escândalo. Logo se iria saber que o endividamento da Parmalat chega a 11 bilhões de euros (38,5 bilhões de reais)! E que foi deliberadamente dissimulado, há vários anos, por meio de um sistema fraudulento com base em desvios contábeis, orçamentos falsos, documentos falsificados, lucros fictícios e complexas pirâmides de empresas offshore, umas vinculadas às outras de modo a tornar impossível detectar a origem do dinheiro e a análise das contas. Por ser permanente, a fraude não era detectável, tanto assim que, na própria véspera do escândalo eclodir, o Deutsche Bank, por exemplo, adquiriu 5,1% do capital da Parmalat, enquanto analistas de mercado recomendavam veementemente (strong buy) a compra de títulos do grupo... Escritórios de auditoria, como o Grant Thornton e o Deloitte & Touche, assim como grandes bancos, como o Citigroup, são acusados de cumplicidade. E, uma vez mais, foi destacada a nocividade dos paraísos fiscais. O caso ganha dimensões planetárias.

- Impactos sobre a reputação da empresa

A reputação da empresa despencou após investidores questionarem a aplicação de 500 milhões de dólares no fundo nas Ilhas Cayman. Como a empresa tem um nível elevado de alavancagem, o mercado financeiro começou a suspeitar da qualidade de seus investimentos. E através da suspeita descobriu-se a fraude contábil. A sucessão de problemas levou bancos e o governo italiano intervir para salvar a parte operacional, segundo a folha.

A falsificação e destruição de documentos, além da fraude no balanço, foram comandadas pelo fundador da empresa Calisto Tanzi. Todo o board da empresa, além de Tanzi, passavam de exemplares pessoas a autores de atos ilícitos. A notícia de fraude no balanço se espalhou pelo mundo, e a crise foi instaurada em todos os

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