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Resuno Agnosia

Por:   •  15/3/2018  •  3.549 Palavras (15 Páginas)  •  279 Visualizações

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...

sujeito.

Objetivos

Esta pesquisa analisa a produção oral de uma criança com alteração de linguagem oral decorrente de uma dificuldade auditiva central, busca reconhecer como os estudos desenvolvidos no interior da Fonoaudiologia

tratam os mecanismos da produção oral provocados por alterações ou disfunções de estruturas do SNC especializadas na percepção acústica dos sons de fala, bem como analisa as repercussões de um atendimento fonoaudiológico voltado para a continuidade sensório-motora.

Desenvolvimento

Foi realizado um estudo longitudinal de uma criança, 6 anos de idade, com alteração de linguagem oral decorrente de agnosia auditiva que passou por processo avaliativo e terapêutico na Clínica-escola de Fonoaudiologia da UNIMEP, no período de 2005 a 2006. Após esse período foi acompanhada pelas pesquisadoras desta pesquisa .Este estudo foi desenvolvido na Clínica-escola acima referida, a partir de dados do prontuário e, conforme

indicado, também estão sendo realizadas sessões de terapia fonoaudiológica (pelas pesquisadoras)assentadas na continuidade sensório-motora. As terapias consistem em estimulação tátil-cinestésica acompanhada do esclarecimento da estrutura e da fisiologia da musculatura oro-facial, de modo que prioriza

a linguagem em funcionamento, pois segundo Fedosse op cit, “não há como se aproximar da totalidade da linguagem e dos demais processos mentais sem que estejam em funcionamento”. Ressalta-se que a orientação teórica deste estudo exige um método de natureza qualitativa. Acredita-se ,pois, que a pesquisa qualitativa permite estudar fenômenos sociais em seus ambientes naturais, valoriza os significados que as pessoas atribuem às sua experiência no mundo social (POPE & MAYS, 2005). Portanto, em uma pesquisa qualitativa descrevem-se os sujeitos, as ocorrências, qualificando-as por meio dos

referenciais teóricos.

Neste estudo analisamos dados de um único sujeito, pois se acredita que o estudo de caso, bem próprio das pesquisas qualitativas, possibilita levantar hipóteses do funcionamento geral a partir do funcionamento singular - “(...) um caso não é objeto de pouca importância – um indivíduo pode ser pesquisado como se fosse um microcosmo de um estrato social num determinado período histórico” (GINZBURG, 1986, p. 26).

Seguindo os princípios da ética em pesquisa com seres humanos, o desenvolvimento desta pesquisa dependeu do preenchimento do consentimento livre e esclarecido. Após o consentimento, foi requisitada

autorização à coordenação de estágios e superintendente da Clínica-escola de Fonoaudiologia da UNIMEP para acesso ao prontuário, em seguida, realizou-se o levantamento do histórico do sujeito na clínica. Depois ,foram realizadas terapias fonoaudiológicas pela aluna/pesquisadora, supervisionadas pela pesquisadora responsável da pesquisa.

A coleta de dados referentes à repercussão do procedimento terapêutico tem sido por meio de vídeo-gravações das sessões, das quais, são recortados e analisados episódios que dão visibilidade aos efeitos da aplicação do atendimento fonoaudiológico. Neste artigo apresentamos apenas dados extraídos do primeiro contato entre a pesquisadora e o sujeito M., visto que o processo terapêutico encontra-se em sua fase inicial.

Segundo Coudry (1996), um dado relevante é aquele que leva em conta as dimensões envolvidas no discurso, sendo que este é construído na interação; é, pois, na relação investigador e sujeito acompanhado que o dado aparece, assim, ele é construído no processo de significação . Desta forma, a análise privilegiou a linguagem funcionamento, tomou-se o diálogo como unidade mínima de análise do funcionamento linguístico-cognitivo.

Resultados

Apresenta se a seguir um dado extraído de uma sessão fonoaudiológica ocorrida no dia 23 de abril de 2007 na qual realizou-se a apresentação da terapeuta (doravante G) ao sujeito desta pesquisa (doravante M).Neste dia, M. conta que tinha sido internada e descreve o quarto ocupado por ela no período da internação .Nesse momento da conversação, M introduz novo assunto - conta a respeito de um dente de leite arrancado

com a ajuda do pai. Veja:

1 G: Você ficou internada por quê?

2 M: Eu fiquei com dor de cabeça... daí comecei a vumitar...aí ( segmento ininteligível) fiquei ...

3 M: (Abre a boca, mostra a falha de um dente que tinha caído).

4 G: Hum... arrancou um dente! Quando você arrancou esse dente?

5 M: Foi na p... na outra semana agora...

6 G: Ah.. entendi... semana passada?

8 M: É

9 G: Doeu muito?

10 M: Doeeeu...

11 G: Como você tirou?

12 M: Pusso...

13 G: Você puxou?

14 M: Não, meu pai pusso assim (GESTO DE PUXAR) cum fio-dental.

15 G: Aiiiii.. E o outro já está nascendo? Sua mãe guardou ou não?

16 M: (Sinal de afirmativo com a cabeça).

17 G: Sua mãe tem dentinho guardado seu? Ah? Tá com você o dentinho?

18 M: Agora eu faço o almoço (distorção fonema /s/).

19 G: O queeê? (estranheza da terapeuta, expressão facial de susto???)

20 M: Eu e meu pai fazemo mai almoço.

21 G: Você e seu pai? Você é cozinheira?

22 M: (Sinal de afirmativo com a cabeça) Iiii meu pai é malhor cozineiro do mundo!

Analisando-se as produções orais de M, produzidas no contexto de apresentação – sessão inicial do atendimento fonoaudiológico, pode-se destacar questões relativas a todos os níveis da análise linguística.

No que se refere ao nível fonético–fonológico podemos constatar que M. apresenta substituições, omissões e distorções de fonemas.

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