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O DESCONSTRUIR OU CONSTRUIR

Por:   •  24/12/2018  •  1.614 Palavras (7 Páginas)  •  316 Visualizações

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que não seja social. A Inglaterra, então, passa por tudo isso e supera este momento difícil, sem derramar uma gota de sangue! No Brasil não é diferente. A Igreja Metodista é Comunidade Missionária a Serviço do Povo. Mas o processo de desconstrução é tão cruel que tudo isso é irrelevante e fica relegado a segundo plano. Tenho convicção que nenhum companheiro ou companheira sabia disso; e isso faz parte do processo, porque a informação é usada como instrumento para desconstruir.

5. Sem falar no processo de desconstrução da Presidente Dilma, que culminou com seu impedimento. Vejam só: todo o currículo de Dilma Roussef foi jogado no lixo; o processo foi tão cruel que até suas qualidades e suas maiores virtudes foram transformadas em defeitos e usados para destruir sua imagem. O nome Dilma era sinônimo de boa administração, de austeridade, de firmeza nas decisões. Hoje Dilma é sinônimo de bandida, ladra e incompetência. É só lembrar dos vídeos na internet que estão disponíveis aos montes com discursos da Presidente com palavras desconexas e que claramente eram montagens maldosas a serviço da desconstrução.

6. E por fim, a tentativa de desconstruir a figura do Presidente Lula, o que não é novo, basta lembrar da figura de Lula bêbado, o cachaceiro. Tudo que Lula representou e ainda representa pela luta do povo, especialmente, pela classe trabalhadora, é deixado de lado, pois, agora, entra em cena a figura do Lula bandido, ladrão, corrupto, chefe de quadrilha. Ora, nunca antes em nenhum momento neste país se avançou tanto nas políticas sociais, quanto no governo do Presidente Lula: mais gente na escola, mais gente trabalhando, mais gente viajando, o pobre viajando de avião. Isso seria inimaginável em outros tempos. Lembro-me de um episódio no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, uma senhora da elite reclamando que andar de avião, nesse governo, estava insuportável: havia muitos pobres viajando e isso tinha que acabar, pois avião era coisa pra rico; pobre tinha que ir de ônibus. O Lula, então grande líder, o grande negociador, agora se tornara chefe de quadrilha.

Concluindo, recordo-me da música, construção do companheiro Chico Buarque de Holanda; talvez os mais novos não tenham nunca ouvido falar ou escutado esta que é uma das obras primas da MPB e me permito aqui um breve histórico sobre a referida canção: Construção é uma canção do cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, lançada em 1971 para seu álbum homônimo. É considerada uma das canções mais emblemáticas da vertente crítica do compositor, "podendo-se enquadrar como um testemunho doloroso das relações aviltantes entre o capital e o trabalho".

A canção foi feita em um dos períodos mais severos da ditadura militar no Brasil, em meio à censura e à perseguições políticas. Chico Buarque havia retornado da Itália em março de 1970, país onde vivia desde o início de 1969, ao tomar distância voluntária da repressão política brasileira. A canção já foi eleita em enquete da Folha de S.Paulo como a segunda melhor canção brasileira de todos os tempos e, por eleição na revista Rolling Stone, a "maior canção brasileira de todos os tempos".

Em um formato tipicamente épico, "Construção" narra a história de um trabalhador da construção civil morto no exercício de sua profissão, em seu último dia de vida, desde a saída de casa para o trabalho ("Beijou sua mulher como se fosse a última") até o momento da queda mortal ("E se acabou no chão feito um pacote flácido"). O narrador observa, organiza e comunica os acontecimentos, ocorridos numa história circular, cantada em melodia reiterativa e que modifica o ângulo de observação a cada repetição da letra com a troca de comparações ("Ergueu no patamar quatro paredes sólidas/mágicas/flácidas"), mas que no final encaminha para o mesmo fim, uma morte.

A letra contém uma forte crítica à alienação do trabalhador na sociedade capitalista moderna e urbana, reduzido a condição mecânica - intensificado especialmente por seus atos no terceiro bloco da canção ("máquina", "lógico"). Quando esse trabalhador ("um pacote flácido/tímido/bêbado") morre, a constatação é de que sua morte apenas atrapalha o "tráfego", o "público" ou o "sábado". Ainda assim, Chico declarou, em entrevista concedida à revista Status, em 1973, que "Construção" não era para ele uma música de denúncia ou protesto. "(...) Em Construção, a emoção estava no jogo de palavras. Agora, se você coloca um ser humano dentro de um jogo de palavras, como se fosse... um tijolo - acaba mexendo com a emoção das pessoas."

A partir disso, faço a seguinte ponderação:

Construir dá trabalho, demanda tempo, é uma questão de força que se faz coletivamente, esforço coletivo;

Destruir, penso eu, dá muito menos trabalho: é só jogar no chão, não tem nem muita necessidade de planejamento, embora haja; de organização, embora haja. Mas, convenhamos, destruir é muito mais fácil.

Só para exemplificar o que estou

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