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A Derrocada da Revolução

Por:   •  26/4/2018  •  5.105 Palavras (21 Páginas)  •  412 Visualizações

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bourgeois dispute started amid the Revolution created tensions that increased reactive behavior in relation to the Jacobinism, which, with support of the sans-culottes, began to devote not only to combat the anti revolutionary thought, but also of its actors - in most of the monarchy and Girondins defenders.

Difficultly the confrontation between the Jacobins and Girondins came to an end, since Jacobinism and proposals guided by social advances were "defeated" and began a conversationalists Girondins government that allowed the arrival of Napoleon to power and the end of the first bourgeois revolutionary process in France.

Key-words: Old Regime, Revolution, Third Estate, sans-culottes and Jacobins.

INTRODUÇÃO

As discussões presentes nesse artigo orientam-se preeminentemente pelo estabelecimento das possíveis relações entre a ascensão do Terceiro Estado à gerência política da França na última década do século XVIII, as consequentes divergências existentes entre jacobinos e girondinos no tocante às propostas revolucionárias, e a corrupção do pensamento e do desenvolvimento do pensamento revolucionário.

Para esse fim – estabelecerem-se as relações anteriormente referidas – o texto se divide em quatro estágios substanciais: a caracterização do Antigo Regime e o descontentamento popular; a composição do Terceiro Estado e a conquista das restrições ao Poder real; o desenvolvimento da Revolução de acordo com propostas jacobinas e a oposição girondina; as contribuições dos sans-culottes para o estabelecimento e a manutenção da primeira República francesa; e, consequentemente aos estágios anteriores, as ultimações.

O primeiro momento das discussões - da caracterização do Antigo Regime e da compreensão do descontentamento popular - baseia-se na obra de Alexis de Tocqueville, O Antigo Regime e a Revolução, e exploram-se os aspectos gerais do Absolutismo francês, as funções atribuídas ao Conselho do rei, os privilégios concedidos ao primeiro e ao segundo estamento e as relações feudais parcialmente superadas ao longo da Idade Moderna.

No segundo momento das discussões – referente à perscrutação das condições socioeconômicas e políticas do Terceiro Estado e do estabelecimento de restrições ao Poder do rei – analisam-se, individualmente, as características da burguesia, do baixo clero e dos sans-culottes, além de apresentarem-se, de acordo com as obras de Eric Hobsbawm, Ecos da Marselhesa e A Revolução Francesa, processualidades correspondentes ao andamento da Revolução até a convocação para a Assembleia Constituinte.

Subsequentemente, o terceiro estágio inicia-se a partir da compreensão da Queda da Bastilha e direciona-se à Proclamação da primeira República na França, transpassando-se pela assimilação dos processos de criação da Assembleia Nacional e suas consequências. Faz-se destaque nesse segmento a apresentação dos fatores que culminam nas disputas existentes entre as duas tendências políticas burguesas de maior relevância, dos jacobinos e dos girondinos.

Por fim, no quarto momento, em decorrência das discussões traçadas anteriormente, analisam-se os distintos atores revolucionários e antirrevolucionários que, em função da clara divergência de interesses, oportunizaram a derrocada da Revolução Francesa iniciada em 1789 e o estabelecimento de um governo “girondino”, essencialmente retrocessivo.

DESENVOLVIMENTO

Antigo Regime: das limitações sócio-políticas ao descontentamento popular.

Alexis de Tocqueville (1805 – 1859) atribui ao Antigo Regime, em sua obra O Antigo Regime e a Revolução, a origem e a consecução de inúmeras limitações sócio-políticas que se aplicaram ao terceiro estamento francês, as quais, ao longo de décadas, fomentaram sentimentos contrários à preservação da monarquia e, por conseguinte, direcionaram o pensamento à Revolução.

As primeiras das limitações referidas anteriormente estão associadas ao aspecto restringente da gerência do Estado francês e não se diferenciam muito, em meio às tendências politico administrativas, do que se identificou em outros Estados europeus ocidentais modernos. Referem-se, nesta ocasião, às limitações consequentes à “centralização do Poder” na figura do rei e ao seu “Poder absoluto”, ou seja, trata-se de restrições que são frutos Absolutismo francês.

Entende-se que, atribuindo-se ao rei grande parte dos Poderes e a chefia do Estado, toda a administração está restrita a ele, porém isso não passa de um equívoco. A estrutura admirativa da França no Antigo Regime caracteriza-se pela diversidade de regras e de autoridades, isto é, identifica-se variedade dos corpos administrativos e de funcionários isolados. Contudo, dentre os corpos administrativos aos quais se atribuem a capacidade de ocasionar certa limitação ao Poder real, o Conselho do rei, no centro do reino e perto do trono, é a expressão máxima dessa tendência.

Ao Conselho do rei – o qual era integrado, segundo Alexis de Tocqueville, por “personagens medíocres ou de baixo nível social”² - confere-se, no momento anterior à Revolução, a prática de superintendência dos direitos de impostos, em especial de impostos de arrendamento. O Conselho, em função de seu papel substancial, tratava com as companhias financeiras, determinava as condições de contrato e o modo de arrecadação e, sobretudo, supervisionava taxações mais distintivas, a exemplo da talha, conferida ainda aos agentes de administração ____________________________

2. TOCQUEVILLE, Alexis de. O Antigo Regime e a Revolução. Editora UnB, Brasília, 1997.p. 78.

central. Tal dispersão das funções administrativas alude, portanto, à real condição da centralização do Poder, ou seja, à centralidade como reforço de instituições e não, exclusivamente, como “prática”, contudo, não se recusa a necessidade da autorização prévia – que caracteriza um dilema.

Considerando-se o Conselho do rei como ator permanente no que tange as relações entre os três estamentos, Tocqueville atribui a ele competências que remetem ao período anterior à criação dos Estados modernos, ou seja, ao período em que parcelas sociais se dedicavam exclusivamente ao cultivo de terras e a supervisão dessa atividade cabia a um líder pertencente a uma parcela social distinta. Logo, reconhecendo-se a herança de práticas feudais, no final do Antigo Regime conferiu-se ao Conselho à

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