A Globalização
Por: Juliana2017 • 27/7/2018 • 1.244 Palavras (5 Páginas) • 276 Visualizações
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O que se vê, então, é que os países em desenvolvimento abrem seus mercados, eliminando subsídios, privatizando suas estatais e buscando eficiências em suas economias com o fortalecimento do setor privado. Contudo, essas são medidas exigidas pelos países desenvolvidos, que buscam economias e mercados sólidos entre os países em desenvolvimento, para suas aplicações, muitas especulativas e voláteis, evitando desse modo que esses países não cumpram suas obrigações, que são os pagamentos de empréstimos ou o retorno lucrativo dos investimentos financeiros.
Esses países industrializados, ao contrário do que se pensa, agem de forma protecionista, defendendo seus meios de produção industrial e agrícola, ora criando mecanismos alfandegários ou barreiras não alfandegarias que restringem a entrada de produtos estrangeiros, ora criando subsídios que tornam os produtos de outros países, sobretudo aqueles dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, menos competitivos no seu mercado interno ou mesmo dentro dos blocos econômicos dos quais fazem parte. (SCHWART, 1999). Nesse sentido o Banco Mundial alerta para os efeitos danosos dessas reações protecionistas dos países desenvolvidos que têm levado ao aumento da desigualdade e ampliação da distância entre ricos e pobres.
Isso explica porque muitos países estão na miséria e a margem do processo de globalização. Como exemplo, é possível citar a maioria dos países africanos e asiáticos, que possui uma economia predominante agrícola e com pouca ou nenhuma infraestrutura, e assim, não atrai os investimentos das grandes potências mundiais, ficando a margem do desenvolvimento tecnológico, industrial e produtivo que os países desenvolvidos possuem e que alguns em desenvolvimento, como o caso do Brasil e Índia, desfrutam, muito embora, esses produtos e serviços não sejam do mesmo padrão de qualidade daqueles.
O diagnóstico dos neoliberais é o seguinte: as economias encontram-se "emperradas" pelo excesso de burocracia, pelo controle de sindicatos e pela cobrança de altos impostos. Para eles, as empresas estatais seriam, por natureza, ineficientes e os serviços públicos, de baixa qualidade. Os neoliberais encaram a desigualdade como algo positivo - a concorrência deve selecionar os melhores e os mais capazes deixando para trás os "incapazes", numa espécie de darwinismo social. (BARBOSA, 2010, p. 88-89).
Conclui-se que os países industrializados, embora, aumentem os lucros e investimentos do setor privado onde seus capitais são aplicados, preferem realizar investimentos financeiros maiores que os investimentos produtivos. Como consequência, observa-se que as políticas neoliberais adotadas por países em desenvolvimento, ainda que ajudem a controlar a inflação nos países em desenvolvimento, não conseguem solucionar problemas relacionados ao aumento do desemprego e a ausência de políticas sociais capazes de garantir a prestação de serviços públicos de qualidade à população com menor poder econômico.
Portanto, é preciso que os Estados, sobretudo aqueles em desenvolvimento, sejam capazes de frear as consequências negativas da globalização, para isso, é preciso que estimulem as pesquisas tecnológicas, qualifiquem seus profissionais, estimulem os investimentos nos setores produtivos, para que se tornem competitivos e proporcionem a geração de empregos. É preciso ainda que esses países unam esforços para enfrentarem o protecionismo dos países industrializados, bem como, exijam que os recursos existentes no Banco Mundial não sejam apenas concentrados em regiões com potenciais econômicos, mas que sejam também aplicados para a diminuição das desigualdades entre as nações. Somente assim, será possível falar-se em efeitos positivos da “globalização”.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Alexandre Freitas. O Mundo Globalizado: Economia, Sociedade e Política. 5ª ed. São Paulo. Contexto, 2010. Repensando a História.
SCHWARTZ, Gilson. Globalização: Relatório do Banco Mundial afirma que 1,5 bilhão de pessoas vivem com menos de US$ 1 por dia. Folha de São Paulo, São Paulo, 16 set. 1999. Mercado. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1609199902.htm>. Acesso em: 19 abr. 2017.
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