A Ética e Religião
Por: Kleber.Oliveira • 19/11/2018 • 1.142 Palavras (5 Páginas) • 362 Visualizações
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porque os demais âmbitos da sociedade eram norteados pela religião. A maioria das pessoas pensa que os valores mais elevados da humanidade - o amor, o respeito ao outro, a abdicação da agressividade, o desejo de estabelecer a paz na comunidade - estão depositados e resguardados na religião. Segundo eticistas laicos, a ética está submetida à religião quando o conteúdo da moral é determinado por Deus mediante preceitos que dizem o que temos de fazer ou o que temos de omitir.
Há sociedades contemporâneas que afirmam possuir uma ética sem religião. Há “sociedades ético-culturais” que se orgulham de ensinar uma bondade moral sem qualquer referência a Deus. O discurso da moda é de que religião e moral são duas esferas totalmente independentes que devem ser escrupulosamente mantidas separadas. Um argumento popular a favor disso é o fato de muitos ateus se destacarem pela sua moralidade, ao passo que muitas pessoas religiosas freqüentemente quebram as leis morais. Um pagão pode ser corajoso, bom e justo. Ao mesmo tempo em que cristãos pecam contra os Dez Mandamentos.
Todos os homens sensatos concordam com a validade das virtudes naturais, como a justiça, a coragem e a prudência. A religião é algo pessoal e, portanto, essencialmente subjetivo; a sua validade depende das “necessidades psicológicas” do indivíduo e ela não pode arrogar para si consenso e validade universais. Esta visão manifesta-se naquilo que Dietrich von Hildebrand classificava como “ecumenite”: todas as religiões seriam igualmente válidas e cada uma delas constituiria um dos vários caminhos que o homem pode percorrer para chegar a Deus.
Os motivos que temos para sermos éticos, são o modo como nós vivemos, nossas idéias e valores que, diga-se de passagem, não são universais, pelo contrário, são típicos de cada cultura. Se aplicássemos as regras divinas de uma religião para todas as pessoas, em qualquer cultura, o que aconteceria? Seria ainda ética? Sabemos que mesmo entre os cristãos há diferentes leituras das regras extraídas da Bíblia, o que pensamos acerca de Deus irá certamente influenciar nosso sistema interno de valores bem como o processo decisório que enfrentamos todos os dias. Isso vale também para ateus e agnósticos. O seu sistema de valores já parte do pressuposto de que Deus não existe. E esse pressuposto inevitavelmente irá influenciar suas decisões e seu sistema de valores.
A primazia da ética sobre a religião ocorreu na Ilustração e, de certa forma, com Kant (1997, p.20) que afirmava “enquanto a religião se funda na ética, esta não necessita da religião para nada [...]” . Para ele, a religião é o conhecimento de todos os nossos deveres como mandamentos divinos, o que verdadeiramente agrada a Deus é uma boa conduta.
Afirma-se que a moral não deve sobrepujar a atitude religiosa, nem a religião deve se reduzir à moral, pois a moralização dá fé é uma desvirtuação.
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