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Índios Xucurus de Ororubá

Por:   •  19/10/2017  •  1.389 Palavras (6 Páginas)  •  289 Visualizações

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também conhecido por "Chicão" foi cacique geral da tribo Xukuru. Durante esse período lutou, junto com sua tribo, contra a ocupação de suas terras por posseiros e grandes latifundiários da região de Pesqueira.

No dia 20 de maio de 1998, o cacique Chicão foi assassinado a tiros em frente a residência de sua irmã na cidade de Pesqueira, por um homem não identificado, porém provavelmente mandado por fazendeiros descontentes com a luta para a demarcação de terras para os Xukurus.

Hoje o cacique Chicão é considerado herói para o povo Xucuru. Na festa anual de Nossa Senhora das Montanhas (Mãe Tamain), os índios carregam o andor dentro da igreja gritanto: "Viva Tamain, Pai Tupã e o Cacique Chicão".

Os conflitos entre os Xucurus e os fazendeiros e políticos locais se intensificaram por motivo do início do processo demarcatório de suas terras em 1989. No fim da década de 1990, em tentativa de inibir o andamento do processo demarcatório de suas terras, um importante líder Xucuru, dois índios e um procurador foram assassinados. Devemos ressaltar que o assassinato que mais repercutiu foi de Francisco de Assis Araújo, conhecido como Cacique Xicão. Inúmeros processos jurídicos e administrativos surgiram no caminho. E somente em 2001 a Terra Indígena foi homologada que ocupa uma área de 27.555 hectares, dos quais 103.162 estão no município de Pesqueira e 21.118 estão no município de Poção (Pernambuco). Além disto, no núcleo urbano de Pesqueira, habitam aproximadamente 200 famílias indígenas, sobretudo no bairro Xukurus.

Com a reapropriação do seu território tradicional, os Xucurus têm se organizado para fortalecer as atividades agropecuárias e firmar sua importância na economia local. Por colaborarem ativamente com o abastecimento do município com hortaliças, frutas e leite, passaram a não demonstrarem ameaças para o desenvolvimento do município.

Alguns trabalham para outros índios Xucurus de alugado, ganhando dinheiro pela diária na plantação, a grande maioria destinam sua força de trabalho à agricultura familiar, pessoas que trabalham na prestação de serviços públicos, seja na educação, como professores e secretários, seja contratados pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), como agentes de saúde indígena e agentes sanitários. A produção da renda denominada de “renascença” é uma outra atividade econômica importante para os Xukuru.

Documentos oficiais do Governo de Pernambuco, em meados do século XVIII, apontavam que a colonização da região onde se localizam os Xukuru se iniciou a partir da Vila de Cimbres, local anteriormente denominado aldeia Ararobá, a qual serviu como ponto de catequese de vários grupos indígenas locais por aproximadamente dois séculos. Lugar onde os índios foram aldeados pelos padres oratorianos ainda no século XVII, Cimbres constituiu-se como um dos pilares que sustentam a noção e o direito dos Xukuru ao território da Serra. Lá os índios mais antigos desejam enterrar-se, e os corpos dos índios assassinados na luta pela terra foram velados antes de seguirem para a Pedra

d’Água, onde foram sepultados. Em 1836, a sede da Vila de Cimbres foi transferida para a povoação de Pesqueira que, segundo história oral xukuru, tratava-se de local tradicional de pescaria daqueles índios.

Um dos aspectos importantes dos Xukuru refere-se à forma como se relacionam com o sagrado. A crença na natureza sagrada faz com que os Xukuru realizem rituais - chamados de pajelança - nas matas, nos lajedos e nos olhos d’água, por considerarem esses locais o espaço onde os caboclos e encantados estão naturalmente presentes. A pajelança pode ser feita por vários motivos, desde a cura de alguma enfermidade até a confirmação, pelas próprias forças da natureza, de alguma liderança política.

Os lajedos também são importantes para os Xukuru. Estes são grandes pedras lisas onde se realizam rituais. Além desses lajedos, os Xukuru consideram importantes algumas pedras especiais que são locais de presença dos espíritos encantados.

Bibliografia

• http://www.wikipedia.com.br/povosindigenasnonordestedobrasil

• http://www.wikipedia.com.br/xuxurus

• GASPAR, Lúcia. Índios Xucuru. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br/>.

• http://pib.socioambiental.org/pt/povo/xukuru

• PALITOT, Estevão. Tamain chamou nosso cacique: a morte do cacique Xicão e a (re) construção da identidade entre os Xukuru do Ororubá. Monografia (Bacharelado em Ciências Sociais). João Pessoa: UFPB, 2003. Disponível em: <http://www.

• SILVA, Edson H. Xukuru: memória

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