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DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Por:   •  18/12/2017  •  5.834 Palavras (24 Páginas)  •  429 Visualizações

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Observando o que Libâneo (1994, p.28) relata sobre a Didática, ele diz de forma precisa que

Didática pode constituir-se em a teoria do ensino. (...) aparece quando os adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens através da direção deliberada e planejada do ensino, ao contrário das formas de intervenção mais ou menos espontâneas de antes. (ibid.p.58)

A teoria de ensino assumirá o papel de examinar criticamente os diferentes métodos e procedimentos que ajustarão a aprendizagem de crianças e jovens. A última afirmação de Libâneo nos induz a observar que a intervenção didática não acontece somente no contexto escolar, mas também, no seio da sociedade. Esse processo de ensino que ocorre fora do ambiente escolar é chamado de ensino informal. Já o ensino formal é aquele que acontece na instituição escola.

A interação desses dois ensinos é imprescindível para o desenvolvimento de quem aprende. Se não há uma sincronização entre os conhecimentos trazidos pelo ensino informal com os apresentados no ensino formal, a aprendizagem será desfavorecida ocorrendo defasagem no aprimoramento do saber.

Para entendermos o que é Didática ou Didática geral, nos reportaremos a alguns estudiosos que desenvolveram suas teorias com base em seus conhecimentos, suas comunicações e seus pensamentos.

A Didática Geral reconhece sua natureza incompleta, a partir do momento em que as pessoas atribuem-na um novo significado através da mudança de sua visão de mundo, sendo assim encontra nas Didáticas Específicas contribuições que a complementa ou tenta complementá-la.

A Didática Específica não substitui a Didática Geral, porém estabelece enlaces que amplia, principalmente, a formação inicial do professor e busca estabelecer relações diretas com a ação educativa deste profissional da cultura na escola com a perspectiva de reconceitualizar os conteúdos de ensino que se caracterizam como conteúdos educativos, instrumentais e operativos (SOUZA, 2004).

A Didática Específica, aqui abordada como Didática da Educação Física, analisa a função e os objetivos de cada disciplina, orientando a dosagem da matéria a ser transmitida ao aluno e sua distribuição pelas fases e graus de ensino, sendo assim, ela se resulta imprescindível para o professor que se ocupa de determinada disciplina.

A Didática da Educação Física segue aos pressupostos lançados pelos precursores da Didática, ficando a critério do educador escolher qual se adapta com a sua realidade e com a concepção de Educação Física que ele irá utilizar em sua prática. Estas abordagens, podemos assim dizer, são parte fundamental da Didática da Educação Física, pois, identificarão o modo como os educadores irão agir durante a sua prática docente.

As abordagens da Educação Física podem seguir o seguinte esquema, montado por Celi Nelza Zülke Taffarel, Lino Castellani Filho e Assis Oliveira: concepções não-propositivas que se dividem em abordagem sociológica, abordagem fenomenológica e abordagem cultural; as concepções propositivas estão subdivididas em não sistematizadas e sistematizadas. As não sistematizadas são divididas na abordagem desenvolvimentista, construtivista com ênfase na psicogenética, abordagem da concepção de aulas abertas, abordagem a partir de referência do lazer, crítico-emancipatória e abordagem plural. A abordagem da Aptidão Física/Saúde e a crítico-superadora fazem parte das concepções sistematizadas.

Por fim, nas considerações finais iremos fazer um levantamento das nossas expectativas referente à construção deste trabalho. Faremos algumas conclusões relativas às opiniões dos professores do Ensino Superior. Mesmo sabendo que a Educação neste país esta passando por momentos difíceis, esperamos que os nossos docentes nos proporcionem a reflexão e o debate sobre temas relativos ao contexto das abordagens pedagógicas da Educação Física, dentre outras temáticas de relevância social constituintes deste campo de estudo.

CONSIDERAÇOES SOBRE AS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

As abordagens da Educação Física são divididas em propositivas e não propositivas. Destas, iremos nos aprofundar nas propositivas não-sistematizadas e sistematizadas. Das primeiras, destacaremos a Desenvolvimentista e a Construtivista. E, das segundas, daremos conta da Crítico-Superadora e Aptidão Física & Saúde.

O modelo desenvolvimentista é representado no Brasil nos trabalhos de Go Tani, cuja sua obra mais representativa é “Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista” (1998). É dirigida, especificamente para crianças de quatro a catorze anos. O seu objeto de estudo é centrado no desenvolvimento do movimento pela criança. De acordo com Darido (2003, p.05),

Os autores desta abordagem defendem a idéia de que o movimento é o principal meio e fim da Educação Física, propugnando a especificidade do seu objeto. Sua função não é desenvolver capacidades que auxiliem a alfabetização e o pensamento lógico matemático, embora tal possa ocorrer como um subproduto da prática motora.

A Educação Física deverá proporcionar ao aluno a oportunidade de progredir com o desenvolvimento de suas capacidades motoras. Isto deve ocorrer quando realizamos os movimentos de uma forma hierarquizada, ou seja, partindo das práticas menos complexas para as que possuem maior complexidade.

A aula de Educação Física deve privilegiar a aprendizagem do movimento, embora possa estar ocorrendo outras aprendizagens decorrentes da prática de habilidades motoras. A habilidade motora é um dos conceitos mais importantes dentro desta abordagem, sendo que deverá ser proposto ao aluno possibilidades para ele possa se movimentar e, assim, se adaptar as exigências do cotidiano em termos de desafios motores. Além disso, a proposta desta abordagem não é a de buscar na Educação Física solução para os problemas sociais do país.

Os conteúdos devem obedecer a uma seqüência fundamentada no modelo de taxionomia do desenvolvimento motor, proposta por Gallahue (1982) apud Darido (2003, p.05) e ampliada por Manoel (1994) apud op.cit, na seguinte ordem: fase dos movimentos fetais, fase dos movimentos espontâneos e reflexos, fase de movimentos rudimentares, fase dos movimentos fundamentais, fase de combinação de movimentos fundamentais e movimentos culturalmente determinados.

Esses estágios de desenvolvimento devem ser atingidos pela criança, a constatação de onde se encontra cada criança

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