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O RPG na Educação

Por:   •  21/12/2018  •  2.761 Palavras (12 Páginas)  •  277 Visualizações

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A imaginação, a criatividade e a cooperação, são os traços que caracterizam o RPG, como um jogo rico para o ensino, porque não se encontra durante uma partida de jogo personagens aleatórios desafiando dragões ou lutando contra moinhos, e sim objetivos estabelecidos antes mesmo do início da sessão, os jogadores são companheiros de aventuras e não inimigos (RODRIGUES, 2012).

Se bem planejado e organizado o RPG é uma grande ferramenta lúdica que permite o aprendizado dos alunos de uma maneira prazerosa.

Antes de se emitir quaisquer juízos sobre a prática do RPG como metodologia de ensino/aprendizagem deve-se salientar que, para se tornar efetivo, o RPG deve ser vivenciado de forma espontânea, qualquer exigência ou coerção para a prática do RPG, como em qualquer atividade lúdica, torna-o impotente

(SWAHILI, 2002 p,3).

Fundamentando nas ideias de Grando (2003) que define as características do RPG como ferramenta educacional sendo elas: socialização, cooperação, criatividade, interatividade e interdisciplinaridade. Apresentada na tabela a seguir:

Tabela 1: Potencialidades do RPG para aprendizagem

Socialização

Diálogo entre os participantes e com o mestre (Narrador/Professor), troca informações e relato das ações de seus personagens.

Cooperação

Para que o indivíduo seja bem-sucedido mediante os desafios propostos pelo Narrador (coordenador) da história, ele precisará cooperar com os jogadores para que juntos concluam a atividade.

Criatividade

Cada um dos participantes desenvolve sua criatividade ao se imaginar na história e ao decidirem como os seus personagens reagem e resolvem os desafios das histórias. Eles também podem criar seus personagens, históricos e personalidades.

Interatividade

Os jogadores estão constantemente interagindo entre si e com o mestre. Atividades interativas comprovadamente levam a uma maior fixação de conteúdo do que atividades expositivas.

Interdisciplinaridade

Uma única história pode abordar temas de várias disciplinas, como: história, Geografia e Biologia.

Fonte: Grando (2008), O Uso de Jogos Educacionais do Tipo RPG na Educação. Disponível em: . Acesso em: 10 Agos 2017.

O RPG surge como responsável por ajudar o indivíduo a desenvolver sua autonomia, através das constantes mudanças que sofre o mundo onde se desenvolve o jogo, por meio disso aprende a conviver com as incertezas, duvidas desafios e imprevistos. Isso requer ambientes e formas de aprendizagem que facilitem esse desenvolvimento com formas inovadoras de ensino aprendizagem (GRANDO, 2003).

Se for trazido para dentro da sala de aula como uma outra matéria, ou como atividade obrigatória, ou mesmo sob outras formas de indução (através de ponto extra na média ou coisas do gênero), ele perde o seu maior trunfo, que é a espontaneidade e a sensação que o jogador tem de ter um domínio, ainda que parcial, no desenvolvimento da história. O que ocorre numa sessão de RPG, de certa forma, é parte de sua criação. A partir daí o jogador/aluno é levado a querer conhecer mais profundamente os elementos que compõem esta história, esta ambientação. Tal conhecimento se torna necessário para um melhor desenvolvimento de seu personagem e, conseqüentemente, da história criada coletivamente (ANDRADE, 2008 p.13.)

O jogo de RPG não é uma simples atividade extraclasse que o docente deve passar para os alunos, mas sim uma ferramenta de auxilio, e com um grande potencial pedagógico. A grande dificuldade se encontra na motivação dos alunos, de nada adianta a adição do jogo nas salas de aulas se desconhecemos as necessidades, expectativas e medos dos discentes (ROCHA, 2006).

2.1 História do Role Playing Game (RPG)

O jogo é umas das principais ferramentas para o docente alcançar a atenção de seus alunos, de fato que ainda hoje sofre muitos preconceitos ao se falar das possibilidades do jogo para aprendizagem.

A palavra jogo, que é frequentemente associada ao lúdico, derivando de ludus, designa também a escola, porém, a noção de jogo atual tende muito mais para as atividades banais, fúteis, em oposição às atividades escolares, que são associadas à utilidade e seriedade e geralmente à falta de prazer (ROCHA, 2006, p.16).

O jogo de RPG, segundo Steve Jackson (1994 apud VASQUEZ, 2008) não é:

[...] um jogo no sentido lato, e um método para criação de histórias dentro de universos ficcionais que vão sendo explorados coletivamente. As pequenas e grandes batalhas, as verdadeiras emoções, se dão no desenrolar de uma história, uma aventura, criada e vivida pelo grupo de jogadores. E no desenrolar destas histórias que surgem as derrotas e vitorias, altos e baixos que somados ao fim garantem ao participante a satisfação de ter atuado como um viajante dos caminhos que a imaginação da equipe resolveu trilhar (p.15)

A história do RPG tem seu surgimento com os war-games (jogos de simulação de guerra), na virada do século XIX. A proporção que o RPG estava tomando, começou a se tornar alvo de pesquisas e desenvolvimento de outras temáticas de jogo, que proporcionou em 1970, com a união das histórias fantásticas de David Arneson e o sitema Gygax, Chainmail, (tipo de luta Medieval), o primeiro jogo de RPG que em seguida recebeu o nome de Dungeon & Dragons (Dragões e Labirintos), que foi colocado à venda no mercado por volta de 1973 (BOLZAN, 2003).

No Brasil, o RPG chegou com grande prestígio em meados da década de noventa, embora alguns estudantes de intercambio já conhecessem, e tivessem usufruindo de copias trazidas para o pais nos anos 80. Mas somente nos anos noventa que a editora Devir viria a publicar o primeiro RPG traduzido em português. Com o sucesso passou a importar os jogos, de modo que em 1991 publicou o GURPS[3], onde permitiu rapidamente que os brasileiros desenvolvessem seus próprios cenários. No mesmo ano a editora Marques Saraiva publicava o livro jogo: O Feiticeiro da Montanha de Fogo, primeiro livro de uma grande coleção de livros jogo, intitulada Aventuras Fantásticas (ROCHA, 2006).

Posteriormente, surgiram muitos outros RPG, alguns nem

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