A Fonética
Por: Lidieisa • 6/2/2018 • 2.300 Palavras (10 Páginas) • 357 Visualizações
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2-DECRIÇÃO DOS SEGMENTOS VOCÁLICOS
Para que se produza qualquer som em qualquer língua, utilizamos o aparelho fonador, que são: sistema respiratório, fonatório e articulatório. Para produzirmos um segmento vocálico, a passagem do ar não é interrompida na linha central e por isso não há obstrução ou fricção no trato vocal, ou seja, a passagem do ar é livre; diferindo dos sons consonantais que são formados quando há algum obstáculo. Os segmentos vocálicos são descritos de acordo com algumas características:
- Altura da Língua-Refere-se à altura que o corpo da língua ocupa durante a articulação do segmento vocálico. Os quatro níveis de altura são: alta, média-alta, média-baixa, e baixa.
- Anterioridade/Posterioridade da Língua- Pode ser definido como a posição da língua na dimensão horizontal durante a articulação do segmento vocálico. As três posições que a língua assume são: anterior, central e posterior.
- Arredondamento dos Lábios- Ao articularmos um segmento vocálico, nossos lábios podem estar estendidos ou arredondados, dependerá do som a ser produzido.
Tipos de Vogais
As vogais podem ser classificadas em:
- Orais- São produzidas quando o ar sai apenas pela boca. Dividem-se em:
- Tônicas- Vogais que carregam o acento primário, e por isso são produzidas com maior intensidade. Ex: bola, até, vida.
- Pretônicas- Vogais que antecedem a sílaba tônica. Ex: vital, cueca, modelo.
- Postônicas- Como o próprio nome sugere, são as vogais que se encontram depois da sílaba tônica. Ainda dividem-se em finais e mediais.
- Finais- Está relacionado à atonicidade máxima de algumas vogais postônicas. Ocorre em algumas variedades fonéticas da Língua Portuguesa. Ex: júri, anos,gota.
- Mediais- Ocorrem entre a vogal tônica e a vogal átona final em palavras proparoxítonas. Sua pronúncia varia bastante no Português. Ex: tráfico, sôfrego, cédula.
- Nasais- São vogais produzidas quando há o abaixamento do véu palatino, permitindo dessa forma que o ar passe tanto pela cavidade oral, como pela nasal. Apesar de esse abaixamento alterar a qualidade vocálica das vogais nasais, a diferença entre elas e as vogais orais é pequena. A ação de colocar um til (~) acima da vogal serve para marcar a nasalidade. Pode se dizer que entre as vogais nasais e as orais, há oposição. Ex: lã,pente,conto.
2.2-DITONGOS CRESCENTES E DECRESCENTES
Basicamente, um ditongo pode ser definido como um encontro vocálico de duas vogais. Ex: peixe, saudade, paixão.
Podem ser classificados como:
- Ditongo Crescente: Refere-se à junção de uma semivogal com uma vogal. Ex: séria (i-semivogal, a-vogal), árdua (u-semivogal, a-vogal).
- Ditongo Decrescente: Diferentemente dos ditongos crescentes, os decrescentes ocorrem quando há a junção de uma vogal com uma semivogal. Ex: pai (a-vogal, i-semivogal), judeu (e-vogal,u-vogal).
- Ditongo Oral: Acontece quando ocorre a junção de duas vogais orais. Ex: cueca, caixa.
- Ditongo Nasal: Refere-se à junção de duas vogais nasais na mesma sílaba, ou de uma vogal nasal com uma oral. Ex: sabão,põe, lições.
Algumas vezes na pronúncia,o ditongo pode deixar de existir, quando ocorre a supressão da semivogal. Ex: janeiro passa a ser janero, beijo passa a ser bejo.
Vemos muitas palavras sendo grafadas com Y e W, e eventualmente podem surgir dúvidas a respeito de sua utilização. Há de se esclarecer que para o uso dessas letras existem regras. O Y é considerado uma vogal, pois foi traduzido do grego como I, e mantém esse som em todas as palavras em que é utilizado. Ex: yoga, Yasmim. Já o W, deve ser empregado de acordo com a pronúncia na sua língua original, isto é, algumas vezes com som de V (Ex:Wagner, palavra de origem alemã); e outras com som de U (Ex:Wellington, William, palavras de origem inglesa). Podemos concluir, que o w pode ser considerado consoante ou vogal, dependendo do contexto.
3-FONEMAS E ALOFONES
Fonema pode ser conceituado como menor unidade fônica, sem significado próprio, mas com capacidade de estabelecer contraste de significado.
Exemplo:
tapa-data
No exemplo dado, são as letras [t] e [d] que fazem a diferenciação de significado nas palavras. Observe que o restante da palavra é igual, somente a primeira letra é diferente. Esses pares de letras são os fonemas, e essas duas palavras recebem o nome de pares mínimos. O fonema [t] é surdo, enquanto que [d] é sonoro, e podemos dizer que eles são caracterizados por contraste em ambiente idêntico.
Entretanto, nem sempre é possível encontrar pares mínimos para determinado sons da língua. Nesse caso, dois fonemas podem ser considerados distintos pelo contraste em ambiente análogo. Isso pode ocorrer com duas palavras que ocorram em ambientes similares, desde que as diferenças entre os sons não sejam causadas pelos sons vizinhos, como no processo de assimilação, por exemplo.
Exemplo:
zunir-sumir
Podemos observar que nas palavras zunir e sumir há mais de uma diferença; além dos fonemas [z] e [s], há a diferença segmental entre [m] e [n] precedendo a vogal tônica. Essa diferença segmental em relação a mais de um segmento, é uma característica presente em pares de palavras que apresentam contraste fonêmico em ambiente análogo. Esse par de palavras apresenta contraste fonêmico em ambiente análogo em posição inicial, e não há motivo para que as consoantes nasais [m] e [n] influenciarem a ocorrência de [s] e [z] em posição inicial da palavra. Outro exemplo seriam as palavras cinco/zinco, entretanto elas apresentam contraste fonêmico em ambiente idêntico; portanto as palavras cinco/zinco e zunir/sumir constituem pares mínimos.
Existem dois níveis de representação: o fonético e o fonêmico. Quanto ao fonético há os fones que são segmentos consonantais e vocálicos transcritos entre colchetes, ou seja são os segmentos encontrados no quadro fonético. Já os fonemas são transcritos entre
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