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A EDUCAÇÃO DE HOJE

Por:   •  20/11/2017  •  2.208 Palavras (9 Páginas)  •  402 Visualizações

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A idéia de infância não existiu sempre e nem da mesma maneira. Ao contrário, ela aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudam a inserção e o papel social da criança na comunidade. Se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (de adulto) assim que ultrapassava o período de alta mortalidade infantil, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa ser cuidada, escolarizada e preparada para uma atuação futura.

Para trabalhar a concepção de infância é preciso compreender a criança como fruto das relações sociais, pois, as diferenças acontecem de acordo com a cultura onde esta encontra-se inserida.

Ao contrário do que valia para civilização medieval, no século XVI começa a se estabelecer a diferença entre o mundo das crianças e o mundo dos adultos. No século XVII com a chegada da sociedade capitalista, crianças e mulheres foram incluídas no mundo do trabalho.

Surge então, a necessidade de proteger as crianças que ainda não estavam envolvidas nas fábricas. A solução eram os asilos já existentes desde a Idade Média, que a princípio tinha como função da guarda das crianças órfãs, abandonadas, pobres e depois passam a fazer parte, também os filhos das famílias trabalhadoras.

Kuhlmann (1991), fala que a história das instituições pré-escolares, creches, asilos e jardins de infância no Brasil surgiram como influência dos diferentes momentos históricos vividos no país. Nesse sentido, as propostas para as crianças de 0 a 3 anos, antes de 1930, apresentavam como características básicas, a preocupação com os índices de mortalidade infantil, legislações abordando a criança abandonada e o aspecto religiosos voltado para o atendimento dos filhos de trabalhadoras domésticas, como também para as crianças vindas do roda dos expostos. Cria-se a creche, também para evitar que mães abandonassem seus filhos.

As creches e os asilos eram mantidos através do serviço de filantropia. Senhoras da sociedade e a igreja ajudavam no atendimento às crianças de mães que trabalhavam. A criança pobre era considerada um problema que deveria ser resolvido. Em função disso, foram definidos parâmetros na legislação trabalhista, onde empresários eram obrigados a fornecer assistência aos filhos das mães trabalhadoras.

Foi durante as duas primeiras décadas do século XX, que surgiram as primeiras instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil. Em congressos que abordavam a assistência à infância eram recomendados, creches junto as indústrias como medida para suprir a necessidade em particular do trabalho feminino.

Em 1899, fundou-se o Instituto de Proteção e Assistência à infância do Rio de Janeiro, instituição pioneira, de grande influência depois surgiram filiais por todo o país. Nesse mesmo ano inaugura-se a Creche da Companhia de Fiação e Tecidos Corcovado (RJ), a primeira creche brasileira para filhos de operários que se tem registro.

Pudemos observar que a história das instituições infantis que surgiram no Brasil, possuem um fundo “preventivo” e por outro lado uma orientação puramente assistencialista, que seriam respostas para os [problemas que o país enfrentava em relação as crianças de 0 a 6 anos.

Verificamos que havia uma distinção quanto ao nome das instituições infantis, para os pobres existiam as creches e os asilos e para os filhos da burguesia, havia o jardim de infância. Aliás, nome copiado pelo Brasil dos países como Áustria e Alemanha, denominado Kindergarten e estes tinham uma orientação baseada no pensamento de Froebel.

A vinculação das instituições de educação infantil em órgãos governamentais de serviço social e não do sistema educacional, deixou o tema ausente nas pesquisas educacionais e nos cursos de pedagogia. Na década de 70, quando as pré-escolas iniciam seu processo de expansão, se elaboraram críticas a “educação compensatória”, veio a tona o seu caráter assistencialista discriminatório. Sem essa pesquisa histórica, não se teria observado que no passado, as instituições eram pensadas como lugar de guarda, de assistência e não de educação. Na verdade as mães exigiam proteção e “cuidados” quanto a alimentação e higiene.

Com relação a higiene, na verdade eram os médicos que estavam preocupados, esse foi um dos principais motivos e outro foi que eles usaram as instituições infantis como laboratórios de experiências realizadas com esse público, quem sabe, se não foi através das experiências realizadas com criançs que surgiu o pediatra.

Hoje as instituições educacionais se apresentam as famílias de qualquer classe social, como responsável pelas crianças no período que atendem. Qualquer mãe que procure uma pré-escola ou creche para educar seu filho, também busca proteção e segurança.

Sabemos que uma das questões que se evidencia nas instituições assistencialistas, é a inexistência de objetivos educacionais, talvez por serem métodos pedagógicos vindo das diversas salas de asilos e creches e, ainda há quem afirma que os mesmos não fazem parte do sistema pré-escolar por não possuírem preocupação educativa.

É a partir do final do século XX, que a educação infantil começa a tomar novos rumos, pois educadores afirmam que a educação infantil é o alicerce da vida futura e a criança passa a ser vista como um ser humano que deve ser respeitado, compreendido e valorizada. Deixa de ser um adulto em miniatura, um ser incompleto ou uma folha em branco.

A partir do momento que a educação infantil passar a fazer parte do Ensino Fundamental, como é uma das metas do Plano Decenal, é que as políticas da mesma vão tomar rumos definidos quanto a exigência de educadores habilitados e a expansão de vagas que atendam a demanda da clientela.

O fato da educação infantil constar no LDB 9394/96, levou o poder público a começar rever o significado de infância e de tomar algumas providências: contratar profissionais habilitados para atuar com crianças de 6 anos, elaboração de diretrizes para a educação infantil em termos de currículo e a elaboração do Referencial Curricular para a mesma.

O objetivo do atual currículo da educação infantil, segundo o MEC, é possibilitar que as instituições deixem de prestar apenas a assistência às crianças, desenvolvendo propostas educativas. Entretanto, o profissional da educação infantil continua recebendo propostas assistencialistas e paliativas no que se refere a sua formação.

Quanto as leis que atualmente temos em relação a educação, observamos que nenhuma das leis

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