A BIOÉTICA E EDUCAÇÃO
Por: Kleber.Oliveira • 12/7/2018 • 2.005 Palavras (9 Páginas) • 296 Visualizações
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O educador moderno deve estar atento aos avanços biotecnológicos, e ao nos referirmos este assunto, não referimos biologia exclusivamente as atividades genéticas e médicas, mas também ao exercício da antiga biologia, o estudo do ser vivo e do meio ambiente.
De acordo com os PCN's, a escola deve ser o lugar onde o estudante desenvolve o diálogo, e com ele, os valores morais que devem ser refletidos e pensados, desta forma o aluno poderá compreender as atitudes éticas associadas ao ensino de biologia, não só em relação ao organismo humano, más ao ecossistema de que faz parte, e se vendo como agente de intervenção moral, poderá também se ver como agente modificador do meio. O que esperamos é que tal atitude, respeite o ambiente para que o estudante, agora criador, não sofra as reações do meio modificado, visto como criatura. No acúmulo de sabedoria, acumula-se a tristeza, e quem aumenta a ciência aumenta a dor. Deus fará prestar contas de tudo que esta no oculto, todo ato, seja ele bom ou mal.
Há anos temos estudado genética em nossas escolas com o estudo de drosóphilas e o retrocruzamento de de suas espécies. Precisamos lembrar que desde que tal estudo iniciou-se nas escolas secundárias, devemos lembrar nossos alunos que os organismos modificado geneticamente, como as nossas drosóphilas, devem ser “descartadas” em óleo. Este parecer representa um ensaio bioético, de não permitir que organismos criados pelo homem possam ser livremente misturados ao meio, criando uma modificação de raças.
Os ensaios bioéticos educacionais, devem partir além dos estudos geneticos, mesmo lembrando que a revolução biotecnologica foi criada com o advento da descoberta do DNA. O meio ambiente em questão deve se tornar elemento de interesse geral dos educandos, recordando que a intervenção humana neste meio já tem alterado o ciclo climático do planeta.
A questão do meio ambiente, da qualidade de vida, que é igual a qualidade do ambiente, talvez nos deem o indicativo do grau de civilidade. Por exemplo, no centro de uma cidade de porte, e de importância no nosso país, depara-se com urubus. Há esgoto a céu aberto. O povo possui
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cultura interessante - porque tem ainda muito da cultura indigena – artesanato muito bonito. Essa sofisticação da simplicidade talvez tenha mais profundidade do que o eruditismo da urbanidade.
A questão ética surge quando confrontamos o intuito dominador do branco colonizador com relação harmônica que as populações tradicionais mantinham com a natureza. A questão ética ou bioética entre o homem e a natureza esta presente na relação entre duas noções ecológicas, que são absolutamente indissociáveis: biodiversidade e sociodiversidade.
A biodiversidade diz respeito apenas aos recursos naturais, a natureza que nós entendemos como recursos. A sociodiversidade fala das populações que vivem – ou viviam – em harmonia com essa biodiversidade, numa relação integrada com a natureza. As duas noções correspondem-se necessariamente porque a diversidade ambiental esta sempre relacionada a diversidade social.
“Conhecer a natureza é portanto dominá-la, vencê-la é estabelecer o império do homem sobre o mundo natural. Primeiro obedecemos a natureza ou fingimos fazer isso e, por via dessa obediência terminamos por dominá-la e forçá-la a obedecer as minhas finalidades. O conhecimento torna-se meio para a dominação. Nã há propriamente ou não haveria relação ética. A relação é apenas instrumental, de dominação. A natureza é provedora, ou por si mesma ou por designio de Deus. Mas temos o direito que não é ético, e sim, natural e espontâneo de utilizá-la para as nossas necessidades”[3].
A ideologia que norteou a estruturação da matéria conceitual, foi a reflexão ética, quanto a relação do homem com o meio ambiente. Francis Bacon, o pai do pensamento moderno, no âmbito da reunião entre ciência e técnica, diz: ciência e poder do homem coincidem uma vez que sendo a causa ignorada, o efeito se frustra. Porque a natureza não se vence senão quando nós lhe obedecemos. E o que á contemplação apresenta-se como causa, na pratica é a regra.
Com as definições de bioética e o conhecimento de sua atuação que não é exclusiva da genética, más também atinge a discussão sobre o meio ambiente, geramos uma reflexão sobre o ensino de Biologia no ensino Médio e de Ciências Naturais no ensino Fundamental, onde além de instruirmos as definições conceituais como de hábito, precisamos indiscutivelmente inserir a discussão sobre as questões éticas que envolvem as temáticas citadas, procurando nesta oportunidade, gerar uma discussão não só conceitual mas também atitudinal.
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A Pedagogia Pragmática proposta por Dewey, concebe o conhecimento e o seu desenvolvimento como um processo social – integrando os conceitos de sociedade e indivíduo. Sendo assim, o indivíduo somente passa a ter um conceito significante quando considerado parte inerente de sua sociedade – enquanto esta nenhum significado possui, se for considerada a parte, longe da participação de seus membros individuais.
A visão educacional a partir da observação de conceitos, atitudes e habilidades, formaram as premissas da revisão educacional determinada pelo Ministério da Educação, através da organização de Parâmetros Curriculares Nacionais, onde o ensino ético, deve estar implicito em todas as disciplinas a partir do momento, que o aluno descobre que é membro do meio em que vive de forma sólida, e desta forma é também modificador do meio, assim nesta habilidade, ele necessita respeitar as normas éticas que envolvem uma sociedade, e constroem uma comunidade.
Educacionalmente falando, não basta que as matérias sejam ensinadas, ainda que bem ensinadas, é preciso ensinar além de sua conceituação sua ação social. E socialmente falando, é preciso indicarmos que o desenvolvimento social de um individuo, é visto por suas atitudes.
Em se tratando de cursos superiores, o maior erro dos estudantes é pensar que podem ter um pensamento original e criativo. É neste momento que aparece o educador mediador do processo aprendizagem e interventor educacional que promove a orientação do que é moral e legal, dentro dos principios de desenvolvimento cientifico.
3.CONCLUSÃO
A ciência e ética não precisam e não devem ser consideradas antagônicas; pelo contrário, necesitam-se reciprocamente e se iluminam mutuamente. É essa a perspectiva que garante o respeito pela dignidade humana
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