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O PRISIONEIRO DE ERICO VERISSIMO

Por:   •  15/7/2018  •  22.024 Palavras (89 Páginas)  •  276 Visualizações

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Key words: literature, humanism, war, sociopoitic.

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[pic 4]

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................…………………………………….……………………....09

1 ERICO VERISSIMO E SEU TRABALHO DE FICÇÃO..…………………..................12

1.1 A obra O Prisioneiro.......................................................................................................18

1.2 A crítica sobre a obra......................................................................................................21

2 A GÊNESE DE O PRISIONEIRO.....................................................................................28

2.1 A personagem..................................................................................................................34

2.2. Os tipos de O Prisioneiro...............................................................................................39

3 UM AUTOR POLÍTICO ..................................................................................................51

3.1 A abordagem política em O prisioneiro..........................................................................57

4 UMA OBRA HUMANISTA.............................................................................................67

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................80

[pic 5]

I – INTRODUÇÃO

Escolheu-se, como objeto de pesquisa, o romance do autor gaúcho Erico Verissimo que talvez seja um dos menos estudados em dissertações. Trata-se de O prisioneiro, publicado em 1967. O presente estudo objetiva a analisar de que modo as preocupações humanísticas e antibelicistas de Erico Verissimo expressam-se na obra O prisioneiro, na qual o autor recria um ambiente de guerra habitado por personagens de orientação política, classes sociais e etnias diferentes. A narrativa da obra abordada possibilita, desde a forma como está elaborada ficcionalmente, a sua relação com a história política brasileira tornando O prisioneiro como um meio de conhecimento e de penetração crítica.

Esse questionamento efetua-se através de quatro capítulos, além da introdução e conclusão. O primeiro capítulo aborda a obra literária de Erico Verissimo, a publicação de O prisioneiro e sua repercussão. O segundo capítulo tem como foco uma sucinta análise o romance em questão, e das personagens, abordando os tipos que caracterizam a obra. No terceiro capítulo serão vistos os aspectos políticos de Erico Verissimo contextualizados em O prisioneiro. O quarto capítulo analisa como o humanismo está presente em O prisioneiro.

Dentre as categorias estruturais da narrativa, opta-se pela personagem, pois o interesse reside no fato de que ela, a partir de sua configuração, torna-se capaz de protagonizar dramas de sentido humano. São esses “seres fictícios” que estão à frente dos fatos e participam dos enredos. Acabam, as personagens, por representar os indivíduos e a sua problemática que, no caso de O prisioneiro é de ordem sociopolítica. Não se pode desconsiderar que os romances trazem também conflitos existenciais, do campo da subjetividade, mas, sem dúvida, é pelo viés sociopolítico que essas obras atingem o seu melhor resultado.

Acompanhar a trajetória dos oito personagens de O prisioneiro, que são o Coronel, o Major, o Capitão-médico, o Tenente, o Sargento, o Prisioneiro, a prostituta K. e a Professora, tem como finalidade uma melhor compreensão dos aspectos políticos e ideológicos da obra. Para tanto, lança-se mão de conceitos e proposições que ajudam a elucidar as implicações da concepção dessas personagens, enquanto “criaturas de papel”, uma expressão criada por Roland Barthes, e enquanto possuidoras de uma verdade que transcende o âmbito restrito da ficção. A própria não-definição de nomes às personagens caracteriza O prisioneiro como um romance não ligado a um espaço ou tempo determinado, o que não o torna preso a um período histórico.

Aristóteles afirmava que a literatura não deve narrar o que aconteceu, e sim, o que poderia haver ocorrido, desde que sua lógica seja aceitável. Analisar os aspectos sociopolíticos e o humanismo do autor em O prisioneiro não significa, portanto, medir a correspondência entre história e ficção, todavia visa verificar como a narrativa produz a sua verdade por um sistema articulado de escolhas compositivas. Mesmo que a obra seja identificada com a Guerra do Vietnã, pode a sua trama e suas conseqüências serem transpostas para conflitos atuais como o Iraque ou Afeganistão.

Além das personagens, é na temática que se torna possível perceber o conteúdo de crítica que o romance sustenta. Interessante, nesse aspecto, atentar para o ano de publicação da obra O prisioneiro: 1967. Um ano complicado já que o regime militar já estava estabelecido desde 1964, cerceando as liberdades políticas. Na América Latina, vários países viviam também sob regimes ditatoriais. Com enredos deslocados para o sudeste asiático, onde se desenrola a trama de O prisioneiro, o que sugere uma possível estratégia para burlar a censura, Erico Verissimo aborda questões sensíveis à história recente do continente americano. O equilíbrio com que faz o amálgama dos elementos factuais com os da ficção deixa entrever uma literatura interessada, sim, nas questões contemporâneas, mas também preocupada em preservar uma concepção estética que revela a consciência de seu lugar junto à historiografia da literatura brasileira, para muito além de um imediatismo panfletário. [pic 6]

O romance O prisioneiro foi por muito tempo relacionado inequívoca e unicamente à Guerra do Vietnã. Propõe-se aqui uma abordagem sobre a obra e seu significado que vai além do período quando foi publicada.. Mais uma vez um espaço dimensionado

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