A cabanagem
Por: Carolina234 • 27/3/2018 • 1.866 Palavras (8 Páginas) • 480 Visualizações
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Esta ultima medida tomada Malcher segundo Ricci vai acarretar-lhe um desastre político, os portugueses não enxergaram com bons olhos, Malcher dava ordem aos tesoureiros do Pará que proibissem os portugueses que vendesse suas propriedades, apurando seu capital e levando-o para o estrangeiro, de outro lado a grande massa de cabanos ficava a suspeitar de um presidente que pedia aos seus inimigos portugueses que permanecessem no Pará, dando garantia aos seus bens.
No meio militar Malcher cria mais uma confusão, os soldados milicianos que há tempos já não recebiam suas devidas pagas são quase que obrigados a utilizar moedas que já tinha sido tirada de circulação, tais moedas foram carimbadas com o valor com o qual deveria circular, isto gera uma confusão porque ninguém sabe ao certo os valores legais desta moeda, que estava fora de circulação no resto do Império e que renascia do Grão-Pará já inflacionada e fraca.
O governo de Felix Malcher segundo Ricci vai torna-se insustentável, quando o mesmo resolve prender antigos partidários de Lobo de Souza, Malcher ordena que as tropas de linha de Belém deslocassem- se para a vila de Vigia e, por conseguinte para as diversas vilas na ilha de Marajó e outras localidades no médio Amazonas, o argumento que utilizava para tal ato era que se fazia necessário sedimentar o novo regime nestes outros pontos, Magda Ricci explica que outra hipótese para tal atitude era desarmar ou afastar as milícias de Belém.
- As lideranças Cabanas e o povo
No tópico que segue Ricci nos mostra as principais lideranças do Levante Cabano, são eles Felix Clemente Malcher, irmãos vinagre e Eduardo Angelim, Felix clemente Malcher mesmo não nascendo em Belém adotara a região de Acará como centro da ação política, Acará era uma região onde se concentrava uma grande parte dos engenhos de cana- de – açúcar e de escravos africanos no Pará.
Felix Malcher casou-se com D. Rosa Maria Henrique de Lima filha de um dos mais ricos fazendeiros da região de Acará, Malcher com o tempo torna-se um líder liberal e passar a galgar posições tanto na milícia quanto na política local, torna-se tenente- coronel, saindo de Acará torna-se vereador em Belém, aliou-se ao cônego Batista Campos que na época era líder liberal conhecido e redator do periódico local.
Malcher segundo Ricci foi perseguido e preso em sua própria fazenda região de Acará um pouco antes de sete de janeiro de 1835, nessa mesma fazenda conheceu e fora patrão de outro importante líder cabano, Eduardo Francisco Nogueira ou Eduardo Angelim, os irmãos vinagres eram também da mesma região possuíam pequenas propriedades no local.
Durante a primeira tomada de Belém relata Magda Ricci, em sete de janeiro, os revolucionários concentraram-se em libertar Malcher da prisão e, por conseguinte matar e perseguir os inimigos do tronco liberal a que Malcher pertencia, especialmente Lobo de Sousa e seu Comandante das Armas, Joaquim Santiago.
- A explosão da Revolta
No dia 7 de Janeiro de 1835 os rebeldes liderados por Antonio Vinagre invadem o quartel e o palácio do governo de Belém, nomearam então como presidente da província nada mais nada menos o Sr Felix Antonio Clemente Malcher, os cabanos atacaram a cidade e assassinaram o presidente Lobo de Souza e comandante das Armas, contudo como dito anteriormente tal governo na durou muito tempo, o mesmo foi deposto de seu cargo depois de confundir interesses próprios com cuidar do bem público.
Com a queda de Malcher assume a presidência Francisco Vinagre, em maio de 1835 chega a província a fragata “Imperatriz”, enviada pelo presidente do Maranhão, afim de terminar com o movimento revolucionário, Francisco vinagre concorda em entregar o governo, porém com a pressão de Antonio vinagre e Eduardo Angelim, o mesmo recuou, contudo um mês depois uma nova fragata é enviada a província a mesma já vem com novo presidente nomeado pelo Regente em exercício, Francisco vinagre não tem outra alternativa a não ser entregar o poder.
No dia 14 de agosto deram inicio a novos combates, Belém cai novamente nas mãos dos revoltosos, as forças “legais” no palácio foram expulsas, Eduardo Angelim assume então a presidência da província do Grão-Pará, começa um movimento onde diversos grupos enfrentam-se diretamente, recusando as ideias conciliadoras e reformista de Angelim.
Em abril de 1836 chega a província o então novo presidente nomeado pela regência, o brigadeiro Marechal Francisco Soares d’Andrea, Andrea faz com que os cabanos abandonem Belém, isola a cidade e impede a chegada de suprimentos, Angelim tentam uma negociação sem sucesso e acabam por fugirem para Acará.
A ultima fase da cabanagem se deu com tomada da cidade de Belém por Andrea, todas as vilas foram reconquistadas, a crueldade do levante está marcada na memória daqueles que gritaram, lutaram por melhores condições de vida, um saldo de mais de 30.000 mil mortos e uma população que segundo Magda Ricci somente voltou a crescer em meados do ano de 1860.
- Considerações Finais
A cabanagem narrada por aqueles que ao longo dos séculos perpetuam-se como sendo os verdadeiros heróis da pátria não passa apenas de mais um levante formado por pessoas “maldosas” sem nenhuma justificativa para revolta, porém a revolta dos cabanos contada sob outra ótica, de modo particular o de Magda Ricci, nos faz refletir sobre o verdadeiro sentido de toda essa batalha.
O movimento cabano ensinou aos interioranos amazônicos a liderarem, a trilharem seus próprios caminhos, as palavras patriotismo e constituição tinham suas próprias interpretações, não seguiam as máximas que vinham das ordens decididas da corte ou por seus líderes máximos em Belém, tinham suas próprias leituras e interpretações para aquilo que consideravam justo.
Após cinco anos de batalha e muito derramamento de sangue os cabanos criaram um ódio aos brancos e às autoridades impostas, porém aprenderam a amar a aclamação popular e a revolução infinita,
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