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A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA

Por:   •  8/3/2018  •  1.337 Palavras (6 Páginas)  •  296 Visualizações

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Chávez também é responsável por popularizar a Constituição com a finalidade de educar o cidadão a conhecer e questionar as regras que regiam a sociedade venezuelana. E com isso, propunha a justa redistribuição dos lucros obtidos com o petróleo venezuelano. Ou seja, o capital adquirido com o petróleo nacional era utilizada para investir em educação, saúde e nas organizações populares de bairros e vilarejos, chamados de círculos bolivarianos. Sendo assim, era feita de forma justa a redistribuição do lucro de uma empresa estatal para atender as necessidades de todos cidadãos, pois para Chávez, “A riqueza da Venezuela é de todos, e não de uma minoria”.

Em 11 de abril de 2002, o processo do Golpe teve um registro com manifestantes pró e contra o governo de Hugo Chávez saindo pelas ruas se posicionando politicamente. E lá estava a forte mídia privada com suas lentes direcionadas para o que interessava e importava mostrar aos telespectadores a partir da sua ótica corporativa. A transmissão dessas manifestações teve sua importante contribuição para o fortalecimento e o desencadeamento do golpe. De forma parcial, a mídia editou as imagens manipulando o que aconteceu no confronte pelo dois grupos. Decisivamente, afirmava que no grupo pró Chavez estavam os responsáveis pelos assassinatos pelos manifestantes mortos que eram contra Chávez. E assim, condenando Chávez como responsável pelas mortes ocorridas. Porem, o documentário A Revolução não será televisionada, apresenta a edição completa da sequencia de imagens sobre o ocorrido e revela que o grupo situado na Ponte de Llaguno de Caracas, apenas respondem ao fogo de franco-atiradores e não dispararam sobre os manifestantes.

No fervor dos protestos em Caracas, a mídia privada divulga discursos de militares golpistas e pronunciamentos de pessoas públicas que defendiam o golpe com informações de total controle e triunfo golpista. Um dos atos iniciais, foi a tomada da TV estatal, canal 8, por um grupo de rebeldes da guarda nacional. O que impossibilitou do governo de se defender publicamente frente as acusações feitas pela mídia corporativa que se posicionava de forma parcial ao lado dos opositores do governo Chávez.

Planejadamente, o Palácio Miraflores foi cercado por tanques de militares que pediam a entrega pacífica do presidente Hugo Chávez e a sua renuncia do posto de presidente. Caso contrário, o palácio Miraflores seria bombardeado e Chávez seria o responsável pelas mortes que aconteceria. Após longas horas de negociação, no dia 12 de abril de 2002, Chávez decide se entregar para evitar o possível massacre declarado pelos rebeldes militares mas sem renunciar para ficar evidente de que se tratava de um golpe. Porém, mentirosamente, a mídia divulga a informação que por volta das 3h 30min, Chávez teria decidido renunciar espontaneamente o seu posto de presidente, reconhecendo sua impossibilidade de governar Venezuela. Descaracterizando o processo de um golpe. Naquele momento era impossível que a verdade chegasse ao povo, pois os canais que apoiavam Chávez sofreram sabotagem técnica e ficaram fora do ar. Assumiu, com o apoio da mídia corporativa e com toda arrogância, Pedro Carmona, destruindo os poderes até então constituídos democraticamente.

No dia seguinte que aconteceu o golpe, o povo venezuelano saiu às ruas para pedir a volta de Chávez. “Eu voltei no Chávez e quero que ele cumpra o mandato, diz um senhora. Milhões de pessoas pró Chávez cercaram o palácio presidencial com ajuda de soldados leais a Chávez. Carmona saiu pela porta de trás e o povo celebrou a retomada do palácio. Alguns ministros que estavam escondidos para não sofrer repressão militar, apareceu nesse cenário de retomada do palácio sendo alguns deles carregados pelo povo, comemorando a derrota do golpe. A mídia privada omitia noticiar que o palácio estava nas mãos dos chavistas. E em 14 de abril de 2002, Hugo Chávez volta ao Palácio Miraflores transportado em um helicóptero e reassume juntamente com os seus ministros o governo presidencial na Venezuela.

Explicitamente o documentário se posiciona contra golpe e o papel parcial da mídia corporativa na Venezuela. Atendendo os anseios de um povo que entende a importância em propagar uma história de resistência contra um governo autocrático e império midiático que defende de forma ferrenha os interesses do neoliberalismo estadunidense.

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