A Ética e Religião
Por: Kleber.Oliveira • 27/4/2018 • 3.224 Palavras (13 Páginas) • 318 Visualizações
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3. Ato de professar ou praticar uma crença religiosa.
4. Veneração às coisas sagradas; crença, devoção, fé.
5. Tudo o que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e indeclinável.
6. (figurativamente) Causa, doutrina ou princípio defendidos com ardor, devoção e fé: A democracia é sua religião.
7. Ordem ou congregação religiosa.
8. Caráter sagrado ou virtude especial que se atribui a alguém ou a alguma coisa e pelo qual se lhe presta reverência.
9. Instituição social criada em torno da ideia de um ou vários seres sobrenaturais e de sua relação com os homens.
- Relação entre ética e religião
Como podemos observar na definição destas palavras, é justificável a mistura entre uma coisa e a outra, pois como determinado no dicionário:
“ética: 2. Conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de grupo social ou de uma sociedade (...);”
“religião: 5. Tudo o que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e indeclinável.”
Seguindo este princípio a religião e a ética seriam quase sinônimos, mas se entrarmos a fundo no assunto e na discussão filosófica a respeito destes, podemos observar divergências. Para fundamentalização deste assunto, começaremos verificando a origem da ética e religião.
- Origem
A partir do momento em que o ser humano abstrai, ele começa a atribuir significado as coisas a sua volta. Não existe meio de dizer com absoluta certeza o momento exato em que o homem passou a glorificar sua primeira divindade, ou quando fez seu primeiro totem ou ritual religioso, mas sabemos que não é de hoje a existência da religião e seus inúmeros seguidores pelo mundo.
Antes da era medieval (ao menos no ocidente) acreditava-se em destino e que deus já havia traçado cada acontecimento na vida de todos os seres do planeta e portanto, tudo era da vontade deste, sem objeções.
Se considerarmos a visão de destino desta época, não poderia a nossa moral infringir de nenhuma forma na religião ou vice nersa, pois mesmo que certa situação não fosse ética, nós não teríamos a liberdade de modificá-la e no final, tudo se tornaria correto perante a religião, pois, se aconteceu, o único causador de tal ação seria o próprio deus e nada poderíamos fazer a respeito.
A origem da consciência e da definição de liberdade vem como consequência do surgimento do cristianismo, pois esta foi a primeira religião do ocidente a introduzir ás pessoas a definição de livre-arbítrio, a nossa capacidade de decidir o que fazemos e a atribuição de responsabilidade pessoal e intransferível de nossos atos, incluindo aqueles que desagradam a deus e até mesmo o direito de questionar a sua existência. É neste momento que a religião adentra os preceitos éticos, pois podemos então escolher entre o bem e o mal.
- Conduta ética e conduta religiosa
Por tudo que foi apresentado até o momento é que torna-se comum a confusão entre a conduta ética e a condita religiosa de um indivíduo. Sempre que se age de forma a seguir as doutrinas da religião automaticamente estaríamos sendo éticos? Por mais que ajam discordâncias neste assunto, a resposta é indiscutivelmente “não”, pois alguém só é ético enquanto que a sua moral não se sobreponha a moral de outrem ou da sociedade em que está inserido.
Suponhamos que determinada religião pregue que matar outras pessoas em nome de determinado deus seja uma honraria e deve ser realizada periodicamente. O adepto desta religião ao fazer isto estará exercendo de sua conduta religiosa, mas se no país em que se encontra, tal ato seja crime, sua conduta ética sairá prejudicada.
Existe várias doutrinas pregadas por cada uma das religiões que coincidem com o previsto na lei e configuram-se como fiéis a conduta ética, mas devemos observar até que ponto elas ainda configuram-se como tal.
- Resumo das principais religiões
Definições extraídas do Guia Ilustrado das Religiões de Philipe Wilkinson e O Livro das Religiões de Jostein Gaarder, Victor Hellern e Henry Notaker:
Em muitas culturas, a essência da religião é a relação homem – Deus (es), mas nem todo sistema religioso tem deuses. Outra parte que une as religiões é a moralidade, ensinar as pessoas a serem boas.
Vendo de formas mais abrangente, as religiões, sendo os estudiosos, exibem sete características essenciais que se combinam em cada fé:
A primeira delas são as doutrinas, que são um corpo de princípios e ensinamentos básicos que os crentes são ensinados a compreender e aceitar, porém, por envolverem conceitos de difícil alcance, estão abertas a interpretação, o que leva os credos a mudar e se diversificar.
A segunda, a mitologia, que é uma coleção de histórias sobre Deus e a religião, em particular sobre origens do universo, da humanidade e sobre o papel do divino.
A seguir, vem a experiência religiosa, uma ideia comum que os devotos podem, de alguma maneira, experimentar o absoluto, ou com o divino, em muitas vezes em estados exacerbados de consciência – êxtase, transe, exaltação ou serenidade.
A quarta, é a instituição religiosa, que são grupos de pessoas reunidas para liderar uma fé, pode ter apenas um único líder, à frente de uma administração organizada; pode ser governada menos formalmente, ou constituir em várias igrejas com líderes locais. Os papeis dos líderes religiosos variam de uma fé para outra.
A quinta, o conteúdo ético da religião, um conjunto de instruções praticas que indicam aos seus devotos como viver sua vida, os textos sagrados e os ensinamentos posteriores são cheios de instruções morais, que formam o esqueleto de valores éticos
A sexta característica é o ritual, que são cerimônias que permitem aos crentes conectarem-se com o absoluto, em estágios específicos do desenvolvimento, em certas épocas do ano ou com parte do culto regular.
O sétimo item são os objetos e lugares sagrados, venerados e muitas vezes associados a divindades específicas, líderes
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