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O Forró Universalisado

Por:   •  23/9/2018  •  2.147 Palavras (9 Páginas)  •  229 Visualizações

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2) Quantas vezes nessa frequência você prefere uma festa ou show de Forró?

3) Qual a importância do Forró para você?

4) Na sua opinião quais são os três maiores interesses de quem visita o Forró da Lapa?

- Ida a Campo

A ida ao Campo se deu em 9/12/14, noite de verão bastante quente, mas certamente uma noite agradável para a dança e para o divertimento com os amigos. O local encheu bastante especialmente depois da meia-noite. Na calçada da entrada se aglomeravam as pessoas de maneira farta e espaçosa, pois lá é bastante amplo, um setor que foi beneficiado com as recentes melhorias na Praça Tiradentes. Lá se acumulavam frequentadores que saiam para tomar um ar, fumar, pessoas que ali estacionavam e ficavam, pequenos comerciantes que vendiam doces, artesanato, cerveja, água, etc.

Quando cheguei a banda já estava tocando seu primeiro set. Consegui no intervalo falar com alguns dos integrantes da banda. A banda que tocava se chama “Fulano de Quê”, e faz arranjos forrozeiros bem orquestrados, tocam canções em geral bastante conhecidas pelo público. A entrada dá para uma escada, no topo se chega ao salão, que ao fundo dispõe de dois caixas, bar e banheiros para ambos os sexos. O salão é espaçoso, mas ao longo da noite se tornou bem cheio, a impressão é que quase todos que lá estão dançam, muitos saem bastante suados. No andar superior há um mezanino onde fica a chapelaria e em um espaço isolado o DJ e os técnicos da mesa de áudio.

A animação na parte exterior era tanta que certa hora surge um sax, um pandeiro e uma zabumba tocando em paralelo um forró, e muitos dançam lá fora mesmo. Aliás, embora na parte externa, as pessoas parecem mais tímidas para dançar, alguns dançam livremente na calçada da Praça Tiradentes que faz porta com a Estudantina.

As entrevistas foram na maior parte na calçada externa de fronte à Estudantina, no Mezanino e no Bar. Não houve entrevista no salão de dança porque seria algo inexequível devido à movimentação da dança. As pessoas no geral foram muito receptivas às entrevistas. Conta o fato que eu frequento bastante esse local, já há algum tempo, muitos dos entrevistados são meus conhecidos e amigos, muito das referências que citaram, são referências que fazem parte do meu universo. No Forró da Lapa eu frequento há pelo menos três anos, chegando a ter épocas que praticamente fui toda semana. Mesmo assim já fazia pelo menos dois meses que eu não vinha a esse Forró específico.

- Apontamentos e Percepções

Em anexo seguem os dados coletados pelo questionário. Dados por vezes objetivos, por vezes enraizados na subjetividade do entrevistado. Iremos aqui apenas apontar alguns aspectos que nos sobressaltaram nessa observação empírica. O anexo serve para registro, e possibilita certamente outras análises que não contemplaremos aqui, mas que podem ser sugeridas em outra ocasião. Iremos também deixar por hora de lado uma concatenação ampla dessas anotações para apresenta-las apenas em sequência.

¬ Duas categorias que eu não tinha previsto: artistas que tocavam na praça, considerei um subgênero em “artistas”; e a equipe de produção que estava ligada a “Casa”, a Estudantina. No primeiro caso é uma coisa que parece ser espontânea, no improviso, alguns que lá estavam com instrumento resolveram tocar, não deve acontecer sempre, inclusive durou não mais que meia hora. No segundo caso é uma consideração importante, há divisão do trabalho nesse caso, implica em setores diferentes do comércio envolvido, um grupo fatura com a bilheteria, os produtores do evento, outros trabalham para a Casa, e sua remuneração é vinculada a faturamento com bebidas vendidas no bar da Casa. Não saberia exatamente dizer quem arca com os seguranças, com os técnicos de áudio, e com os funcionários da limpeza.

¬ Algumas perguntas foram modificadas. No campo dos dados da pessoa, senti falta de “ocupação”, acabei perguntando e colocando entre parênteses do lado do nome. Na questão 2, a minha formulação na maneira como estava escrita confundia as pessoas. Penso que depois de alguns improvisos, a melhor formulação seria sem a palavra “festa”. Festa parece estar mais associado a festas privadas do que eventos públicos.

¬ A hipótese inicial de que esse é um “Forró Universitário” se verifica ao consideramos nossa amostragem: apenas uma das 14 pessoas entrevistadas não está cursando ou completou a graduação. Outra coisa é que se trata de uma festa que ocorre tarde da noite, está marcada para as 20h, mas a banda começa depois das 22h, termina muitas vezes depois das 2h. Trata-se de um evento que não é obviamente para quem tem de acordar cedo no dia seguinte. Muitos associaram o interesse no “Forró da Lapa” com a revitalização da Praça Tiradentes, algo que chama a atenção. A busca de um divertimento no meio da semana parece também algo relevante na valorização do evento.

¬ Frequentadores. Poderia se dividir o grupo de frequentadores entre aqueles que são mais assíduos e de frequência constante no “Forró da Lapa”, e outros que visitam pelas primeiras vezes, e ainda aqueles que vêm de vez em quando já há algum tempo. É curioso notar que dentre os assíduos, muitos são pessoas ligadas ao mundo do Forró, que trabalham em outros eventos, e vem aproveitar o lazer deles aqui. Tentei intuitivamente ter uma amostra de cada um nas questões. Muitos falam do encontro com os amigos, de como isso serve para “tirar o stress” do dia-a-dia do trabalho. Muito falado também de como se pode paquerar, flertar, e até vir a namorar alguém a partir do Forró, a dança parece facilitar e estimular esse campo, algo que foi notado por homens e mulheres. O Preço do ingresso parece ser também um fator de escolha para a visita nesse Forró. A valorização da tradição, em especial da cultura nordestina é algo também mencionado.

¬ Artistas. Uma coisa chama atenção: como associam seu trabalho ao divertimento, isso em dois sentidos. Muitos confundem as saídas noturnas a lazer com as do trabalho, e ainda, muitos no tempo de lazer frequentam Forró. Muitos tem outras formações e ocupações que não a música. Mas parece que mesmo músicos que desenvolvem outras tendências e trabalhos profissionais ligados à música, encontram no Forró uma espécie de “fio condutor” na carreira musical, elogiando muito o Forró como a música que lhe deu uma via profissional senão a primeira e principal, pelo menos uma muito importante. Curioso que ninguém

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