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A Abadia de Cluny

Por:   •  4/10/2018  •  2.057 Palavras (9 Páginas)  •  512 Visualizações

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O corpo da igreja era de três andares, grandes arcadas suportadas por pilares quadrados, tribunas, claraboias, cobertura plana. Este tipo de nave, de princípio, também não conheceu seguidores. A segunda igreja de Cluny tinha demostrado que era possível rasgar aberturas nas abóbadas de berço, desde que se limitasse a largura das naves centrais e que as janelas fossem muito pequenas. Foi preciso esperar ainda muitas décadas até que Cluny ousasse erguer um poderoso berço sobre as cinco naves de Cluny III ousasse erguer um poderoso berço sobre as cinco naves de Cluny III, a sua imponente terceira igreja.

Os modelos para a terceira igreja de Cluny

Em 1506, o conde de Nevers fundou um mosteiro que tinha uma situação privilegiada, no caminho de santiago. Há notícias de consagração de uma primeira igreja construída de acordo com o modelo de Cluny II e com a renovação segundo Cluny III. De origem medieval apenas se conservam o transepto e a cúpula de trompas, as quatro absides exteriores do antigo coro escalonado de sete absides, um deambulatório com absidíolos e uma torre ocidental. Conhecendo-se os edifícios que se construíram sob influência de Cluny ao longo do século XI e, para alem disso, conhecendo o conceito do abade Hugo para Cluny III, estes fragmentos são suficientes para reconstruir a planta da antiga igreja.

A segunda igreja de Cluny foi sem dúvida o modelo de La Charité. A planta do corpo da igreja. Que provavelmente teria cinco naves e se estendia por oeste em dez tramos, apresenta-se claramente, pelo seu tamanho, como percursora direta de Cluny III. Também com Cluny III, La Charité já tinha que ter desde o início, um alçado de três andares de arcadas, trifório cego e janelas. Até agora, isto havia sido tomado erroneamente por uma construção da primeira metade do século XII, relacionando-se com a consagração 1135.

Em Nevers, perto de La Charité, foi erguida, a partir de 1603, a igreja abacial de Saint-Étienne, consagrada em 1097. Nevers era também uma importante etapa para o Caminho de Santiago e um priorato de Cluny. Assim, não é de espantar que também tenha surgido em Neversum edifício que se afasta do modelo de Cluny II. Com um transepto saliente, cruzeiro quadrado, uma abside semicircular em cada lado, e um deambulatório com três capelas axiais, unem-se num corpo de três naves com sei tramos. O alçado é de novo, de três andares: sobre arcadas relativamente baixas, situam-se arcos de tribuna aproximadamente da mesma altura. A fila de janelas da nave é constituída, em cada tramo. Por uma janela não muito grande com um peitoril ingreme. Os pilares são cruciformes e foram colocadas colunas semicirculares nas quatro faces do seu núcleo quadrado, que projetam os arcos torais na nave central e nas colaterais, e, nas arcadas, formam a base das vigas mestras. As colaterais estão cobertas por abóbadas de aresta, as tribunas, por seu turno, possuem abobadas de quarto de canhão que se apoiam na parte alta das paredes da nave. Os braços do cruzeiro estão separados por uma arcobotante mais baixo que os arcos do cruzeiro. Uma arcatura de cinco arcos atravessa a pede superior a eles. Do outro lado deste arco, duas filas de janelas rompem as paredes do transepto. O coro é de três pisos, embora as tribunas altas tenham sido substituídas por arcos cegos consideravelmente baixos. Colunas pequenas enquadram as janelas altas. A torre do cruzeiro é baixa e octogonal, as duas torres ocidentais ruíram durante a Revolução Francesa.

Depois de ter sido realizado com sucesso o abobadamento de uma basílica em Nevers, já em 1907, e em La Charité, o mais tardar em 1107-, os monges de Tournus ensaiaram esta possibilidade no piso superior do Nártex de três ramos. Abobadaram as colaterais com abobadas de quarto de canhão. O piso superior do nártex não deve datar antes do século XI. Ao mesmo tempo exigiram-se sobre a parte alta da fachada, as duas sumptuosas torres ocidentais que se tornaram o emblema de Tournus.

Em 1089, o abade Hugo (1049-1109) iniciou, finalmente, a consagração da terceira igreja de Cluny. Logo em 1905, o papa Urbano II, consagrava o altar-mor outros três altares em capelas, a consagração final foi feita, o mais tardar, em 1131/32. No entanto, o átrio de três naves apenas foi terminado em 1255. Já em 1258, converteu-se a poderosa abadia numa comenda (prebenda da ordem sem obrigatoriedade de exercício de cargo). Aboliu-se em 1790 e vendeu-se para demolir em 1798. Essa operação começou em 1811 e apenas poupou o braço sul do transepto, os capitéis do coro e outros fragmentos soltos. O corpo da igreja era constituído por cinco naves (comprimento total: 187,31 m; até ao transepto: 73.75 m; altura da nave central: 29,50 m; largura da nave central: 14,75 m;) e possuía onze tramos, um transepto da largura da nave central com duas absides a leste em cada braço, um coro profundo também de cinco naves e um deambulatório, com cinco capelas axiais, flanqueado por um segunda transepto, mais baixo, com duas absides em cada lado, como no transepto maior. A existência desta igreja esta atestada por numerosas sepulturas, assim como um vasto número de fontes ilustradas e, não menos importante, pelos seus antecessores e seguidores.

O alçado do vão era de três andares: arcadas estreitas com arcos originais, um trifório cego de três arcos em cada tramo e uma fileira de janelas idênticas. Os arcos das colaterais exteriores, assim como as janelas das interiores, eram emolduradas pelas arcadas. Pilares escalonados com colunas adossadas semicirculares ou caneladas projetavam os arcos torais da abóbada de canhão quebrada e dividiam o espaço de forma simétrica. O cruzeiro quadrado uma pequena galeria cega e, em cima, uma cúpula, sobre a qual havia uma torre de cruzeiro quebrada.

O alçado dos dois tramos exteriores correspondia-se com o da nave principal. Apenas a torre da parte sul do transepto e o respetivo tramo. Para leste, o primeiro transepto era seguido por dois tramos de coro, que repetiam o alçado da nave, e pelo segundo transepto, com um cruzeiro quadrado e uma outra torre octogonal assente numa cúpula de trompas. Este segundo transepto tinha a mesma altura da nave central e da grande nava transversal, apenas nos três tramos do meio. Os dois tramos adjacentes em cada um dos lados eram baixos e deviam assemelhar-se a capelas. Um outro tramos, com o mesmo alçado da nave e um deambulatório coberto com abobada de canhão anular com lunetas, constituíam a cabeceira leste

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