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O NIVELAMENTO DE PRODUÇÃO

Por:   •  29/3/2018  •  4.061 Palavras (17 Páginas)  •  308 Visualizações

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trabalho, reduzindo assim o tempo de movimentação dos operários na busca de ferramentas e aumentando a velocidade e ritmo da produção de maneira padronizada e econômica. Buscou incessantemente a contínua redução dos tempos de fabricação dos veículos produzidos por sua fábrica, de modo a atingir economia de escala, ou seja, reduzir o custo unitário de fabricação de um veículo através da diluição dos custos fixos em uma grande quantidade de produtos fabricados, para atender à demanda crescente nas primeiras décadas do século XX.

MARTINS e LAUGENI (2005) denominaram de “produção customizada”, e a produção em grandes lotes se tornou economicamente inviável. Segundo SHINGO (1996) a produção em massa deveria ser chamada de produção em grandes lotes, pois isso determinou o aumento excessivo dos custos e sua inviabilidade frente aos novos desafios do mercado.

3.2 O SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO – PRODUÇÃO ENXUTA

A produção em massa não era utilizada no Japão do pós-guerra. Ao perceber a inviabilidade de utilização do modelo norte americano, Eiji Toyoda, se viu forçado a repensar o modelo fordista, adequando-o à demanda reduzida e fragmentada do mercado japonês.

Eiji Toyoda foi, aos poucos, construindo o que seria o modo de produção enxuta ou produção flexível (lean production). Iniciou um processo de desenvolvimento de mudanças na produção, as quais permitiriam que fosse possível a eliminação dos estoques desnecessários e a redução drástica das peças defeituosas, tanto para ampliar a oferta como a variedade de produtos.

Corrêa e Corrêa (2004) explicitam que Produção Enxuta é uma das expressões geralmente utilizadas para traduzir aspectos da filosofia just-in-time, trazendo em sua obra uma discussão sobre a dependência de um conceito sobre o outro, concluindo que os principais princípios do JIT e lean production são parecidos. A interpretação feita por Slack (2002) é muito semelhante, uma vez que afirma que a manufatura enxuta é uma das frases e termos para descrever a abordagem JIT.

Essa forma de gestão da manufatura se deu com a testagem, criação e padronização de diversas novas ferramentas e técnicas (WOMACK, J.P.; JONES, D.T.; ROOS, D., 1992). Para citar algumas dessas técnicas: qualidade na fonte, just-in-time (JIT)/ Kanban, setup rápido ou troca rápida de ferramentas (TRF), células de manufatura, o fluxo de produção de uma peça ou fluxo unitário de peças e o nivelamento da produção (heijunka).

O STP tem como base a eliminação dos desperdícios e possui dois pilares de sustentação: o just-in-time (JIT) e a autonomação (OHNO, 1997; SHINGO, 1996). Segundo SHINGO (1996), just-in-time significa “no momento certo”, “oportuno” e tem como objetivo eliminar todas as atividades que consomem recursos, mas que não agregam valor ao produto, os desperdícios. No STP os sete tipos de desperdícios são: superprodução, espera, transporte, processamento, estoques, movimentos e produção de itens defeituosos. (OHNO, 1997; SHINGO, 1996).

Para Motwani (2003), existem várias ferramentas que podem ser utilizadas para se alcançar a manufatura enxuta. Dentro desse conceito “enxuto”, existem vários conceitos, e apesar de muitos deles serem implementados individualmente, o potencial completo da organização não pode ser atingido sem a implementação de todas essas ferramentas, pois constituem sistemas fortemente integrados. Como resultado, tem-se a redução dos lead times, gerenciamento just-in-time, fluxo contínuo de produção, redução de custos, maior satisfação no trabalho, menores inventários e maiores níveis qualidade (KASUL, MOTWANI, 1997).

Liker (2005), explica que a figura inicia com as metas de melhor qualidade, menor custo e menor lead time, representado no telhado. As duas colunas externas – just-in-time e autonomação (jidoka), sustentam a forma de atendimento das metas, considerados os pilares do SPT. A primeira, segundo Mondem (1998) significa produzir as peças corretas, na quantidade e momento certos. A autonomação pode ser traduzida como controle de defeitos autônomo, ou seja nunca deixar que um defeito passe para a próxima estação e liberar as pessoas das máquinas – automação com toque humano. No centro do sistema estão as pessoas, sem as quais, não é possível funcionar. Por fim há vários processos e também nivelamento da produção, que significa nivelar a programação da produção tanto em volume quanto em variedade.

3.3 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP)

Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), planejar é “entender como a consideração conjunta da situação presente e da visão de futuro influencia as decisões tomadas no presente para que se atinjam determinados objetivos no futuro” e essa função está contida no sistema de administração da produção.

São várias as funções de um sistema de PCP. Nazareno (2008) cita as seguintes funções:

Previsão de demanda;

Planejamento agregado;

Programação mestra;

Planejamento de capacidade;

Planejamento de materiais;

Emissão de ordens e;

Programação e controle da produção.

O planejamento e controle da produção (PCP), para Slack et al. (2002) tem como objetivo “garantir que os processos da produção ocorram eficaz e eficientemente, e que produzam produtos e serviços conforme requeridos pelos consumidores”. O planejamento está baseado em planejar e controlar os processos de manufatura, incluindo materiais, máquinas, pessoas e fornecedores.

Para aplicação do STP presume-se primeiramente equilibrar ou nivelar a produção, pois o nivelamento é uma ferramenta abordada no planejamento e controle de produção de um sistema, sendo isto responsabilidade do pessoal de controle da produção ou administração da produção (LIKER, 2005).

3.4 NIVELAMENTO DA PRODUÇÃO

Segundo Liker (2005), o foco mais comum das implementações de ferramentas enxutas está na identificação e eliminação de perdas. Porém, muitas empresas não conseguem alcançar o processo de estabilizar o sistema e criar uniformidade e com isso um fluxo de trabalho enxuto equilibrado.

O nivelamento da produção é uma prática que possibilita a minimização do desperdício de superprodução (MENEGON, NAZARENO e RENTES, 2003). Sendo assim, é possível que a empresa diminua

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