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O Cibertrabalho

Por:   •  8/3/2018  •  2.239 Palavras (9 Páginas)  •  354 Visualizações

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O trabalho remoto surge em 1857 através do sistema de telégrafo, quando J. Edgar Thompson, proprietário de uma estrada de ferro, gerenciava divisões remotas. O termo teletrabalho só nasce na década de 70 durante a crise do petróleo com a ideia de reduz gastos com deslocamento de pessoas de casa para o trabalho e vice-versa. Nesta mesma década desenvolve-se no Japão o sistema Toyota de Produção, Toyotismo. Este sistema baseia-se no Just-in-time (nada deve ser produzido, comprando ou transportado antes da hora) e na automação. Estes dois métodos basicamente são formas de se evitar o desperdício, uma das maiores preocupações do sistema Toyotista. Neste contexto, o teletrabalho ganha mais espaço, visto que os teletrabalhadores não desperdiçam tempo com transporte no trajeto residência – sede da empresa. Assim como não desperdiçam dinheiro (gasolina, transporte público, alimentação) evitando também o uso de infra-estrutura da empresa, diminuindo uma grande parcela de gastos com o ambiente de trabalho.

No mercado produtivo, o teletrabalho constitui uma modalidade de trabalho viabilizada pela tecnologia da informação e da comunicação, importando não apenas em supressão de barreiras geográficas, mas também otimizando o relacionamento entre empregado e empregador, além de diminuir os custos da produção, uma vez que, de regra, é desenvolvido fora da estrutura física tradicional o tomador do serviço.

No entendimento de Alice Monteiro de Barros (2009, p.237):

Aliás, essa nova forma de trabalhar poderá ser também transregional, transacional e transcontinental. Esse tipo de trabalho permite até mesmo a atividade em movimento. Ele é executado por pessoas com média ou alta qualificação, as quais se utilizam da informática ou da telecomunicação das atividades.

É importante ressaltar que quando se fala em teletrabalho não se fala apenas em telemarketing. Existem diversas outras áreas de atuação, como por exemplo, vendas, consultoria, engenharia e prestadores de serviços, principalmente na área de tecnologia da informação, executivos de grandes empresas, consultores externos e gestores regionais.

- CIBERESPAÇO

Antes da discussão sobre o cibertrabalho em si, é necessário o conhecimento sobre o meio em que este se propõe, o ciberespaço. Esta ideia teve seu início na década de 90 através das redes telemáticas e da difusão da internet. Estes instrumentos geram fenômenos que vão muito além da comunicação no sentido estrito do termo. “Mais do que um meio de comunicação, elas oferecem suporte a um espaço simbólico que abriga um leque muito vasto de atividades de caráter societário, e que é palco das práticas e representação dos diferentes grupos que o abitam”. (GUIMARÃES JR., 2000).

Um dos temas fetiche da década de 90, a virtualidade era largamente associada a uma concepção contrária, a “não-realidade”. Porém, se analisarmos intrinsicamente, percebe-se que o virtual não se opõe ao real, mas sim o transforma e complementa, pois ultrapassa as noções de tempo e espaça guiadas pelo real, criando assim uma nova realidade ao invés de uma “não-realidade”. “O virtual não é o oposto do real, mas sim uma esfera singular da realidade, onde as categorias de espaço e tempo estão submetidas a um regime diferenciado. ” (GUIMARÃES JR., 2000).

[pic 3]

Visto isso, o termo ciberespaço pode ser definido como um “lugar virtual” possibilitado pelas tecnologias de telecomunicação e telemática, e principalmente, as viabilizadas através do computador. No seu início, o ciberespaço era implementado pelas redes telemáticas, como por exemplo, teleconferências analógicas e comunicação entre radio amadores. A partir da década de 90, a rede de computadores começou a ganhar espaço com a difusão da internet e hoje é praticamente responsável por toda implementação do “lugar virtual”.

- CIBERTRABALHO

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) define o cibertrabalho como sendo o trabalho que é executado com o uso de tecnologias de informática em um local distante do escritório central ou instalação de produção onde o trabalhador não tem nenhum contato pessoal com os colegas de trabalho. Esta forma de trabalho surgiu em meio ao teletrabalho na década de 90 e foi ganhando força na medida em que se surgiam novos avanços na informática e nas redes de computadores proporcionados por conexões via internet. Percebem-se dois pontos importantes que caracterizam o cibertrabalho: tecnologia e lugar.[pic 4]

É preciso que o funcionário realize suas funções e obrigações através de equipamentos tecnológicos que permitam a execução das tarefas remotamente, como por exemplo, aparelhos celulares, computadores e internet. Em relação ao lugar, assim como no teletrabalho, o cibertrabalho é realizado no domicilio do empregado, em centros de teletrabalho ou qualquer outro lugar que não seja de propriedade da empresa.

Além das grandes empresas de tecnologia de informática, Google, Microsoft, IBM, o cibertrabalho está presente nos mais diversos ramos profissionais, por exemplo, telemedicina (consulta, diagnósticos e cirurgias remotas), tele ensino (cursos ministrados à distância) e teletrade (transações comerciais no comércio eletrônico).

[pic 5]

Em relação ao critério comunicativo entre empregado e empregador, o cibertrabalho pode ser classificado de duas formas, conectado (online) e desconectado (off-line). Na modalidade online o empregado mantém-se constantemente conectado a empresa através de equipamentos de informática (internet). No caso do cibertrabalho off-line, o empregado não fica constantemente conectado ao servidor central da empresa. As informações referentes aos serviços prestados são geralmente enviadas por correio eletrônico.

Existe uma grande discussão a respeito dos freelancers que prestam serviços de informática (web design, programadores, entre outros) no que diz respeito ao tipo de trabalho que estes prestadores de serviços representam, autônomos ou cibertrabalhadores? Carla Carrara Jardim (2003) afirma que:

“O trabalhador autônomo é o prestador de serviços que não tem vínculo de subordinação, portanto não está sujeito ao poder diretivo, disciplinar e de controle do empregador. É ele quem organiza sua própria atividade, escolhe sua clientela, fixa seus horários, seus prazos para execução, escolhe suas ferramentas, valora seu trabalho e pode em alguns casos, contar com a colaboração

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