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O SORGO COMO BIOCOMBUSTÍVEL

Por:   •  23/12/2018  •  2.982 Palavras (12 Páginas)  •  419 Visualizações

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Devido à sua semelhança com a cana-de-açúcar, o sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é considerado uma promissora fonte de matéria-prima para biocombustíveis, essa gramínea é, provavelmente, o mais eficiente produtor de energia acumulada da fotossíntese e pode fornecer a chave de um processo racional de fermentação alcoólica para produzir energia concentrada sob bases renováveis.

2 FENOLOGIA DO SORGO SACARINO

O sorgo sacarino é planta anual, apresenta a seguinte classificação botânica: Tribo: Andropogoneas e subfamília Panicoidae; Ordem: Poales; Família: Poaceae; Gênero: Sorghum e Espécie: Sorghum biocolor. Apresenta caule compostos por nós, entrenós ou internódios, que sustentam as folhas e inflorescências. A altura da planta é variável entre genótipos, dependendo do número e comprimento dos entrenós, gerando inflorescência terminal tipo panícula, que é rica em amido. A panícula é aberta e produz grãos (sementes), o fruto é uma cariopse ou grão seco (FERREIRA, 2015).

O sorgo é planta C4 com elevada atividade fotossintética A cultura de sorgo sacarino se caracteriza por ser de ciclo fenológico curto (de 90 a 120 dias) alcançando sua maturação fisiológica em período aproximado de 4 meses, capaz de produzir teores de açúcares próximos aos de cana-de-açúcar em uma escala de tempo semelhante.

Em Sorghum bicolor (L) Moench o termo “sacarino” é utilizado para descrever tipos de sorgo que apresenta colmo suculento, rico em açúcar e de elevado potencial de produção e grãos. Pode produzir entre 40-70 t.ha1 de biomassa com o Brix variando de 16 até 23%. O acúmulo destes açúcares se dá na fase de floração e é continuo até a maturação fisiológica da planta.

Segundo Ferreira (2015) são características da cultura do sorgo, resistência a diferentes condições de estresses ambientais, precocidade, pode rebrotar, o plantio é via semente além de possuir múltiplos usos (alternativa para produção de alimentos, etanol de primeira e segunda geração, biomassa para geração de bioeletricidade). Outro fato é a possibilidade de antecipar a colheita em aproximadamente 45 dias(com relação à cana-de-açúcar), o que coloca o sorgo sacarino como excelente matéria-prima para produção de etanol na entressafra.

Devido às características xerofíticas, o sorgo mantém-se dormente durante o período de seca, retomando o crescimento assim que as condições sejam favoráveis. A resistência do sorgo sacarino a seca se deve ao fato de apresentar sistema radicular profundo, ramificado e extenso, o que permite a planta explorar mais volume de solo e ser eficiente na extração da água do solo.

Quanto à fenologia, o sorgo é diretamente afetado pelas condições ambientais, a qualidade do caldo sofre influência direta do estágio fenológico em que é colhido . Para tanto, faz se necessário o estabelecimento das melhores épocas de colheita, determinação das características tecnológicas e físico-químicas para obtenção de melhores rendimentos fermentativos.

Outro ponto que merece ser destacado é o processamento desta matéria-prima que necessita de poucos ajustes agrícolas sem nenhuma adaptação industrial. A utilização desta cultura pode ainda trazer os benefícios de reduzir os riscos de desabastecimento de etanol, ajudar na estabilização dos preços e reduzir a importação deste combustível e gasolina. Fontes alternativas de rentabilidade e sustentabilidade é uma busca constante por parte do setor sucroenergético para manter altos níveis de produtividade e competitividade.

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3 SORGO SACARINO E CANA-DE-AÇÚCAR

O sorgo requer três vezes menos água que a cultura de cana-de-açúcar, e um ciclo de crescimento vegetativo quatro vezes menor, possibilitando a colheita de duas a três safras anuais de acordo com a região e disponibilidade de irrigação. Sua característica fenológica, possibilita a produção de etanol durante o período da entressafra da cana-de-açúcar, quando plantado no início do período chuvoso (setembro), com colheitas a partir de janeiro. Apresenta quantidade de Açúcares Redutores Totais (ATR) com valores próximos aos de cana-de-açúcar, possibilitando valores de eficiência fermentativa da ordem de 90%.

Apesar de apresentar inúmeras vantagens a cultura de sorgo sacarino não propõe a substituição da cana-de-açúcar, mais uma complementação. Com o plantio e colheita de sorgo e posterior plantio de cana, uma vez que no Brasil, a cana-de açúcar destaca-se como uma das principais fontes de matéria-prima na produção sustentável de etanol.

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4 SORGO PARA PRODUÇÃO DE ETANOL

O sorgo sacarino, que tem se mostrado viável graças ao desenvolvimento de sementes híbridas, pode ser uma alternativa rentável para a manutenção da produção entre novembro e março, época em que tradicionalmente as empresas não produzem, mas gastam muito com a manutenção de maquinário e pagamentos de salários. O potencial produtivo e lucrativo da planta tem animado as empresas. Antônio Kaupert, gerente de vendas e marketing da Ceres, explica que estudos apontaram produção média de 2,5 mil litros de etanol por hectare plantado com sorgo, enquanto a mesma área com cana produz entre 7 e 10 mil litros. "Com esse volume, o sorgo vai ajudar as usinas a diminuírem custos e ainda lucrar com venda de etanol durante o ano todo."

Desde 2008, a Ceres desenvolve pesquisas com usinas parceiras. Na safra 2011/2012, a empresa monitorou pequenas áreas de plantio em 16 usinas do Sudeste e Centro-sul, incluindo unidades da Raízen no interior de São Paulo. Na atual safra, esse número chegou a 32. "Os maiores grupos usineiros do país estão conosco nessa fase de comprovação da produtividade do sorgo sacarino", explica Kaupert. Nos próximos anos, a expectativa é de que o sorgo seja cultivado em um milhão de hectares em todo o país. "Estimamos produtividade de 3 mil litros de etanol por hectare, o que geraria um lucro adicional de aproximadamente R$ 1.000 por hectare", diz Kaupert. Segundo cálculos do executivo, o Brasil terá cerca de 2,5 bilhões de litros de etanol a mais a cada temporada.

Em um plano geral, o plantio de sorgo em

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