A Disfunção Erétil
Por: Salezio.Francisco • 30/9/2018 • 14.383 Palavras (58 Páginas) • 304 Visualizações
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Histórico e Classificações de Disfunção Erétil 12
CAPÍTULO II - Ereção e Anatomia 16
CAPÍTULO III – Tratamento Medicamentoso e Psicológico 28
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA 51
INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve como finalidade, entender como o Psicólogo atua diante dos Transtornos Sexuais Masculinos, especificamente sobre a disfunção erétil. Foi relevante delinear aqui a atuação do médico, seja nas áreas da urologia ou da andrologia, mais as modernas medicações e tratamentos aplicados, e a atuação do psicólogo nos casos do tratamento da impotência causada por fatores psicológicos. Vale destacar que grande parte dos recentes trabalhos científicos, conclui que a maioria dos casos de impotência sexual, tem causas multifatoriais.
Abordamos neste trabalho todo histórico da disfunção erétil, os primeiros estudos, a sua classificação. Procuramos entender toda parte biológica, o que causa a disfunção erétil e quais os tratamentos possíveis e necessários. Por fim e mais relevante entender a importância da atuação do Psicólogo no Tratamento da Disfunção Erétil.
Impotência sexual é o termo mais conhecido, mas será utilizado neste trabalho, por ser considerado mais adequado, o termo disfunção erétil, que é definida como a constante incapacidade do homem em obter e/ou manter uma ereção peniana com rigidez e tempo de duração suficiente para uma satisfatória relação sexual (MESSINA, 2002). Esse termo passa a ser usado a partir de 1993, por parte do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, que conclui que disfunção erétil, expressa com maior precisão essa disfunção (MESSINA, 2002).
A tentativa médica de desassociar a acepção de “impotência” atribuída aos portadores de disfunção erétil é recente. Fica claro que de alguma forma, procurou-se encontrar um modo politicamente correto de referir-se ao sintoma, sem que este remeta ao estigma cultural e social que o termo impotência traz, ou seja, este termo atesta a própria sensação subjetiva implicada no sintoma: estado do indivíduo impotente; falta de força; falta de poder. O termo impotente pode ainda estar associado à fragilidade, passividade, conceitos estes que em nossa cultura, remetem à homossexualidade masculina, e ser assim rotulado, aparecem, com o início dos sintomas, como um dos maiores medos de muitos homens com disfunção erétil (GRASSI; PEREIRA, 2001). A Impotência Sexual não é encontrada nas classificações internacionais de doenças com este nome. O DSM-IV aborda o problema subdividindo-o em vários tópicos, tais como Transtornos do Desejo Sexual, Transtorno de Excitação Sexual, Transtornos do Orgasmo e Transtorno de Dor Sexual (BALLONE, 2007).
Antigamente a impotência sexual não era vista como um problema médico, e os dados epidemiológicos não traduziam a importância da síndrome, pois a impotência sexual estava relacionada ao envelhecimento e, quando um indivíduo jovem era acometido de disfunção erétil ou impotência sexual, o tachavam de desequilibrado psicologicamente. Na década de 70, aumentaram as pesquisas nesse sentido, e as explicações sobre o mecanismo de ereção e suas fisiopatologias foram ficando mais consistentes (MATHEUS; FRAGONESI; FERREIRA, 2009).
A disfunção erétil é uma forma de disfunção sexual, termo este que é utilizado para uma variedade de problemas com o sexo, por isso os dois termos não são intercambiáveis, então é importante se diferenciar a disfunção erétil de disfunção sexual, sendo que esta última abrange outras condições tais como a ejaculação precoce, por exemplo, (ELLSWORTH; STANLEY, 2003).
Tal disfunção não pode ser considerada uma doença, e sim, uma manifestação de uma condição clínica subjacente. Daí a importância de uma cuidadosa avaliação para identificar os processos de doença ocultos que estejam causando este problema, que pode ser um sintoma de uma condição tal como hipertensão ou diabete mellitus, que certamente irão causar dano futuros ao indivíduo (ELLSWORTH; STANLEY, 2003).
É importante destacar que muitos homens experimentam problemas temporários de ereção em determinados momentos de suas vidas, quer sejam fisiológicos, quer sejam psicológicos, mas tais problemas podem ser ocasionais, e não significam que a disfunção erétil venha a se tornar uma condição crônica. Vale acrescentar ainda, que um homem pode sabotar suas ereções, devido à preocupação excessiva com a sua capacidade de desempenho, mesmo quando não existem problemas de ordem física, e dessa forma, só se pode caracterizar a disfunção erétil quando o problema é de ordem contínua e persistente (ELLSWORTH; STANLEY, 2003).
A disfunção erétil é vista como uma situação comum que angústia a população masculina, e vem crescendo não só nos países desenvolvidos, mas também naqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Hoje é considerado um problema de saúde pública relevante, uma vez que essa disfunção é considerada um problema multifatorial. Dessa forma, é importante que se obtenham informações sobre sua prevalência e seus determinantes, visando melhorar a qualidade de vida da população, buscando alternativas eficazes, seguras e de baixo custo (FALCHI, 2006).
A maioria dos homens experimenta ou vive em algum momento de sua vida, uma ocasional incapacidade de ereção, que pode ser causada por estresse, consumo excessivo de álcool ou mesmo fadiga, fatos que não devem trazer preocupação. Caso esta condição permaneça e traga danos a sua atividade sexual normal, é necessário procurar um médico da área, visto que tal situação afeta a qualidade de vida do sujeito, podendo ser devastadora na vida do casal. Porém, muitos homens com disfunção erétil sofrem em silêncio (FARIA, 2007).
Existe hoje uma maior cobertura por parte dos meios de comunicação a respeito das novas terapias orais para a disfunção erétil, sendo o Viagra (sildenafil), a mais conhecida delas, trazendo uma sensação de que dia a dia se amplia uma crescente liberdade para se discutir a questão. Mas nem todos os homens com disfunção erétil estão dispostos a levar esse delicado assunto aos médicos. Antes do Viagra, cerca de 10% dos homens procuravam
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