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Probióticos em recem nascidos

Por:   •  5/5/2018  •  3.948 Palavras (16 Páginas)  •  293 Visualizações

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termo probiótico, de origem grega, significa “para vida”. Foi inicialmente definido como compostos ou extratos de tecidos capazes de estimular o crescimento microbiano. Posteriormente probiótico foi definido como relativo a organismos e substâncias que contribuíam para o equilíbrio microbiano intestinal, no entanto, ‘substância’ poderia incluir suplementos tais como antibióticos, cuja função é oposta, e devido a este fato, esta definição foi alterada.3

Atualmente é apresentada uma definição mais específica, onde probióticos são microrganismos vivos ou suplemento alimentar microbiano vivo que, administrados em quantidades adequadas, exibem um efeito benéfico sobre a saúde do hospedeiro após ingestão, resistindo ao trato digestivo (aos ácidos clorídrico e biliar), colonizando o intestino e causando melhoria das propriedades da microflora nativa ou equilíbrio da microbiota intestinal. 1,4,2,3

Segundo a ANVISA, medicamente probiótico é definido como o medicamento que contém micro-organismos vivos ou inativos para prevenir ou tratar doenças humanas por interação com a microbiota, com o epitélio intestinal, com as células imunes associadas ou por outro mecanismo de ação.

Probióticos promovem inúmeras funções com benefício ao organismo humano tais como: Proteção contra proliferação de microrganismos patogênicos; Efeito imunomodulador; Restauração da permeabilidade intestinal; Produção de nutrientes, a partir dos alimentos, oriundos da dieta. 3

A principal ação dos probióticos ainda não é totalmente definida, mas podem ser citados como principais mecanismos de ação: competição por sítios de ligação, formando uma barreira física às bactérias patogênicas; competição por nutrientes; estímulo do sistema imune; produção de bactérias antibacterianas; além de auxiliar na digestão, absorção e produção de nutrientes. 2,1

Dados científicos recentes têm ressaltado a contribuição da flora intestinal para a manutenção da saúde humana. Dentre os benefícios apontados, citam- se o antagonismo aos agentes patogênicos, o efeito de barreira da microbiota e a modulação das funções imunes. 4

Existem dois requisitos para a eficácia dos probióticos: o número mínimo de bactérias probióticas viáveis no produto alimentar na altura do consumo e o armazenamento dos produtos alimentares a temperaturas viáveis de refrigeração.¹

Atualmente, os probióticos são comercializados na forma de nutracêuticos e de alimentos funcionais. Nutracêuticos são produtos fabricados na forma medicinal (pílulas, tabletes, pó etc.).²

A legislação brasileira para alimentos funcionais ainda é principiante, as bactérias aprovadas para uso em produtos probióticos são: Lactobacillus acidophilus, L. casei Shirota, L. rhamnosus, L. defensis, L. bulgaricus, L. paracasei, Bifidobacterium animallis, B. bifidum, B. longum, Enterococcus faecium e Streptococcus thermophillus.¹

Entre os microrganismos mais utilizados como probióticos, estão as bactérias, principalmente as gram-positivas produtoras de ácido lático, que habitam o trato gastrointestinal, como os lactobacilos e as bifidobactérias. Atualmente as leveduras que se enquadram nessa finalidade é a Saccharomyces boulardii e a Saccharomyces cerevisiae, que podem ser utilizadas sozinhas ou associadas com a finalidade de auxiliar as bactérias produtoras de ácido lático. São encontrados no mercado brasileiro alguns produtos alimentícios contendo probióticos, como leite aromatizado ou não, iogurte e farmacêuticos.1,2

Os microrganismos que funcionam como probióticos não se multiplicam rapidamente e por isto não permanecem colonizadores perenes. O trato gastrintestinal é estéril logo após o nascimento e a aquisição da flora bacteriana inicia-se precocemente sendo que, ao final das primeiras 24 horas de vida, podem-se encontrar número significante de bactérias anaeróbias facultativas, micrococos, estreptococos e coliformes.³

Lactobacilos e bífido bactérias produzem compostos orgânicos, decorrentes da atividade fermentativa, como ácido láctico, peróxido de hidrogênio e ácido acético que aumentam a acidez intestinal, e substâncias denominadas bacteriocinas, proteínas metabolicamente ativas, que auxiliam na destruição de microrganismos indesejáveis inibindo proliferação bacteriana e o dano ao epitélio intestinal.³

O uso oral de probióticos é considerado seguro e até recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em orientações específicas, probióticos têm sido demonstrados favoráveis. No entanto, alguns eventos adversos podem ser associados ao uso de probióticos, tais como, infecção sistêmica, alterações metabólicas e transferência de genes entre microrganismos.²

Deve-se evitar o uso concomitante com antibióticos, pois pode haver redução da ação do medicamento. Para as pessoas sadias, o consumo regular de probióticos contribui para um intestino saudável, desde que aliado a outros fatores nutricionais e a um estilo de vida equilibrado.²

Ainda não há uma unanimidade em relação às quantidades ideais de administração dos probióticos para que eles apresentem seus efeitos benéficos no hospedeiro.¹

3.1. Gênero Bifidobacterium

Bífido bacterium são microrganismos gram-positivos, não formadores de esporos, desprovidos de flagelos, catalases negativos e anaeróbios. Pode apresentar formas variadas que incluem bacilos curtos e curvados e bacilos bifurcados.³

Inclui 30 espécies, 10 das quais são de origem humana (cáries dentárias, fezes e vagina), 17 de origem animal, 2 de águas residuais e 1 de leite fermentado; esta última tem a particularidade de apresentar uma boa tolerância ao oxigênio, ao contrário da maior parte das outras do mesmo gênero.³

As bífido bactérias são bactérias de extrema importância no trato gastrointestinal do ser humano e de outros mamíferos. Estão amplamente distribuídos, sendo a razão em que eles se encontram dependente da idade e da dieta alimentar.³

Registram-se igualmente alterações nos perfis das espécies constituintes ao longo da vida, sendo típicos nos neonatos o B. infantis e o B. breve e B. adolescentis nos adultos, o B. longum perdura por toda a vida sendo mais preferido para compor os alimentos funcionais. Bifidum bacterium predomina no intestino grosso, principalmente ao nível de cólon proximal, enquanto Lactobacilos são mais prevalentes na porção distal e no intestino Delgado.³

Elas são capazes de promover lise de proteínas com potencial alergênico no trato gastrintestinal. Esse processo pode contribuir para a redução da alergenicidade das proteínas minimizando o risco de alergia

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