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Toxina Botulínica

Por:   •  7/4/2018  •  2.314 Palavras (10 Páginas)  •  269 Visualizações

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A Toxina Botulínica é absorvida através do trato digestivo, atingindo a corrente sanguínea e sendo transportada para os terminais neuromusculares. No caso de ocorrer absorção cutânea a toxina é transportada pelo sistema linfático até os terminais neuromusculares.

2.2 Mecanismo de Ação

O mecanismo de ação da Toxina Botulínica é bastante complexo e será descrito de forma sintetizada. Tal toxina exerce grande influência sobre as células nervosas com crítico efeito sobre elas, age seletivamente no terminal nervoso periférico colinérgico, inibindo a liberação de acetilcolina (neurotransmissor responsável pela contração), porém não ultrapassa a barreira cerebral e não inibe a liberação de acetilcolina ou de qualquer outro neurotransmissor a esse nível.

Ao entrar na corrente sanguínea, a toxina atinge os terminais nervosos estabelecendo uma ligação com a membrana neuronal desses terminais, ao nível da junção neuromuscular, essa ligação ativa o deslocamento da toxina para o citoplasma do terminal do axônio através de endocitose, ocasionando o bloqueio da transmissão sináptica excitatória, que leva à paralisia flácida. É essencial que a toxina penetre o terminal do axônio, de forma a exercer o seu efeito, sendo que a ligação desta é seletiva.

2.3 Indicações

As aplicações da Toxina Botulínica são diversas abrangendo tanto a Medicina

Estética como a Medicina Terapêutica e apresenta uma divergência importante nas técnicas e nas doses a aplicar. As indicações de tratamento não-estético dividem-se em três grandes grupos baseados nos órgãos alvo de ação, porém vale destacar seu uso nos tratamentos de Hiperidrose, Estrabismo, Blefaroespasmo, Espasmo Hemifacial e Distonia Cervical ou Torcicolo Espasmódico, as indicações estéticas serão descritas posteriormente.

- Músculo-esquelético (Terapêutica)

Oftalmologia: Nistagmo adquirido; Oscilopsia; Fasciculação Ocular.

Otorrinolaringologia: Distonias focais: lingual, oromandibular, labial, laríngea e orofaríngea; Gagueira e tremor essencial da voz; Bruxismo e distúrbios temporomandibulares.

Neurologia: Discinesia tardia e mioclonia; Tremores; Cefaleia tensional; Espasticidade da esclerose múltipla; Paralisia progressiva supranuclear; Rigidez extrapiramidal e Doença de Parkinson; Hipercinesia extrapiramidal: tiques; síndrome de Tourette.

Proctologia: Fissura anal; Hemorroidas; Distúrbios do esfíncter externo; Anismo; Obstipação.

Ginecologia: Vaginismo e Vulvodínea; Mamilo irritável.

Cirurgia: Diagnóstico e estabilização pré-cirúrgica; Controle da dor por espasmos no pós-operatório.

Fisiatria: Espasmo lombar; Sequela de Paralisia facial.

Ortopedia: Lesões de Desporto; Imobilizações em pacientes com automatismos.

- Terapêutica Sensorial

Dor: Migrânia (Enxaqueca); Neuralgia do trigêmeo.

- Músculo liso e glândulas (Sistema Nervoso Autônomo)

Gastroenterologia: Obesidade; Acalásia; Sincinesias gástricas; Obstrução alta do piloro.

Dermatologia: Hiperidroses craniofacial; Síndrome de Frey; Hiperidrose inguinal, génito-retal e nádegas.

Fisiatria: Sialorréia; Hiperidrose de coto de amputação.

Urologia: Bexiga neurogênica; Prostatite e hipertrofia benigna da próstata.

2.4 Contra Indicações

Absolutas: Alergia conhecida ao medicamento ou a seus componentes; Infecção no sítio do bloqueio; Gravidez e aleitamento; Expectativa irreal do paciente; Instabilidade emocional.

Relativas: Doença neuromuscular associada; Pessoas que necessitam da expressão facial; Coagulopatia associada e/ou descompensada doença auto-imune em atividade; Falta de colaboração do paciente para o procedimento global; Uso de potencializadores como aminoglicosídeos em até 4 semanas antes do procedimento; Uso de aspirina ou antiinflamatórios não esteróides em até 4 semanas antes do procedimento.

2.5 Complicações

A aplicação da Toxina Botulínica está associada à ocorrência de diversas complicações, na maioria das vezes reversíveis. Essas reações adversas podem ser decorrentes de dois fatores: do próprio produto ou da técnica utilizada na injeção. Importante destacar que as complicações podem variar em função da indicação terapêutica a realizar e de fatores pré-existentes nos pacientes. Como em outras intervenções, os efeitos adversos podem ser reduzidos usando técnicas de aplicação e doses adequadas.

Entre as complicações mais frequentes associadas à aplicação da Toxina Botulínica destacam-se:

- Face:

- Cefaleia: dor de cabeça;

- Supercílio: ptose, elevação excessiva da cauda;

- Pálpebra: ptose superior e/ou inferior, dificuldade de oclusão, maior evidência da flacidez e do excesso de pele, agravamento da herniação de gordura da região inferior, ectrópio;

- Olho seco: produção de pouca lágrima ou deficiência em sua composição;

- Alterações visuais: diplopia (visão dupla), dificuldade de acomodação visual, perda da visão;

- Agravamento das linhas zigomáticas;

- Agravamento das rugas nasais;

- Lábios: desvio de rima (linha que caracteriza o encontro do lábio superior e inferior), ptose do lábio superior, dificuldade de movimentação;

- Boca seca: produção insuficiente de saliva;

- Disfagia;

- Dificuldade de movimentação do pescoço;

- Alterações locais: edema, dor, paresia, equimose, hematoma, hemorragia, eritema, sensação de peso, prurido;

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