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HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

Por:   •  4/3/2018  •  5.796 Palavras (24 Páginas)  •  307 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A história das infecções hospitalares (IH) está intimamente ligada à história da medicina e a relação entre os hospitais e as infecções acompanha a criação dos primeiros nosocômios.

Na história, as doenças infecciosas desafiam os avanços científicos e tecnológicos com consequências drásticas à saúde em âmbito regional e até mundial. Assim, a ocorrência da infecção tem mobilizado a atenção de profissionais, pesquisadores, órgãos e associações públicas e privadas na tentativa de implementar medidas efetivas de prevenção e controle. Tradicionalmente as medidas profiláticas representam as maiores aliadas dos profissionais de saúde, fazendo-se necessários esforços contínuos e articulados em um enfoque multiprofissional.

A importância das mãos na transmissão de doenças já era observada na Grécia em 460 a.C. por Hipócrates com seus registros dos fenômenos biológicos. Ele ressaltava a cura das feridas com a lavagem das mãos antes da cirurgia e o uso da água fervida e vinho na limpeza dos ferimentos (OLIVEIRA; ARMOND; CLEMENTE, 2005).

A higienização das mãos, foi descoberta por Marimonides no século XI, que constatou a eficiência desta técnica asséptica para o bloqueio de transmissão de doenças. Em 1846, Ignaz Semmelweis, medico húngaro, realizou a primeira evidencia cientifica através da higienização das mãos, prevenindo a transmissão de febre puerperal, vários cientistas e filósofos também comprovaram a eficiência desta técnica, porém, alguns profissionais da saúde ignoravam esta técnica, pois não conseguiam compreender sua importância relacionada aos mecanismos da transmissão de doenças (SANTOS, 2011).

Na mesma época, o médico alemão Robert Koch contribuiu para uma maior compreensão da importância dos microrganismos na transmissão de doenças. Ao estudar o carbúnculo, provou que um tipo específico de microrganismo causava uma determinada doença (BRASIL, 2008).

Muitas décadas se passaram e diversos cientistas e filósofos comprovaram e defenderam a causa da assepsia. Mesmo com a constatação do valor da higienização das mãos na prevenção da transmissão de doenças, profissionais de saúde, independentemente de importância ou posição, continuam ignorando o valor de um gesto tão simples e não compreendem os mecanismos básicos da dinâmica de transmissão das doenças infecciosas (SCHMIDTS-WINKLER, 1998).

Entre 1975 e 1985 foram publicados vários guias acerca de práticas de higienização de mãos em hospitais nos EUA pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e no Brasil, em 1989, o Ministério da Saúde publicou o manual “Lavar as mãos: Informações para os Profissionais da Saúde”. Todos estes manuais buscavam orientar os profissionais quanto às normas e procedimentos corretos para higienizar as mãos visando prevenir e controlar as infecções hospitalares (BRASIL, 2008).

Na última década, o surgimento de microorganismos multirresistentes vem preocupando os hospitais em todo o mundo, na medida em que sua ocorrência no contexto das infecções hospitalares traz como consequência a diminuição de possibilidades terapêuticas e o aumento do tempo e custo das internações (PORTO

ALEGRE, 2007).

Durante a crise epidemiológica causada pelo vírus da Influenza A (H1N1) em 2009, foi apresentado, pelo Ministério da Saúde, um protocolo de procedimentos que visou a adotar medidas para o manejo dos pacientes, a fim de evitar ou reduzir ao máximo a possibilidade de transmissão do vírus. O tópico VII (referente a medidas de prevenção e controle) descreve a higienização das mãos como importante medida de prevenção da transmissão de diversas infecções, além da diminuição na propagação do vírus H1N1. Após o episódio epidemiológico ocasionado pelo agente em questão, emergiram novamente questões relacionadas com a prevenção, por meio da lavagem das mãos (BRASIL, 2011).

A saúde na América Latina é marcada por problemas, como, as doenças infecciosas e parasitárias, muitas vezes, veiculadas pelas mãos. Portanto, o trabalho apresentado mostrará a importância dos cuidados da higienização das mãos, já que um terço dessas doenças podem ser evitadas com medidas de controle à infecção, uma destas medidas é a adequada higiene das mãos (VERONESI, 2005). Estudos acerca dos processos de disseminação dos patógenos apontam as mãos dos profissionais da saúde como reservatório de microrganismos responsáveis pela infecção cruzada (SCHEIDT; CARVALHO, 2006).

Cabe ressaltar que o termo “lavagem das mãos” foi substituído, nas pesquisas que abordam a temática, por “higienização das mãos” (HM), o que implica e inclui todo conhecimento que possa fazer com que o ato em questão seja efetivado da maneira mais apropriada, acessível e menos dispendiosa possível (BRASIL, 2011).

A técnica foi utilizada por Florence Nightingale. Apesar de antiga, ainda se mostra como importante mecanismo para a redução de infecções hospitalares. O profissional de saúde adere pouco a essa medida, apesar de seu prévio conhecimento sobre os benefícios e relação direta na redução de infecções nosocomiais. Quando indagado, esse profissional, na maioria das vezes, relata realizá-la de forma sucinta (COELHO; SILVA; FARIA, 2011).

1.1 JUSTIFICATIVA

O procedimento em questão tem o objetivo de reduzir a transmissão de microrganismos pelas mãos, prevenindo infecções; mas sua eficácia, entretanto, depende de variáveis, como a duração, o emprego da técnica adequada, acesso à água corrente entre outros.

A equipe de enfermagem antes e após qualquer procedimento deve ter a consciência de realizar a lavagem correta das mãos, utilizando sabão liquido, papel toalha e antisséptico com base alcoólica, com a finalidade de reduzir ou eliminar os riscos de transmissão microbiana para a interrupção da cadeia de transmissão de doenças sendo que é uma técnica importante, eficaz e econômica para a prevenção ou não-propagação de infecções hospitalares.

A preocupação com as infecções, e o aumento de casos de superbactérias, justificam a revisão e aprendizado de técnicas de higienização das mãos.

1.2 OBJETIVOS

Para melhor visualização, os objetivos serão divididos em geral e específicos apresentados a seguir.

1.2.1

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