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PROPAGAÇÃO DA GRÁPIA (Apuleia leiocarpa)

Por:   •  27/3/2018  •  2.886 Palavras (12 Páginas)  •  293 Visualizações

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Conforme CARPANEZZI e CARPANEZZI (2006), devido à ocupação do território, a exploração indiscriminada de madeira, iniciada pela colonização favoreceu a expansão gradativa da agricultura. As árvores foram derrubadas e queimadas para dar lugar ao cultivo de milho, trigo, soja. Algumas regiões ainda guardam áreas protegidas restritas a ecossistemas naturais, que são alvo de preocupação em relação à sua conservação e preservação.

O pouco interesse pelo cultivo da grápia deve-se ao seu crescimento lento e pelas dificuldades para sua propagação. A germinação é difícil e irregular, pois, as sementes possuem tegumento muito duro; conseqüentemente torna-se necessário a escarificação para conseguir uma germinação mais rápida e uniforme (Kramer & Kozlowski apud RAMOS & ZANON, 1984).

A escarificação tem sido o método mais usado para superar a dormência devido à impermeabilidade do tegumento das sementes. Dentre outras a escarificação química tem apresentado bons resultados para várias espécies. Essa técnica consiste no emprego de substâcias que atuam sobre o tegumento da semente com a finalidade de balancear a entrada e a saída de água, gás Oxigênio e gás Carbônico (POPINIGIS, 1977; RAMOS E ZANON, 1984)

O enraizamento de propágulos com a utilização de brotos de mudas produzidas por semente apresenta uma série de vantagens em relação à de plantas matrizes adultas no campo, como maior facilidade de coleta das brotações, maiores índices e velocidade de enraizamento, maior vigor do sistema radicial e partes aéreas formadas, maior variabilidade genética, e a possibilidade de propagação vegetativa sem a necessidade de utilizar indutores de enraizamento, entre outras (WENDLING; FERRARI; DUTRA, 2005; SOARES et al., 2002).

De acordo com TOFANELLI et al (2002), a propagação assexuada por estaquia é amplamente utilizada para multiplicação de vegetais como para algumas espécies florestais e frutíferas. Por outro lado, varias espécies demonstram dificuldade em formar raízes adventícias em estacas. Esta característica é um dos principais fatores limitantes na utilização de estacas para a produção de mudas.

O substrato é outro fator muito importante para haver sucesso no enraizamento. Ele fornece água e um ambiente gasoso para o desenvolvimento do sistema radicular, contém materiais orgânicos e uma mistura de partículas de diferentes tamanhos e são divididas em classes texturais de acordo com a propagação dessas partículas. Aproximadamente 50% do volume total do solo são formados por espaços porosos, os quais são preenchidos por proporções variadas de ar e água dependendo das condições por proporções variadas de ar e água (RAVEN et al., 2007).

Dessa forma, o presente trabalho foi conduzido com o objetivo de analisar a influência de diferentes substratos na germinação de grápia, bem como a sua propagação por estaquia apical e mediana.

Material e Métodos

O experimento foi desenvolvido em casa de vegetação (4 x 5m ) no Rincão da Conceição, zona rural de Caibaté – RS, este localiza-se a uma latitude 28º17'16" sul e a uma longitude 54º38'18" oeste, estando a uma altitude de 286 metros. O clima é considerado subtropical úmido.

A pesquisa foi dividida em dois experimentos: um contemplando estacas e outro sementes.

Para o experimento um ( estacas) foi utilizada uma planta matriz de grápia de onde foram retiradas 180 estacas (90 apicais e 90 medianas), cada uma destas, com 15 cm contendo de 2 a 4 folhas nas porções apical e mediana.

A base das estacas foi mergulhada em solução fungicida Cercobin 700WP nas concentrações de 0,5mg/l, durante 1 minuto. A seguir, elas foram cultivadas em uma profundidade de 4 cm, em substratos acondicionados em copos de plástico (500 ml) com fundo perfurado.

No experimento dois as sementes oriundas de comércio fornecedor foram selecionadas a fim de se obter uniformidade quanto à coloração, tamanho e exclusão daquelas que se apresentavam danificadas. Antes de serem semeadas as sementes foram submersas ao ácido sulfúrico concentrado (98%), durante 20 minutos e após lavadas em água corrente por 5 minutos. Posteriormente, foram acondicionadas em uma profundidade de 4 cm no interior do substrato, dentro de copos de plástico ( 500 ml ) com fundo perfurado, ambas regadas diariamente na forma convencional para manter a umidade do substrato.

Tanto as estacas ( Tabela 1 ) quanto as sementes ( Tabela 2 ) foram cultivadas em 6 diferentes substratos: solo argiloso x terra mato, areia x terra mato, cascas de arroz x terra mato, solo argiloso x casca de arroz x terra mato, casca de arroz x areia x terra mato, areia x solo argiloso x terra mato.

Os tratamentos para o primeiro experimento seguiram esquema fatorial 2 X 6 envolvendo duas estacas (apical e mediana), e seis níveis de substrato. Para o experimento dois utilizou-se sementes distribuidas nos seis níveis de substratos.

O delineamento experimental adotado no experimento um foi com blocos casualizados, distribuidos em três blocos de doze tratamentos, sendo cada um deles com cinco repetições. Já para o experimento dois o delineamento experimentalcontemplou três blocos casualizados contendo seis tratamentos e dez repetições.

Após noventa dias da montagem de ambos os experimentos foram efetuados as avaliações e posteriormente a análise de dados.

Resultados e Discussão

Após noventa dias da montagem do experimento envolvendo estacas apicais e medianas constatou-se que as estacas medianas que foram submetidas ao tratamento dois ( T2 ), composto por terra do mato x solo argiliso emitiram parte áeria destacando-se em relação aos demais tratamentos testados. As estacas medianas tratamento oito ( T8 ) quando cultivadas em terra do mato x solo argiloso x areia e também aquelas submetidas a terra do mato x areiax casca de arroz, tratamento doze ( T12 ) apresentaram brotações num percentual um pouco menor que aquelas de tratamento dois ( T2 ). Resultados semelhantes foram encontrados quando usados em estacas apicais tratamento sete ( T7 ) Com esses dados pode se constatar que quando utilizado terra do mato e solo argiloso junto tanto na presença de areia ou casca se arroz ou também na ausência desses dois últimos os resultados na produção de mudas apartir de estacas medianas são similares. Entretanto, com as estacas apicais, a areia atua beneficamente na composição do substrato a que ela está submetida ( terra do mato x solo argiloso

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