A INVERSÃO DO MÉTODO DE CONSTRUÇÃO DO

A ENTREVISTA COMPREENSIVA

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A ENTREVISTA COMPREENSIVA

CAPITULO I A INVERSÃO DO METODO DE CONSTRUÇÃO DO OBJETO

No começo do livro, o autor tece criticas sobre a maneira de como a sociologia vem olhando suas pesquisas, realizando interpretações primitivas dos dados qualitativos servindo apenas mostrar de forma analítica e pragmática apenas um lado da realidade social. O autor chama isso de “industrialização da sociologia” porque realiza-se a investigação especializada que é o oposto de uma pesquisa de cunho teórico, pois a pesquisa altera a estrutura interna do saber fazendo-nos descontruir e reconstruir nosso pensamento acerca da realidade, enquanto que a investigação especializada apenas seleciona os dados e divulga-os.

A ideia do “artesão intelectual” é defendida pelo autor pois este seria o pesquisador que não apenas deseja colher informações e descrevê-las mas entende que é necessário compreender a realidade do seu entrevistado e participar dela, além de “dominar e personalizar os instrumentos que são o método e a teoria, num projeto concreto de pesquisa” (p.33). Com isso, o autor critica a formalização cientifica que limita a entrevista tornando-a um momento vazio, porém necessário para manter o entrevistado longe das possíveis influencias do entrevistador como sentimentos e opiniões. A entrevista é o instrumento de trabalho principal para aqueles que almejam a produção do conhecimento teórico, assim retira a ideia de formalismo que descaracteriza o ato de entrevistar. Mesmo adotando o distanciamento em relação ao entrevistado, o entrevistador acreditar estar recebendo informações precisas que se associam com as suas hipóteses. A analise destas informações não consegue assimilar as reais motivações do informante, pois ele não está envolvido e não tem confiança no entrevistador e assim enxerga a entrevista como um momento necessário mas sem importância.

O questionamento maior é de produzir-se conhecimento teórico de forma satisfatória, visualizando o campo como um local onde os problemas e as hipóteses se iniciam e não onde eles serão confirmados. O autor defende o processo compreensivo afirmando que é necessário compreender que as pessoas que detém um saber importante e que deve ser assumido no seu interior como um valor individual. O trabalho sociológico baseia-se “na capacidade de interpretar e de explicar a partir de dados recolhidos” (p.47).

A entrevista compreensiva proporciona um momento de compartilhamento de ideias entre o entrevistador e o informante, conduzindo-o a peça central, pois não está sendo interrogado a respeito da sua opinião mas pelo seu conhecimento, no qual o entrevistador não possui.

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