Quem foi Sófocles?

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- Indique uma idéia ou uma passagem do texto que lhe chamou atenção. Justifique sua resposta.

Uma idéia que me chamou a atenção na tragédia foi o uso dos variados personagens e seus relatos vividos na construção de uma verdade por completa. Essa idéia me chamou atenção, pois ela pode ser aplicada diariamente no mundo judiciário, sendo mais bem contextualizada em um tribunal, por exemplo, em que várias testemunhas podem compartilhar os seus testemunhos de forma a construir um relatório da situação capaz de incriminar o réu ou até mesmo livrá-lo de uma possível pena injusta.

- Estabeleça uma relação do fragmento com toda a trajetória de Édipo no decorrer da tragédia.

O fragmento em questão retrata resumidamente a trajetória de Édipo. A começar pela caracterização como o decifrador de enigmas, o fragmento remete a quando Édipo chega a Tebas e livra a cidade da Esfinge que a aterrorizava. O trecho “foi um senhor poderoso e por certo o invejastes em seus dias passados de prosperidade invulgar” descreve o período em que Édipo se mantém rei e guerreiro vitorioso no início da história e a parte “Em que abismos de imensa desdita ele agora caiu!” indica o encerramento da obra em que o rei descobre ser o assassino do pai e marido da mãe, caindo assim em grande desgraça.

- Qual é a posição de Foucault diante da interpretação da psicanálise em relação ao mito de Édipo?

Para Foucault, a temática do poder está presente em toda a peça e é essencialmente o poder que faz com que Édipo se sinta ameaçado, uma vez que ele é um tirano que está constantemente ameaçado de perder o seu poder. Na visão de Foucault, a busca pela resolução do problema (a doença que afronta a cidade) é puramente interesse do Édipo de se manter no poder. Isso é possível ser visto em momentos como quando o escravo diz a Édipo que este não é filho de Pôlibo e a seguir o rei diz que o escravo só diz isso para envergonhá-lo e que mesmo não sendo filho do rei de Corinto ele merecia estar no poder. Além de ser caracterizado pelo poder, o rei também detinha um saber que é definido como a capacidade de usar o conhecimento e poder ver o problema, de modo que juntando essas capacidades é possível resolver desafios, como o enigma proposto pela Esfinge que só Édipo conseguiu resolver utilizando o saber.

- Como Foucault compreende a produção da verdade na perspectiva do mito (particularmente na obra Ilíada, do poeta Hesíodo).. E na perspectiva do Édipo Rei?

Foucault compreende a produção da verdade como a junção de varias meias verdades, como as apresentadas pelas várias testemunhas em Édipo rei, de modo a obedecer à lei das metades. Essa lei basicamente defende a idéia de que é por metades que se ajustam e encaixam que se produz a verdade, à medida que elas se complementam resultando em um objeto inteiro. No caso de Édipo, a descoberta do assassino de Laio se da pelas histórias contadas pelos personagens que se complementam ilustrando uma cronologia completa dos acontecimentos, tendo como resultado a determinação de que o rei era o assassino. Um exemplo da complementação de idéias é quando Jocasta diz a Édipo que Laio foi morto em um entroncamento de três caminhos e a reflexão do rei de que matar um homem em um entroncamento semelhante foi o que ele fez no passado.

- Foucault afirma que existe uma relação entre SABER E PODER. Cite alguns argumentos usados por Foucault para demonstrar que o receio de Édipo era perder o seu poder.

Foucault reflete sobre trechos da peça para justificar a luta do rei pelo poder. Quando no início da obra os habitantes vão a procura do rei e dizem “tu tens o poder, deve-nos curar da peste”, Édipo responde que tem interesse em curar a peste, pois, alem dela prejudicar os cidadãos, ela também ameaça a sua soberania e sua realeza, deixando claro seu interesse em manter o trono. Outra parte que revela o interesse do rei é quando, no embate com Creonte, Édipo afirma que Creonte trouxe um oráculo falso e fez isso para reivindicar um poder que foi dado a Édipo, revelando, nesse momento, que o rei se sentiu ameaçado por Creonte.

- Como Foucault caracteriza o saber e o poder de Édipo?

O filósofo caracteriza o saber de Édipo como uma habilidade do rei que fez com que este superasse diversos obstáculos através da sua capacidade de observação (de acordo com o filósofo, capacidade de “encontrar”, ou seja, ouvir e ver). Já o poder, se caracteriza como o alto nível de influência que Édipo foi capaz de atingir, partindo de um nível miserável e alcançando o trono, após diversas aventuras vividas

- Qual é a conclusão final de Foucault em relação ao personagem de Édipo?

A conclusão final tirada por Foucault foi que o Édipo era um personagem supérfluo