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Por:   •  28/2/2018  •  2.788 Palavras (12 Páginas)  •  216 Visualizações

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2. Qualificação da mão-de-obra em TI e desafios atuais

A preocupação legítima dos gestores em agir alinhadamente às mais elevadas exigências de qualidade espelha que a TI, apesar de ser um campo relativamente novo, já caminha no sentido de consolidar suas estruturas, sua linguagem, suas estratégias e, principalmente, a profissionalização dos seus quadros. A atividade do setor se sofisticou, explicando por que a qualificação da mão-de-obra tem ganhado relevância simultaneamente nos meios acadêmico e corporativo. O arcabouço conceitual e metodológico para construção ética de conhecimento e produção eficaz de artefatos de TI torna-se fator de agregação de valor às empresas, na medida em que contribui para sua colocação privilegiada no mercado.

A discussão ganha força no momento em que o mercado está mais propenso à contratação. Um estudo da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) publicado na Revista Info (2011) projeta que o déficit de trabalhadores no segmento poderá chegar a 200 mil em 2013. Outro estudo, realizado pelo professor da Universidade de São Paulo José Pastore e publicado no jornal O Estado de São Paulo (2008), dava conta de que em 2011 as faculdades brasileiras formariam uma quantidade de profissionais em TI correspondente a apenas metade da necessidade de contratação do mercado. Em outras palavras, qualificação é o principal entrave para o desequilíbrio entre oferta e demanda de recursos humanos, e, ainda segundo o estudo, tende a manter-se por algum tempo.

Nesse quadro desafiador, as empresas de TI se veem diante do alto custo da contratação de profissionais bons, e, para driblar essa situação, algumas adotam a estratégia de custear a formação de sua mão-de-obra – um fenômeno chamado por Morales (2008) de “juniorização”. Esse caminho não é necessariamente mais barato, pois, de qualquer forma, afirma o autor,

[...] a qualificação é um processo custoso, em todos os sentidos. Principalmente porque o desenvolvimento de habilidades específicas, por meio da formação técnica, não é a única exigência quando estamos falando de serviços – seja de tecnologia ou de outra área qualquer. Especificamente no caso de TI, o domínio da língua inglesa é fundamental. Além disso, habilidades comportamentais, como comunicação e relacionamento interpessoal, capacidade de resolução de problemas, liderança e outras também são exigidas. (MORALES, 2008)

A faixa etária da mão-de-obra em TI no Brasil é predominantemente jovem (63% possuem entre 21 e 29 anos de idade, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação). Esse perfil apresenta, muitas vezes, capacidade de inovação em detrimento de experiência, exigindo uma maior atenção do gestor.

3. Metodologia

Para consecução do objetivo do estudo, que é analisar a problemática da mão de obra atuante de tecnologia da informação e comunicação no estado do Rio Grande do Norte no que diz respeito a qualificação, foi realizada uma análise de dados do Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal – SEBRAE/RN. O diagnóstico foi iniciado com uma pesquisa de campo realizada no período de atividade dos meses de maio a julho de 2008, por meio de aplicação direta de questionário a uma amostra de 55 empresas atuantes no segmento de Tecnologia da Informação no estado. A evolução das empresas foi observada através de nova aplicação de questionários entre os meses de janeiro a junho de 2010.

4. Qualificação da mão-de-obra nas empresas de TI do RN

De acordo com o Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, publicado pelo SEBRAE/RN no ano de 2008, no que se refere às características do negócio, 33,9% das empresas apontaram como maior dificuldade para condução da empresa a desqualificação de mão-de-obra, objeto do presente artigo.

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Fonte: Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, SEBRAE/RN, 2008.

No diagnóstico foi constatado que pelo menos 51% dos empresários haviam participado de alguma capacitação nos últimos doze meses que antecederam a pesquisa. As empresas também declararam que as expectativas para o ano seguinte eram positivas, com grandes possibilidades de investimentos em equipamentos e publicidade, visto que apenas 51% dos empresários declararam existência de dívidas pendentes referentes às operações do negócio, o que demonstra uma relativa saúde financeira do setor.

[pic 2]

Fonte: Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, SEBRAE/RN, 2008.

[pic 3]

Fonte: Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, SEBRAE/RN, 2008.

Foi verificado que a grande maioria das empresas do setor realizavam recrutamento utilizando apenas entrevista e análise curricular do candidato e que a maior concentração dos funcionários estavam entre 21e 30 anos (64,2%), com nível médio completo (34,9%), cursando graduação (22,1%) ou com superior completo (17,3%).

[pic 4]

Fonte: Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, SEBRAE/RN, 2008.

[pic 5]

Fonte: Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, SEBRAE/RN, 2008.[pic 6]

Fonte: Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, SEBRAE/RN, 2008.

Foi analisada a grande dificuldade que os empresários encontram com a mão-de-obra desqualificada no setor, revelando-se como resposta o ponto da pesquisa que aponta que quase a metade das empresas não havia realizado nenhum tipo de capacitação nos doze meses que antecederam a pesquisa.

[pic 7]

Fonte: Diagnóstico Setorial das Empresas de Tecnologia da Informação da Grande Natal, SEBRAE/RN, 2008.

É válido observar que um número reduzido de empresas (17,3%) capacita intensivamente (mais de três vezes no ano) seus funcionários, e também que do universo de empresas que fizeram

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