Evolução histórica da globalização
Por: Rodrigo.Claudino • 23/3/2018 • 3.565 Palavras (15 Páginas) • 253 Visualizações
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Enfim, as empresas, os indivíduos, os movimentos sociais e os governos nacionais e locais estão atualmente conectados a uma extensa rede de informações, o que traz impactos econômicos, culturais e políticos profundos para todas as sociedades.
Mas, o que é essa globalização e como é que ela se manifesta?
Não há uma definição que seja aceita por todos. Essa palavra está definitivamente na moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interligação acelerada dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares por computador em alguns segundos, como ocorre nas Bolsas de todo o mundo, há a chamada "terceira revolução tecnológica" (processamento, difusão e transmissão de informações). Os mais entusiastas acham que a globalização define uma nova era da história humana.
A globalização pode ser definida como um processo de transformações na ordem política, econômica, social e cultural mundial que atinge todos os países, afetando empresas, indivíduos e movimentos sociais, pela aceleração das transações econômicas, envolvendo mercadorias, capitais e aplicações financeiras, que ultrapassam as fronteiras nacionais e pela difusão de valores políticos e morais em escala universal.
Como as distâncias geográficas e temporais se encolhem de forma pronunciada, devido à tecnologia da informação, a globalização não está somente nas notícias difundidas internacionalmente, pois repercute na própria dinâmica das economias e sociedades, cada vez mais influenciadas pela produção das multinacionais, pela entrada de capitais na bolsa, pela presença crescente de temas de política internacional na agenda dos governos.
Empresas multinacionais
A globalização econômica é conduzida pelas empresas multinacionais. Uma empresa multinacional é aquela que está presente em, pelo menos, dois países. Esta presença física pode ser por meio de uma unidade comercial ou de distribuição. Já a empresa transnacional, é considerada aquela cuja produção e vendas é feita mais fora do país de origem.
A abertura de mercados foi motivada por vários atores econômicos e políticos, tais como governos de países desenvolvidos e em desenvolvimento, organismos multilaterais (FMI e Banco Mundial) e, especialmente, pelas empresas multinacionais. São essas empresas, muitas delas gigantescas – o grupo varejista Wall-Mart possui, por exemplo, um faturamento superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal – as principais promotoras e beneficiárias da globalização comercial.
Assim, elas podem fazer investimentos em lugares onde os custos são mais baixos, produzir peças num país para serem transformadas em outros e comercializadas em todo o planeta. Ou seja, por trás da expansão do comércio, a economia atual é regida por uma variável ainda mais forte: a expansão rápida da produção comandada por empresas que realizam suas atividades fora do seu país de origem.
Se os seus lucros são geralmente remetidos ao país de origem, essas empresas trazem consigo novas tecnologias e empregos para os países onde se instalam. Entretanto, em alguns casos, as empresas multinacionais apenas compram empresas nacionais de outro país, ampliando as importações e cobrando preços baixos de seus fornecedores locais, além de se aproveitarem dos níveis salariais baixos e das condições de trabalho precárias de países mais pobres.
As empresas multinacionais dominam a produção de vários setores, desde os mais sofisticados como automóveis (GM, Volkswagen, Fiat) eletroeletrônicos (LG, Samsung, Sony), computadores (IBM, HP, Dell), smartphones (Apple, Nokia) até os tradicionais como alimentos (Danone, Nestlé), tênis esportivos (Nike, Reebok) e produtos de higiene e limpeza (Colgate, Unilever e Procter & Gamble), chegando nos serviços tradicionais como cadeias de fast-food (McDonalds, Pizza Hut) comércio varejista (Carrefour, Wall-Mart).
As empresas multinacionais desenvolveram-se inicialmente em seus próprios países, como empresas industriais nacionais, para depois se lançarem ao exterior. Os investimentos diretos externos (IDES) representam o montante investido pelas multinacionais fora de seu país de origem. No Brasil, a sua presença pode ser comprovada pela leitura de jornais e revistas, nos quais são relatados os novos investimentos das multinacionais no país ou então a aquisição de empresas nacionais de capital privado ou estatais.
Qual a diferença entre Globalização, Mundialização e Internacionalização?
Globalização e Mundialização são quase sinônimas. Os americanos falam em globalização. Os franceses preferem mundialização. Internacionalização pode designar qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado Nacional, ou para alguns, o processo inicial de expansão dos mercados além das fronteiras.
Características da globalização
- No plano econômico, os produtos são cada vez mais produzidos em um país e consumidos em outros. A Nokia produz telefones celulares em vários países. A Intel, fabricante de chips de computador possui uma empresa na Costa Rica, assim como a Nike fabrica boa parte dos tênis na Indonésia. O diretor de RH da Unilever tem sob seu comando gerentes de 90 países.
- Processo crescente de fusões e aquisições: O Bradesco acaba de comprar as operações do HSBC no Brasil, se aproximando do Itaú, o maior banco brasileiro.
- Ou seja, a globalização avança de forma expressiva na dimensão econômica, com a abertura das economias nacionais e a expansão das multinacionais que ocupam pontos estratégicos para a produção e distribuição nacional.
- Na área de lazer e cultural – o esporte, o cinema e a música ultrapassaram as fronteiras nacionais. Harry Potter é um sucesso global, jogadores são vendidos de um país para outro.
- Além disso, a democracia vem-se tornando um valor cada vez mais difundido mundialmente. Ex: movimento político internacional é organizado para julgar o presidente sírio Bashar al Assad por crimes cometidos; surge amplo processo de discussão social sobre os direitos humanos e sociais; condenação de todos os países às ações do Estado Islâmico.
Quando o mundo começou a ficar globalizado?
Novamente, não há uma única resposta. Fala-se em início dos anos 80, quando a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações. Outros acreditam que a globalização começou mais tarde com a queda das barreiras comerciais.
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