Carlota Joaquina
Por: Evandro.2016 • 1/5/2018 • 1.856 Palavras (8 Páginas) • 273 Visualizações
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No que se refere à moda, sua vinda gerou de cara, um incremento no comércio com a importação de tecidos, acessórios, calçados, entre outros produtos que vinham da Inglaterra e, sobretudo da França.
A chegada da corte portuguesa também chamou a atenção dos membros da sociedade chamada “boa sociedade local” para a necessidade de se vestir corretamente, de adequar suas vestimentas às ocasiões e, acima de tudo, impôs um padrão europeu de bom gosto. Neste sentido, passou-se a não só hipervalorizar o que vinha da Europa, mas também a depreciar as formas de vestir que pudesse nos identificar com os índios ou com os negros.
Curiosidades:
Carlota Joaquina, suas filhas e damas da corte, quando desembarcaram com turbantes rústicos nas cabeças para esconder suas carecas – por conta da infestação de piolhos durante a viagem – as damas da sociedade de Salvador consideraram ser aquela uma moda europeia e aderiram com tal entusiasmo que até hoje as baianas usam tal acessório.
A cidade que acolheu a corte – Rio de Janeiro – era sem esgoto sanitário e o lixo era descartado pelas janelas sem nenhum controle. Os mais ricos contavam com os escravos para despejar seus dejetos na Baía de Guanabara. Eram conhecidos como “carijós”, pois quando o ácido de urina misturada com fezes caía sobre suas costas, deixava em suas peles negras, algumas manchas brancas.
Carlota Joaquina de Bourbon nasceu em Aranjuez, na Espanha, em 25 de abril de 1775. Primeira filha do rei Espanhol Carlos IV e de Dona Maria Luísa de Parma. A fogosa rainha era baixa, feia, disforme, com barba e bigode e sonhava com a grandeza da Espanha. Detestava o Brasil e ansiava voltar para a Europa. Com apenas 10 anos casou-se com o príncipe de Portugal, Dom João, em um acordo entre os dois países. Comenta-se que, durante a lua de mel ela teria agredido seu marido com uma mordida, para evitar que o casamento fosse consumado. No Rio de Janeiro, preferiu morar longe do marido e o casal apenas se reunia em solenidades públicas.
Um dos mais conhecidos espiões foi Francisco Gomes da Silva, apelidado de Chalaça, e serviu várias vezes de espião entre o rei e a rainha e vice-versa. Além de avisá-lo sobre as possíveis conspirações da rainha, estes informantes também contavam ao regente sobre as aventuras amorosas de sua mulher, que possuía vários amantes. Carlota Joaquina foi mãe de nove filhos: Maria Tereza, Antonio Pio, Maria Isabel Francisca, Pedro de Bragança – futuro imperador do Brasil, Maria Francisca, Isabel Maria, Miguel I, Maria da Assunção e Ana de Jesus.
Carlota Joaquina traía seu marido, o qual sabia e sempre dava um jeito de afastar seus amantes. Por outro lado, segundo historiadores, ele mantinha relações homossexuais com um de seus camareiros, o qual era muito bem recompensado, inclusive com títulos, pensões e promoções inerente ao cargo que ocupava.
Por diversas vezes, Carlota Joaquina tentou tomar o poder de seu marido, sem sucesso. Ela morreu em Lisboa, no palácio de Queluz, em 07 de janeiro de 1830.
Conclusões:
Dom João VI foi um dos homens mais fracos que governou esta nação, mas realizou um governo medianamente satisfatório para a época. Com todas as fraquezas, todo o medo e covardia, além de toda corrupção que cercou a “Fuga da Família Real para o Brasil”, devemos o princípio de nossa emancipação política, vulgarmente conhecida como “Independência”, a este episódio, a esta travessia de 1808.
Através de brutais repressões e da concentração autocrática, o Brasil – ex-colônia portuguesa – manteve sua integridade territorial, linguística e, em alguns aspectos, “cultural”, ao contrário do Império Colonial Espanhol que se fragmentou em dezenas de nações distintas.
Como Portugal devia 2 milhões de libras esterlinas à Inglaterra, para reconhecer o Brasil, a ex-metrópole exigiu o repasse da dívida para a nova nação brasileira, dando o pontapé inicial em nossa interminável dívida externa que Luís Inácio Lula da Silva “internalizou” (em 2008 estávamos devendo mais de 1 trilhão e 400 bilhões de Reais “internamente” à empresas como o grupo Santander, Citibank, a Monsanto – fabricante do desfolhante “agente-laranja”, a IBM – fabricante das máquinas gravadoras de números nos braços dos judeus nos campos de concentração nazistas, a Ford, a Chrysler, etc.). Nossa dívida foi deixando de ser considerada “externa”, mas avolumou-se de maneira descontrolada e nossos credores “brasileiros” têm suas matrizes bem longe daqui.
Bibliografia:
1808 - Família Real no Brasil. A História por trás do filme Carlota Joaquina.
https://www.youtube.com/watch?v=x0WtQayIY4E
Carlota Joaquina – Princesa do Brasil, filme com teor histórico dirigido por Carla
Camurati.
https://www.youtube.com/watch?v=wk9ZE7C9P58
1808-A Corte no Brasil 01 A fuga dos Reis
Uma série da Globosat de 12 documentários sobre a vinda da Família Real para o Brasil.
https://www.youtube.com/watch?v=xobE5AC1XXM
A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA
1808 – Laurentino Gomes (uma resenha)
https://maniadehistoria.wordpress.com/a-fuga-da-familia-real-portuguesa/
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