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A Neuropedagogia

Por:   •  17/12/2018  •  2.209 Palavras (9 Páginas)  •  406 Visualizações

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Tem-se assim que aprendizagem no seu sentido formativo deve estar inserida em procedimentos que possibilitem a compreensão do homem no seu sentido individual(constituição de uma subjetividade), bem como no seu aspecto coletivo (como membro de uma sociedade humana que o legitima e o reconhece como tal

Assim a Neuropedagogia veio contribuir para o entendimento desse comando e como ele intervir no processo cognitivo da aprendizagem, nos dando a possibilidade de fazer às interferências necessárias a aprendizagem do aluno.

A NEUROCIÊNCIA E A EDUCAÇÃO.

A neurociência se constitui em uma grande aliada do professor para poder identificar o individuo como ser único, pensante, atuante, que aprende de uma maneira toda sua, única e especial. Desvendando os mistérios que envolvem o cérebro na hora da aprendizagem, a neurociência disponibiliza, ao moderno professor (neuroeducador), impressionantes e sólidos conhecimentos sobre como se processam a linguagem, a memória, o esquecimento, o humor, o sono, a atenção, o medo, como incorporamos o conhecimento, o desenvolvimento infantil, as nuances do desenvolvimento cerebral desta infância e os processos que estão envolvidos na aprendizagem acadêmica. Logo, um vasto campo de preciosas informações relacionadas ao aluno e ao processo de absorção da aprendizagem a ele proporcionada. Tomarmos posse desses novos e fascinantes conhecimentos é imprescindível e de fundamental importância para uma pedagogia moderna, ativa, contemporânea, que se mostre atuante e voltada às exigências do aprendizado em nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada vez mais exigente.

Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais, (que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), mecanismos mnemônicos (fundamentais para o entendimento da consolidação das memórias), neurônios espelho, que possibilitam a espécie humana progressos na comunicação, compreensão e no aprendizado e plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a mudar não mais estarão sendo discutidos apenas por neurocientistas, como até então imaginávamos. Estarão agora, na verdade, em sala de aula, no dia a dia do educador, pois uma nova visão de aprendizagem está a se delinear. O fracasso e insucesso escolar têm hoje um novo olhar, já que uma nova e fascinante gama de informações e conhecimentos está á disposição do educador moderno.

Na escola, o professor deve estar sempre atento as etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de um facilitador da aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. Esses sentimentos serão a base para o conceito que formará de si próprio (autoconceito) e do mundo. Uma criança que é desprezada aprende a desprezar-se; uma criança que é amada e aceita, tenderá a desenvolver atitudes positivas para a formação de seu autoconceito. O professor deve estabelecer com seus alunos uma relação de apoio, sempre atento para quem ajuda e para que é ajudado nas percepções e atitudes.

O papel da escola e dos professores é essencial para a identificação das diversas dificuldades e possíveis transtornos passados pelos seus alunos .Um dos problemas escolares que ainda é tratado como preguiça, falta de capacidade, um quadro que aparentemente descreve uma “malandragem” por parte da criança, pode estar denunciando muito mais do que notas baixas, é distúrbio de aprendizagem, dislexia. Os professores devem se inteirar a respeito do que é dislexia, conhecer melhor a disfunção e saber como atuar didaticamente, oferecendo estímulo, apoio e inclusão destes alunos na vida escolar.

A dislexia é genética, de caráter hereditário e os sintomas são bastante específicos. A criança inverte letras e sílabas (como prato/parto), confunde letras e palavras semelhantes, na escrita (p, b e q) e no som (f/v, t/d). Além disso, sua leitura é bastante lenta e tem dificuldade para entender o que lê.

Quem tem o distúrbio também apresenta atraso no desenvolvimento da fala e linguagem, pobreza de vocabulário e dificuldade de memória. Um diagnóstico correto e preciso requer uma equipe multidisciplinar, envolvendo psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista, oftamologista e audiologista.

A dislexia não tem cura, mas pode ser amenizada ao longo da vida. O papel dos professores é importantíssimo para dar continuidade ao trabalho multidisciplinar. Dar apoio e compreensão, evitar rótulos, estimular a leitura e a escrita, exigir a auto-correção dos erros ortográficos e entender os altos e baixos no aproveitamento são algumas ações que dão um suporte essencial ao tratamento do disléxico.

Graças à neurociência da aprendizagem, os transtornos comportamentais e da aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos pelos educadores, que aliados a neurociência tem subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. Um professor qualificado e capacitado, um método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores fundamentais para que todo esse conhecimento que a neurociências nos viabiliza seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno. Esta nova base de conhecimentos habilita o educador a ampliar ainda mais as suas atividades educacionais, abrindo uma nova estrada no campo do aprendizado e da transmissão do saber.

CONCEITO DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

A área de dificuldades de aprendizagem considerada como campo recente tem estado em ascensão no âmbito de discussões sobre como ocorre à aprendizagem e as inabilidades que surgem durante o percurso educacional de uma parcela de alunos que não conquistam autonomia em aprender. Diante disso, observa-se que na lei educacional vigente no país, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) há somente uma menção do termo “alunos com necessidades especiais” nos Artigos 4º, 58º, 59º e 60º. Nesse documento não se identifica quais seriam essas necessidades especiais, ou seja, se a lei engloba apenas as necessidades especiais educativas (por exemplo Síndrome de Down, Autismo, Síndrome de Asperger) ou se incorpora também questões voltadas para as dificuldades de leitura e escrita.

Subtende-se, portanto, que a própria legislação nacional não estabelece uma categoria para as dificuldades de aprendizagem na forma da lei. O Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990) de igual forma não cita nenhum termo que se refira às dificuldades de aprendizagem. Apesar da lei não estabelecer nenhuma definição específica em relação

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