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Reflexão Migrações

Por:   •  17/1/2018  •  832 Palavras (4 Páginas)  •  306 Visualizações

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Essa noção de centro-periferia gera uma falsa identidade (DUNKER, 2014), juntamente com o par eu-outro. Considerando que identidade é um conceito distinto de identificação, e a última baseia o reconhecimento do que é materialmente real e sua limitação no espaço. Apesar disto, não podemos concluir que aquilo que é ontológico julga-se a partir da identidade propriamente dita. O indivíduo extermina as sobras do processo através da irracionalidade, assim ocultando o tempo. Essa é a aparência (LACAN, 1955) da falsa identidade, autoritária, que fundamenta discursos fascistas. A partir daí, percebemos as implicações políticas de se colocar a prática a partir da função ideológica da ética.

Pensar criticamente sobre a questão da mobilidade humana é também considerar que a crítica ao valor deve ir além da relação do Capital com o trabalhador assalariado. No artigo "Tráfico de Mulheres: um novo/velho drama amazônico" os autores tratam do tráfico de pessoas, focando no caso específico do gênero feminino; falando de exploração sexual. Sendo o sexo uma categoria supostamente "natural" à vida, comumente equiparamos o drama dessas mulheres com a de qualquer migrante trabalhador assalariado, apartando-nos d’uma crítica ao próprio conceito de trabalho. As contradições encontradas no processo de socialização e da vida privada pela forma-valor também possui determinações sexuais (SCHOLZ, 1996). Assim, a migração das mulheres possuem características próprias ao gênero. Há casos de mulheres do leste europeu que propõe casamento em troca de visto norte-americano, por exemplo. Elas oferecem o próprio ser social da mulher (esposa, doméstica, parceira sexual) em troca da possibilidade de migração. Fazem de seus próprios corpos e, finalmente, de todo o seu cotidiano, uma mercadoria. Percebemos que, para o homem, há uma separação aparente do trabalho e de sua vida pessoal, enquanto mulheres são reduzidas a sua mercantilização perdendo até a forma superficial de indivíduo. A mobilidade feminina é na verdade um falso movimento, já que as próprias determinações da categoria trabalho são masculinas. A superação do fetiche da mercadoria também é o caminho para superação do patriarcado.

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