A invenção da prensa
Por: Hugo.bassi • 31/8/2018 • 1.120 Palavras (5 Páginas) • 299 Visualizações
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O manuscrito era presente nos momentos em que a impressão era podada pela censura; usado para compartilhamento de livros proibidos pelas instituições da época – principalmente a Igreja Católica – e também para armazenar conhecimentos de natureza herética, sobretudo por códigos. Além desse fim, claro, ainda se observou o uso de manuscritos para comunicações específicas, como cartas pessoais, e também para a transmissão de mensagens para pequenos grupos de pessoas. A imprensa, por sua vez, desestabilizou a idéia do que era entendido como conhecimento ao torná-lo plural e muito mais acessível ao público, sendo determinante no surgimento de uma sociedade de consumo de informação. O fortalecimento dos jornais a partir do século XVII ilustra bem essa idéia. Além disso, o fortalecimento desse mercado transformou o ato de escrever em um passo à fama individual, algo não tão presente na Idade Média e, com isso, voltou a atenção da sociedade para conceitos até então não abordados, como, por exemplo, o conceito de propriedade intelectual. A primeira lei de direitos autorais surgiu no século XVIII e, a partir dela, os conceitos de literatura, plágio, pirataria e autor. O jornal, ao tornar-se parte do cotidiano de várias regiões da Europa, além de apresentar-se como um valioso artifício histórico, foi parte de mudanças sociais na medida em que estimulou o conceito de opinião pública, o desenvolvimento de um maior ceticismo e uma aproximação com a população que o consumia, chamando o público para participar, procurando se tornar um meio de comunicação mais interativo. A leitura tornou-se mais crítica – graças à pluralidade de opiniões – e que passou a ser vista como perigosa por isso. O livro tornou-se menor, mais móvel. Surgiu a idéia de literatura não apenas como instrução e forma de conhecimento, mas também como forma de entretenimento, uma idéia que prevalece até hoje.
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