Armenia e Azerbaijão
Por: Rodrigo.Claudino • 1/4/2018 • 2.055 Palavras (9 Páginas) • 280 Visualizações
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Como analisa Simão (2010), com a União Europeia tentando fugir de sua dependência russa e objetivando aumentar sua influencia na região, atualmente busca avançar com políticas a todo o momento no entorno do Mar Negro para que estas salvaguardem seus interesses no equilíbrio político, na sustentabilidade tanto econômica quanto ambiental e na resolução de conflitos como o do Nagorno-Karabakh, tal como nas pautas energéticas que permanecem como objetivo central, o que tem mostrado na presença da disputa crescente a razão do empenhamento cada vez maior e dos esforços diplomáticos que possam assegurar reservas energéticas para a Europa.
A dependência que a UE possui em relação ao fornecimento feito pela Rússia, tem se tornado instrumento de coerção para os soviéticos, o que de acordo com Simão (2012), explicita a necessidade de diversificação das fontes energéticas europeias. Todo esse cenário torna imediato o desenvolvimento de meios que tragam a energia do Cáspio e da região central da Ásia para o mercado europeu de forma a evitar o território russo (FRADE, 2013).
As políticas relacionadas à criação de oleodutos e gasodutos têm um enfoque geopolítico muito marcado, e que a União Europeia deve reproduzir de maneira controlada. Os EUA apoiaram a construção do oleoduto BTC – sigla para Baku-Tbilisi-Ceyhan cidades onde passa o oleoduto – o que foi fundamental para a segurança energética da Europa e para garantir uma colaboração maior entre UE e os estados Euroasiáticos, como ressaltado por Frade (2013). Simão (2010) ainda diz que, contudo, a União Europeia foi atingida negativamente pela falta de entendimento estratégico na questão energética quando o fornecimento de energia foi afetado por cortes causados pela disputa entre Ucrânia e Rússia.
Mesmo negociando durante anos a aproximação com algumas ex-repúblicas soviéticas – Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia, Armênia e Azerbaijão -, a União Europeia teve suas tentativas frustradas com a não aceitação da maioria desses países para entrar na Parceria Oriental. Ainda assim, não deixou de lado o objetivo de atrair estes países e distancia-los da Rússia, até porque a associação com eles poderia ser postergada para que aos poucos a integração por inteiro desses países ao bloco europeu fosse conquistada, como aponta o especialista Schweickert (2010).
A visão aqui abordada e destacada desde o começo é a reincidência de um modelo clássico e, por isso, bastante comum aos geopolíticos e realistas da Teoria das Relações Internacionais, que baseado nas observações de Costa (2013), se preservam persistentes na concepção usual de que a política internacional move-se em sua essência por meio da atuação dos estados nacionais e, acima de tudo, das grandes potencias, pela defesa dos seus objetivos e na ampliação de suas reservas de poder, um padrão geral que mostra uma organização política em constante demanda pelo equilíbrio de poder.
Contextualizando, a crise exposta mostra a reutilização do antigo caminho trilhado pelas grandes potências na intenção de manter ou expandir suas reservas de poder. A Rússia tem colocado em ação a diplomacia ao intervir na região conflituosa do Nagorno-Karabakh para que tenha controle não somente sobre esta em específico, mas de toda a extensão do Cáucaso e ex-públicas soviéticas, tendo como foco a dominação, o controle e a influência, a conquista e agregação de territórios, mas principalmente o equilíbrio geoestratégico da região.
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MEARSHEIMER,
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