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Automedicação e hipertensão

Por:   •  7/11/2018  •  1.421 Palavras (6 Páginas)  •  276 Visualizações

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Entretanto, os medicamentos anti-hipertensivos agem no organismo, segundo KATZUNG (2014), dilatando os vasos sanguíneos, agindo na eliminação de sódio e líquido, bloqueando os canais de cálcio ou inibindo enzimas conversoras de angiostensina, hormônio que provoca o aumento da pressão arterial.

Desta forma, o uso irregular destes fármacos, como relatado no caso, podem provocar não o controle da doença, mas um efeito negativo, tendo em vista que, um medicamento precisa ter dosagens apropriadas e frequentes, para manter um estado de equilíbrio dinâmico no organismo, mantendo a sua concentração na faixa terapêutica (ESMERIO, 2009).

Logo, o uso irracional de anti-hipertensivos fora dos horários certos ou sem seguir a orientação de um profissional, pode acarretar no desequilíbrio desta concentração deixando-a na faixa subterapêutica ou em níveis tóxicos. Além disto, ao vender medicamentos sem prescrição médica, a farmácia na qual o senhor adquire estes fármacos age ilicitamente, infringindo normas e leis do Conselho Federal de Farmácia e da ANVISA, órgão do governo responsável por regulamentar todas as instituições do setor de saúde. Como os medicamentos influenciam diretamente na saúde pública, eles precisam ser declarados, para que seja mantido um controle da sua comercialização.

3-CONCLUSÃO

Nota-se que a automedicação é um problema sociocultural que abrange todos os níveis sociais, quando da ignorância ou desconhecimento dos seus efeitos. Cabendo, portanto, aos profissionais da saúde o papel de conscientizar a sociedade acerca dos riscos desta prática, utilizando-se de estratégias que podem ser adotadas para evitar ou minimizar este costume (quase tradição).

Para isso, pode ser realizado o estreitamento da relação entre profissional e paciente, sempre orientando sobre o uso correto da medicação e verificando, atrás da anamnese, o histórico e as possibilidades de levar ao paciente a forma adequada de tratamento.

É importante ressaltar que o acolhimento nos serviços de saúde e um maior acesso às informações também ajudam no combate à automedicação, sendo indispensável frisar que a decisão de levar o medicamento ao seu organismo pode ser meramente do paciente, contudo, este deve estar ciente dos riscos envolvidos, evidenciando a relevância de uma educação voltada ao processo saúde/doença, como foi citado pelos alunos na discussão ocorrida em sala de aula.

Em assim sendo, torna-se notória a necessidade de conduzir o senhor relatado no caso ao tratamento correto para hipertensão, devendo ser orientado quanto à classe de anti-hipertensivo apropriada e a importância de fazer o uso regular deste fármaco, inclusive, com administração nos horários indicados pelo profissional de saúde.

Além disso, o monitoramento da pressão arterial também deve ser realizado de forma frequente, o paciente deve obedecer a uma reeducação alimentar para que se possa ter uma melhora na qualidade de vida, procurando evitar patologias subsequentes à hipertensão.

Em suma, o uso de qualquer medicamento, seja ele industrializado ou através de plantas medicinais, deve ser informado a um profissional responsável e qualificado, para que se seja feita uma análise e controle sobre as substâncias existentes no organismo no paciente, decidindo sobre o consumo, ou não, deste determinado fármaco.

Ressalta-se ainda que, nenhum estabelecimento deve dispensar medicamentos sem prescrição médica, como a farmácia em questão, a qual deverá ser autuada pelos atos ilícitos praticados e que vão em contramão à ética farmacêutica e às leis existentes no país, o que dá maior evidência à importância de uma fiscalização ativa por parte dos órgãos responsáveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARRAIS, Paulo Sérgio D. et al. Perfil da automedicação no Brasil. Rev saude publica, v. 31, n. 1, p. 71-7, 1997.

DO ROSÁRIO, Tânia Maria et al. Prevalência, controle e tratamento da hipertensão arterial sistêmica em Nobres-MT. Arq Bras Cardiol, v. 93, n. 6, p. 672-678, 2009.

ESMERIO, Francieli Giachini, et al. Uso crônico de anticoagulante oral: implicações para o controle de níveis adequados. Arq. Bras. Cardiol, v. 93, n. 5, p. 549-554, 2009.

LIPP, Marilda; ROCHA, João Carlos. Pressão Alta e Stress: O que Fazer Agora? Um guia de vida para o hipertenso. Campinas, SP: Papirus, 2007.

LUCCHESE, Fernando. Desembarcando a hipertensão. 5 ed. L&PM - Porto Alegre, 2010

MARCONI, Marina de Andrade; PRESSOTTO, Zelia Maria Neves, Antropologia: Uma introdução. 7° ed. São Paulo: EPU, 1991

KATZUNG, G. B, et al. Farmacologia básica e clínica. 12° ed. Porto Alegre: AMGV, 2014).

SOUSA, Hudson WO; SILVA, Jennyff L.; NETO, Marcelino S. A importância do profissional farmacêutico no combate à automedicação no Brasil. Revista eletrônica de farmácia, v. 5, n. 1, 2008.

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