A ÉTICA A NICÔMACO
Por: Sara • 19/11/2018 • 1.730 Palavras (7 Páginas) • 282 Visualizações
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Conforme Aristóteles (2001, p. 19), para que a natureza da felicidade seja assimilada, deve-se considerar, primeiramente, a natureza da virtude, logo “[...] a virtude que devemos estudar é, fora de qualquer dúvida, a virtude humana; porque humano era o bem e humana a felicidade que buscávamos. Por virtude humana entendemos não a do corpo, mas a da alma.”
A alma do ser humano é dividida em duas partes: racional e irracional. Entre ambas, Aristóteles expõe uma contradição: “na alma existe qualquer coisa contrária ao princípio racional, qualquer coisa que lhe resiste e se opõe a ele”, enquanto o elemento racional, isto é, a capacidade de “"atender às razões" do pai e dos amigos”, por exemplo, exige do ser humano o uso do raciocínio (ARISTÓTELES, 2001, p. 21).
No livro II de Ética A Nicômaco, Aristóteles explica que a virtude é um meio-termo que envolve o excesso ou a falta, sendo que, classifica em dois tipos de virtude, a intelectual e a moral. Examina o que é disposição e diz que a ética não visa ao conhecimento da virtude, mas da natureza das ações e como devemos praticá-las.
Nas primeiras páginas, Aristóteles descreve a necessidade do meio-termo, para que melhor possa orientar-se evitando o excesso ou a falta. Há dois tipos de virtudes, a intelectual que requer tempo e experiência, e a moral que requer hábito. Diz que as virtudes morais não surgem por natureza, não podendo ser alterada pelo hábito, por exemplo; “a pedra que por natureza se move para baixo, não pode adquirir o hábito de ir para cima ainda que tentássemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes para cima” (ARISTÓTELES, 2001, p.40).
Aristóteles compara a virtude moral com o vigo e a saúde. Se os exercícios excedem as capacidades físicas, podem levar a nossa destruição. Mas se os fizer de modo adequado, fornecem saúde. O mesmo acontece com a moderação, com a coragem, e com outras formas de excelência moral.
Pegando o exemplo da coragem, o autor afirma que "o homem que tem medo de tudo e de tudo foge, não enfrenta nada, torna-se um covarde; e de outro lado, o homem que não teme absolutamente nada e enfrenta todos os perigos torna-se temerário" (ARISTÓTELES, 2001, p.43).
No capítulo II, o autor diz que o meio termo é regulador, uma prática da virtude que expressa um equilíbrio entre as partes da alma e as energias psíquicas. De como é importante saber dosear racionalmente para não serem usadas de maneira irregular. Tanto o prazer como a dor é tomado como um indicativo das disposições morais. As virtudes são relacionadas com paixões a ações e são acompanhadas de prazer e de sofrimento, e que em todos estados da natureza da alma é inclinado a tornar melhor ou pior.
Na alma encontramos três espécies de coisas, que são as paixões, que significa os apetites, a cólera, medo, audácia, inveja, alegria, amizade, ódio, desejo, emulação e a compaixão, que são sentimentos acompanhados por prazer e sofrimento. As faculdades se caracterizam pelas coisas que somos capazes de sentir, de nos magoar-nos, e compadecer-nos. Disposições são relacionadas por nossa posição em relação às paixões são boas ou más. Por exemplo, "com relação à cólera, nossa posição é má se a sentimos de modo violento ou de modo muito fraco, e boa se a sentimos moderadamente" (ARISTÓTELES, 2001, p.46).
Somos classificados como bons ou maus por causa dos nossos vícios e virtudes, sendo louvados ou censurados, pois um homem não é apreciado por sentir medo ou cólera, e nem reprovado por estar com raiva, sendo que, o sentimento de medo e cólera não é de nossa escolha, destacado no livro: "(...) sentimos cólera e medo sem nenhuma escolha de nossa parte, mas as virtudes são certos modos de escolha ou envolvem escolha" (ARISTÓTELES, 2001, p.47).
Paixões e ações se relacionam com a virtude moral, existindo excesso. Também podemos sentir em excesso ou de forma insatisfatória, a confiança, apetite, cólera, compaixão, prazer e sofrimento, sendo que carência é um meio-termo referente às ações. Excesso e falta é uma característica do vício e a mediania se caracteriza pela virtude.
O autor chama atenção pelo fato de que algumas paixões e ações implicarem uma maldade que não está relacionada ao excesso ou a falta, não havendo nelas correção, por exemplo, a inveja, despudor, adultério, roubo, assassinato, e que seria um absurdo tentar buscar um meio-termo nessas ações, pois elas são covardes e injustas.
Diz Aristóteles (2001, p. 50), que quanto ao dinheiro o homem magnificente se difere do homem liberal, pois o primeiro lida com grandes somas, enquanto o último, lida com pequenas somas, e que a vulgaridade e a ostentação é uma mesquinhez que difere das disposições opostas à liberalidade.
Aristóteles (2001, p. 51) fala a respeito da cólera, excessos, falta e meio-termo, visto que nesse caso, há três tipos de meios-termos que mesmo tendo certa semelhança, se difere uns dos outros em relação com a verdade na conduta, conversação e no que é afável.
Menciona três tipos de disposições; a carência, excesso virtude (meio-termo), sendo que cada uma delas acaba por se opor umas às outras, pelo fato das disposições extremas serem contrárias ao meio-termo e vice-versa (ARISTÓTELES, 2001, p. 52).
Fica claro no livro, a necessidade do meio-termo nas relações e nas ações, para assim manter um equilíbrio não excedendo e faltando. Mas é algo muito difícil de manter, pois muitas vezes exaltamos aqueles que excedem
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