A grande depressão de 1928
Por: Hugo.bassi • 22/9/2018 • 1.619 Palavras (7 Páginas) • 314 Visualizações
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Além disso, vários países tinham sua balança comercial arraigada na onda de consumo e concessão de empréstimos feitos pelos cofres dos Estados Unidos, pois quando a Primeira Guerra Mundial chegou ao fim, alguns países europeus estavam com suas economias enfraquecidas, enquanto os Estados Unidos cresciam cada vez mais, lucrando com a exportação de alimentos e produtos industrializados.
Em decorrência disso a produção norte-americana se acostumou com esse crescimento, aumentando dia após dia, principalmente entre os anos de 1918 e 1928.
A crise se anunciou ainda em 1928, quando ocorreu uma queda generalizada nos preços agrícolas internacionais, mas teve como fato marcante a crise financeira detonada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 24 de outubro de 1929, provocando um efeito em cadeia, derrubando também outras bolsas.
2.1 Causas da crise
As principais causas da crise estão ligadas a desregulamentação da economia que permitiu uma superprodução, principalmente de gêneros alimentícios e produtos industriais.
A indústria cresceu muito, porém o poder aquisitivo da população não acompanhava esse crescimento. Aumentava o número de indústrias e diminuía o de compradores, aonde em pouco tempo várias delas faliram visto que a capacidade de consumo não absorvia esse crescimento, gerando grandes estoques de produtos. Percebendo a diminuição do consumo, o setor produtivo passou a investir e produzir menos, compensando seus prejuízos com a demissão de funcionários.
Além disso os países europeus lutavam com dificuldades para reconstruir a Europa arrasada pela guerra e com isso foi se reorganizando, procurando atualizar seus parques industriais para reduzir as importações norte-americanas.
Dessa forma foram geradas inúmeras demissões e a redução de salários, diminuindo ainda mais o consumo que acabou forçando a diminuição dos preços. Muitos bancos que emprestaram dinheiro faliram por não serem pagos, diminuindo a oferta de crédito e prejudicando empresários que acabaram encerrando as suas atividades.
Os países mais atingidos além dos Estados Unidos foram as economias capitalistas mais desenvolvidas como o Canadá, Alemanha, França Itália e Reino Unido. Já na União Soviética onde a economia em vigor era socialista, pouco foi afetado pela crise.
Nos países em processo de industrialização com destaque para a América Latina, a economia agroexportadora foi a mais afetada pela redução das exportações de matérias-primas.
Muitos países sofreram com a crise americana, resultando em grandes efeitos bem parecidos com os que sofreram os Estados Unidos como fechamento de estabelecimentos bancários, comerciais, financeiros e industriais que resultaram na demissão de milhares de trabalhadores.
2.2 Efeitos no Brasil
A crise econômica mundial de 1929 atingiu os países produtores e exportadores de matérias-primas. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. A importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram, provocando o aumento dos estoques.
Assim todas as partes da cadeia de produção do café foram afetados pela crise, desde fazendeiros, comerciantes, banqueiros e trabalhadores rurais. Muitos produtores foram à falência, o desemprego no campo cresceu estimulando um movimento migratório para as cidades em especial para São Paulo.
Para que não houvesse uma desvalorização excessiva o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Dessa forma diminuiu a oferta conseguindo manter o preço deste que era o principal produto brasileiro da época. Porém por conta desta crise muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.
A crise também ocasionou a interrupção do fluxo de capital estrangeiro para nosso país através da carência do dinheiro externo que piorou o déficit cambial brasileiro, desvalorizando assim a moeda nacional.
3 A solução
A solução para a crise surgiu apenas nas eleições de 1932 quando venceu o democrata Franklin Roosevelt, que instituiu em 1933 um programa de recuperação econômica intervencionista denominado New Deal (Novo Acordo).
O New Deal era um programa misto que procurava conciliar as leis de mercado e respeito pela iniciativa privada com a intervenção do estado em vários setores da economia.
O programa estabeleceu uma nova orientação para a economia por meio de intensa participação do estado que passou a vigorar não só nos Estados Unidos, mas também nos países europeus e américa latina.
Entre as principais medidas merecem destaque o controle feito pelo governo dos preços de diversos produtos agrícolas e industriais, auxílio à indústria e controle de produção, empréstimos aos fazendeiros arruinados para pagamento de suas dívidas e criou leis sociais que protegiam os trabalhadores e desempregados.
O governo passou a vigiar o mercado, disciplinando os empresários, corrigindo os investimentos arriscados e fiscalizando as especulações na bolsa de valores. Com isso conseguiu controlar a inflação e evitar a formação de estoques.
Outra medida foi a criação de um programa de obras públicas, foram criadas empresas estatais, construíram estradas, praças, canais de irrigação, escolas, aeroportos, portos e habitações populares. Com isso as fábricas voltaram a produzir e vender suas mercadorias diminuindo o desemprego.
O programa foi tão bem-sucedido que no começo da década de 1940 a economia norte-americana já estava funcionando normalmente.
A grande depressão só seria definitivamente superada durante a Segunda Guerra Mundial que ocorreu de 1939 a 1945, visto que os gastos militares impulsionaram a economia.
4 Conclusão
Concluímos ao término deste trabalho, que a grande depressão de 1929 foi um marco na história do mundo capitalista sendo considerada como a pior e mais longa crise econômica do século XX e que repercute até hoje no modo de vida da população mundial, pois nos faz adotar medidas preventivas evitando assim situações inesperadas como as ocorridas anteriormente.
Através da grande depressão percebemos que tais consequências trouxeram um grande ensinamento para o governo de diversas nações que passaram a controlar suas economias além das produções industriais e agrícolas. Outro fato interessante foi a criação de leis trabalhistas
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