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A AÇÃO E OBJETO, A INTENCIONALIDADE

Por:   •  22/12/2018  •  1.595 Palavras (7 Páginas)  •  377 Visualizações

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O ESPAÇO GEOGRÁFICO, UM HÍBRIDO

Na modernidade, não há como produzir um análise do espaço de maneira separada. Não é possível para a geografia analisar a verdade separando natureza, cultura, e política, sendo que na contemporaneidade é impossível para o homem distinguir claramente as obras da natureza e dos homens, além de indicar os limítrofes do técnico e do social. (p. 65)

Para Santos o espaço geográfico é hibrido, pois só pode ser concebido sendo homem e natureza. Não existe forma sem conteúdo e conteúdo sem forma, e a cada evento, existe uma recriação da forma ao conteúdo disponível, que, por sua vez, também resignifica o objeto.

[...]"A cada evento, a forma se recria. Assim, a forma-conteúdo não pode se considerado, apenas, como forma, nem apenas como conteúdo. Ela significa que o evento, para se realizar, encaixa-se na forma disponível mais adequada a que se realizem as funções de que é portador. Por outro lado, desde o momento em que o evento se dá, a forma, o objetoque o acolhe ganha uma outra significação, provinda desse encontro. Em termos de significação e de realidade, um não pode ser entendido sem o outro, e, de fato, um não existe sem o outro. Não há como vê-los separadamente." (SANTOS, 2006 p. 66)

UMA NECESSIDADE EPISTEMOLÓGICA: A DISTINÇÃO ENTRE PAISAGEM E ESPAÇO

O autor faz uma distinção entre paisagem e espaço, para ele, paisagem e espaço não são sinônimos. O espaço é o resultado da inseparabilidade entre o sistema de objetos e sistemas de ações. A paisagem, é o recorte do que se pode captar com os sentidos na configuração territorial.(p. 67)

A paisagem se dá como um conjunto de objetos concretos, sendo ela; transtemporal, o resultado acumulado do passado e do presente, uma construção transversal. O espaço seria a inclusão da sociedade nessas formas presentes na paisagem. Os objetos não mudam de lugar mas mudam de função, de significação e valor sistêmico. A paisagem é um sistema material relativamente imutável e o espaço seria o sistema de valores que dão conteúdo às formas, a "vida" da paisagem.

O espaço é uno e múltiplo porque ele se configura pelas diversas frações da paisagem. Se a paisagem existe através das formas dos objetos que foram construídas no presente e no passado, o espaço se caracteriza pelo preenchimento da paisagem dando significação, forma e conteúdo a esses objetos que compõem a paisagem. "O espaço não pode ser estudado como se os objetos materiais que compõem a paisagem tivessem uma vida própria"[...] (SANTOS, 2006 p. 68). As formas são importantes, a materialidade delas sobrevivem ao modo de produção do seu período e adquire novas funções coerentes com a técnica presente no seu devido momento histórico.

Ou seja, o objeto em si só adquire importância no espaço quando conjuminado as suas funções e significações para a sociedade ao qual ele pertence. Sem a sociedade os objetos técnicos não tem outro significado senão o de apenas compor a paisagem. Para o autor, a questão a ser colocada é a da própria natureza do espaço, que de um lado é formada pelo resultado material acumulado das ações humanas através do tempo, e por outro lado esse resultado material é animado pelas ações atuais que atribuem um dinamismo e uma funcionalidade. A paisagem e a sociedade são variáveis complementares, cuja síntese é sempre contínua e é dada pelo espaço humano. Os movimentos da sociedade atribui novas funções as formas geográficas e transformam a organização do espaço sendo assim existe uma dialética com a própria sociedade no preenchimento das formas conteúdo culminando assim em uma constante estruturação do espaço geográfico.

Os movimentos da sociedade, atribuindo novas funções às formas geográficas, transformam a organização do espaço, criam novas situações de equilíbrio e ao mesmo tempo novos pontos de partida para um novo movimento. Por adquirirem uma vida, sempre renovada pelo movimento social, as formas tornadas assim formas -conteúdo - podem participar de uma dialética com a própria sociedade e assim fazer parte da própria evolução do espaço. (SANTOS, 2006 p. 69)

Embasado no historiador M. Bloch (1974), Santos defende a ideia de que a paisagem é um precioso instrumento de trabalho, pois ela seria um elemento de observação da acumulação humana durante a história, no entanto ele alerta que existe um risco de querer impor essa imagem oferecida pela paisagem como a totalidade da realidade, pois quando se toma a coisa pela ideia, corre-se o risco de confundir a ideia da coisa com a própria coisa e assim ocorrer um afastamento da observância da dinâmica dialética entre o continente e o conteúdo que animam a sociedade, elemento importante na episteme geográfica.( p. 69)

Concluindo para o autor é a sociedade Isto é o homem que da vida as formas espaciais e atribuem um conteúdo e só essa dinâmica da vida e da relação do homem com as formas é que garante esse processo dialético constante que vai do passado ao futuro que reestrutura permanentemente a organização do espaço. Em uma última análise ele conclui que a sociedade está agindo sobre ela própria e jamais sobre a matéria exclusivamente a dialética pois não entre a sociedade paisagem mais sociedade e espaço e vice-versa.( pp. 70-71)

Bibliografia

SANTOS, Milton. 2006.

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