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A MULTIPLICAÇÃO DE SI MESMO

Por:   •  26/12/2018  •  3.154 Palavras (13 Páginas)  •  402 Visualizações

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Figura 1- Quadro Marilyn Monroe, de Andy Warhol[pic 1]

Fonte: Disponivel em:

84563 2234300/?lp=true> acesso dia 15 de Julho de 2017.

“Nunca a tirania das imagens e a submissão alienante ao império da mídia foram tão fortes como agora. Nunca os profissionais do espetáculo tiveram tanto poder: invadiram todas as fronteiras e conquistaram todos os domínios – da arte à economia, da vida cotidiana à política -, passando a organizar de forma consciente e sistemática o império da passividade moderna.”

– (Guy Debord, em “A Sociedade do Espetáculo”. Rio de Janeiro: ContraPonto Editora, 1997, p.7)

Espelhos Infinitos

O mundo sempre foi repleto de novidades. Se pensarmos nas grandes invenções e descobertas do ser humano, este agindo em relação à natureza, poderia fazer uma lista infindável, desde o fogo e a escrita, passando até mesmo pela câmera fotográfica Embora a primeira fotografia que se tem notícia, “data de 1826, com o francês Joseph Nicéphore Niépce, que usou uma placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível”.

A câmera sempre teve um único objetivo gravar momentos, salvar recordações de lembranças totalmente coerente com as pinturas que tinha o objetivo de registrar momentos; e nos dias atuais é muito pouca utilizada devido aos smartphones espalhados pelo mundo todo. As câmeras conecta nosso interior com o nosso interior de maneiras impressionantes principalmente por ser precursor de tanta alegria para diversos rostos pelo mundo, mas além de demarcar uma história, câmeras são justamente o meio mais utilizado para o esvaziamento de si mesmo de muitos em redes sociais.

Nossas reflexões consideram diferentes conceituações desse tempo. Alguns autores o entendem como pós-modernidade e outros, como hipermodernidade ou modernidade tardia: uma época onde espaço e tempo fundem-se numa categórica pluralidade de mundos possíveis, de ressignificações de conceitos e transformações de paradigmas. (SÁ, 2008, p. 265).

A pós-modernidade não pode ser conceituada; somente descrita. Independentemente da classificação que damos para nossos dias e para as manifestações culturais e midiáticas que produzimos o que é possível perceber – e tento demonstrar com exemplos mais à frente na análise – é que em dado momento tudo parece espelhos infinitos um na frente do outro refletindo a imagem esvaziada de um corpo vazio.

Apesar disso, como primeira vitrine, uma de minhas hipóteses, já apresentada acima, é que, apesar de as ressignificações acontecerem ao longo da história, seja no campo das artes, seja em outros discursos, a mídia atualmente aproveita-se de certo ar dos tempos‘ que constrói a ideia de crise de identidade‘, apresentando-nos diversas redes sociais com intuito de registrar não apenas momentos, gravar histórias, mas também como dianteiro de nossas imagens tem o exemplo de espelhos paralelo

Ao colocarmos dois espelhos paralelos com as faces refletoras uma de frente para a outra conseguiremos um número infinito de imagens. Um espelho reflete aquilo que realmente somos ou aquilo que gostaríamos de ser? Uma infinita projeção das partes do homem atual sem restrições, sem máscaras funcionais. Um homem despido na frente de espelhos paralelos sem todas as camadas que a sociedade pesada decai sobre vosso corpo, e na sua frente multiplicações do seu exterior em um número eterno atraindo ele a se olhar no vazio e encarando as múltiplas imagens de si mesmo é perceptível que ele fica vulnerável.

“Eu sou quem quer que você pense que eu sou, porque isso depende de você. Se você olhar para mim num vazio total, eu serei de uma maneira. Se olhar para mim com ideias na mente, essas ideias vão me colorir. se aproximar de mim com preconceito, então serei de outra maneira. Eu sou apenas um espelho. A sua face será refletida nele. Assim, depende da maneira como me olha. Eu desapareci completamente, portanto, não posso impor a você quem sou. Nada tenho para impor. Existe apenas um vácuo, um espelho. Agora você tem completa liberdade.” Osho, místico oriental (Obra pouco conhecida).

A sua face será refletida no espelho de acordo como você vê a vida ou vive sua vida. “O segredo para que você tenha esse magnetismo é a ‘AUTENTICIDADE’, ou seja, você não ter nenhum medo ou receio de ser você mesmo, com a plena convicção de que jamais irá agradar todo mundo. Desta forma a lei da afinidade trabalhará o tempo todo a seu favor, lhe levando a viverem todas as experiências que você precisa viver sem grandes empecilhos pelo caminho.” Seria muito fácil se fosse apenas um livro de autoajuda, mas a história tem suas próprias dobras e clímax e uma pessoa vulnerável, esvaziada de si mesmo de maneira tão cruel é definitivamente a parte mais intrigante por conduzir a uma visão mais ampla e integrada.

“A realidade vivida é materialmente invadida pela contemplação do espetáculo… a realidade surge no espetáculo, e o espetáculo é real. Esta alienação recíproca é a essência e o sustento da sociedade existente.” diz Debord. O real é importante para Guy Debord (1931-1994) porque o real é capaz de afetar as pessoas, constitui uma forma intensiva de perceber, nos não conseguimos distanciar, temos que o confrontar, exige uma intensidade de afecção.

O Príncipe e o Narciso

O personagem fundador da modernidade é o príncipe Hamlet (1600-1601). Dono de seu destino, ele é o primeiro personagem que vive “o príncipe”, de Maquiavel. Tem a crença no poder do eu e na glória. É dele, e de mais ninguém, o poder de se proclamar e a decisão de não se matar. Hamlet é, sobretudo, um grande crítico da retórica da etiqueta, dos personagens que interpretam o tempo todo e que sempre dizem apenas o que deve ser dito. Para o professor de história da unicamp Leandro carnal. “Hamlet é o anti-facebook. ele não só não é feliz como não faz questão de parecer feliz. Hamlet é melancólico. tem uma consciência brutal. e quem tem consciência brutal não sorri nem compartilha sua vida medíocre o tempo todo”, disse o historiador durante um café filosófico. E são características presentes nos jovens atuais como um rapaz repleto de narcisismo.

Figura 4- Principe Hamlet de Willian Shakespeare

[pic 2]

Fonte: Disponivel em: https://www.naxosaudiobooks.com/hamlet-unabridged/>

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