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Os Manicômios Conventos e Prisões

Por:   •  30/11/2021  •  Seminário  •  763 Palavras (4 Páginas)  •  1.038 Visualizações

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MANICÔMIOS, PRISÕES E CONVENTOS

A CARREIRA MORAL DO DOENTE MENTAL (p.109 à p.143)

Fica claro que o conceito de carreira permite que andemos do público para o intímo, entre o eu e sua sociedade significativa sem precisar depender de dados a respeito. O artigo permite ser um exercício no estudo institucional do eu. Refere-se aos aspectos morais da carreira. A categoria “doente mental” será entendida em um sentido sociológico rigoroso. Dito isso, a intepretação psiquiátrica de uma pessoa só se torna significativa na medida em que essa interpretação altera o destino social dessa pessoa. Uma alteração que se torna fundamental em nossa sociedade quando uma pessoa a pessoa passa pelo processo de hospitalização, podendo assim excluir algumas categorias próximas: os candidatos “não-descobertos” que seriam considerados doentes por padrões psiquiátricos mas que não chegam a ser considerados por si mesmos ou por outros em sua volta, mesmo podendo causar inúmeros problemas; o paciente tratado por psiquiatra com medicamentos ou choques fora do hospital; o doente mental que participa de relações psicoterapêuticas, todos são apanhados pela máquina de serviços de hospitais para doentes mentais. Os efeitos do tratamento como doente mental podem ser bem separados dos efeitos sobre a vida daquele que um clínico consideraria psicopatológicos. Os pacientes de hospitais para doentes mentais variam quanto ao tipo e grau de doença atribuído e quanto aos atributos que os leigos descreveriam. Uma vez nesse caminho, enfrentam e respondem circunstâncias de maneira muito semelhante, como tal semelhança não decorre de doença mental é um atributo ao poder das forças sociais que o status uniforme de paciente mental pode assegurar um destino comum a um conjunto de pessoas e que essa reelaboração social possa ser feita com relação ao que é a diversidade de materiais humanos que pode ser reunida pela sociedade.

O estudioso de hospitais psiquiátricos pode descobrir que a loucura ou o comportamento doentio que ~são atribuídos ao doente mental são resultantes de uma distância social entre quem lhes atribui isso e a situação em que o paciente está, e não são, sobretudo, produto de doença mental. O pesquisador pode verificar que está participando de uma comunidade que não é tão diferente de qualquer outra que tenha estudado, naturalmente, ao se limitar à comunidade externa dos pacientes não internados pode sentir que a vida nas enfermarias fechadas é bizarra, locais totalmente insanos. A carreira do doente mental cai em três fases principais: o período anterior à entrada no hospital (pré-paciente); o período no hospital (internamento); o período após a alta (ex-doente). O artigo refere-se às primeiras duas fases.

A FASE PRÉ-PACIENTE

Um grupo pequeno de pré-pacientes vai ao hospital por vontade própria, seja por achar que está bem, seja pela família. Esses novatos verificaram que estavam agindo de uma forma que, para eles, era prova de estar perdendo o controle de si mesmo. Essa visão dde si mesmo pode ser bem amedrontadora, já que tende a ocorrer em um momento em que a pessoa está de qualquer forma, perturbada para apresentar sintomas que ela mesma possa ver. O que se passa no sistema de uma pessoa que está passando por processos esquizofrênicos é um grande conteúdo de medo, bem perplexo que consiste no uso de processos de referência numa tentativa de enfrentar uma impossibilidade considerada valiosa pela pessoa. Além da reavaliação desintegradora, há a questão de necessidade de esconder dos outros esses novos fatos ao seu respeito e ao mesmo tempo a preocupação de aquelas pessoas já terem descoberto. Para a pessoa que passa a se ver mentalmente desequilibrada, a entrada no hospital pode trazer alívio e em outros casos a hospitalização pode piorar a situação do paciente conformado com a internação já que essa confirma o que até então era apenas experiência intima do eu. Uma vez que o paciente se interna, seu primeiro contato com a instituição apresenta uma entre três formas clássicas: alguns se internam a mando da família, ou ameaças de rompimento familiar, obrigados, com vigilância, enganados pelos outros – o que ocorre muito com os jovens. A carreira do pré-paciente começa com relações e direitos e termina praticamente sem relações ou direitos. Os aspectos morais dessa carreira começam geralmente com o abandono, deslealdade, amargura. A maioria dos doentes mentais documenta ataques a disposição de vida face-a-face- um lar, trabalho, igreja, loja, uma rua ou um parque; frequentemente existindo também um denunciante para que o leve a hospitalização. Os tipos de transgressão que levam a hospitalização são diferentes aos que levam a outros tipos de expulsão. Para cada transgressão que leva a uma denuncia eficiente, existem inúmeras outras semelhantes que não chegam a tal resultado.

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