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A Cachaça e Etanol

Por:   •  4/4/2022  •  Trabalho acadêmico  •  3.183 Palavras (13 Páginas)  •  268 Visualizações

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Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional – CTDR

Departamento de Tecnologia Sucroalcooleira - DTS

Curso de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira

FELIPE FERREIRA DA SILVA

GIOVANA MARIA ALVES

HELOÍSA LUCIANA MARINHO DA SILVA

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Processo de fabricação da cachaça e etanol

 

 

 

João Pessoa – PB

2020

1. INTRODUÇÃO

1.1. Cultivo da cana-de-açúcar

Conforme a teoria mais aceita, a planta da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) teve sua origem na Polinésia e foi disseminada pelos árabes. E teve sua cultura favorecida nas Américas devido aos climas tropicais e subtropicais (NUNES, 2017).

As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram ao Brasil em 1515, vindas da Ilha da Madeira, localizada em Portugal. De acordo com De acordo com Martins, Januzzi e Barreto (2018), foi no Nordeste que a cana teve um grande desenvolvimento, especificamente entre o Rio Grande do Norte até o Recôncavo Baiano. Em 1532, Martins Afonso fundou a Vila de São Vicente e consequentemente, o primeiro engenho brasileiro foi instalado. O engenho é o local aonde se fabricava o açúcar e consequentemente era aonde ficava a moenda. Tempos depois o engenho se tornou praticamente toda a propriedade dos senhores.

1.2. Setor sucroalcooleiro

O cultivo da cana-de-açúcar proporcionou diversos benefícios. Entre eles, podemos citar a geração de emprego, renda para a população que pode estar diretamente ligada à sua produção ou não, e lucro para as empresas sucroalcooleiras. Hoje o Brasil é considerado o maior produtor de cana-de-açúcar, englobando o seu plantio, a produção de açúcar etanol e também a bioeletricidade (NUNES, 2017).

Ainda de acordo com Nunes (2017), o etanol possui grande relevância ambiental por ser produzido utilizando matéria-prima renovável. E o açúcar é um produto bastante importante para o mercado exportador nacional. Em suma, pode-se dizer que o cultivo da cana-de-açúcar e os produtos originados da mesma trazem benefícios de âmbito social, ambiental e econômico.

1.3. Cachaça

Compreende-se que a cachaça é basicamente o caldo de cana fermentado e destilado, embora seja uma bebida muito conhecida nacionalmente e internacionalmente, poucos sabem da sua origem, com base nos dados em que a cana-de-açúcar chegou em terras brasileiras, imagina-se que a cachaça tenha começado a sua produção no mesmo período.  

De acordo com Silva (2016), a literatura conta que a produção de cachaça teve a sua origem no período que compreende de 1538 a 1545, através da observação de que, a borra separada da produção de açúcar, quando deixada de um dia para o outro, passava por um processo de fermentação produzindo um líquido aromático e saboroso. Esse mesmo líquido passado pela destilação em alambiques de barro, tornava-se transparente, distinto e ardente, aparente a água, daí surgiu o nome água que arde, água ardente.

A cachaça sempre foi apresentada como um produto de baixo valor, dessa forma facilitando a compra, devido ao preconceito da época, era uma bebida destinada as pessoas mais pobres e negras, inclusive muitos negros após o fim da escravidão, passaram a ser ‘alimentar’ com a bebida.    

Alguns anos se passaram e a cachaça passou a triunfar, graças a Semana de Arte Moderna, realizada no ano de 1922, em São Paulo. Mário de Andrade, apresentou um estudo chamado de “Os eufemismos da cachaça” e assim a cachaça não só ganhou uma maior visibilidade mas tornou-se uma bebida puramente brasileira e um patrimônio cultural nacional.  

Atualmente a cachaça é a segunda bebida alcoólica mais consumida no mercado interno. Perde apenas para a cerveja, que é fermentada. Segundo dados da Programa de Desenvolvimento de Aguardente de Cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC), o Brasil movimenta cerca de R$ 1 bilhão na comercialização de 1,3 bilhão de litros por ano.

1.4. Etanol

Principalmente devido aos problemas ambientais gerados pelos gases poluentes que afetam o meio ambiente, ao cenário de esgotamento das fontes de combustíveis fósseis – cujas quais não são renováveis – e aos preços altos dos mesmos, na segunda metade da década de 70 foi implementado no Brasil o Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Este fator foi determinante para introdução de etanol combustível na matriz energética do país, o que o levou a se tornar o principal produtor mundial de etanol (GÓES-FAVONI et al., 2018).

A principal matéria-prima para a produção brasileira de etanol é a cana-de-açúcar. Onde através do processo fermentativo que se dá pela ação da levedura Saccharomyces cerevisiae a sacarose da cana, que é um dissacarídeo, é convertida em etanol (C2H6O) e gás carbônico (CO2) (GÓES-FAVONI et al., 2018).


2. PROCESSO DE PRODUÇÃO

2.1. Processo de produção de cachaça

     

Figura 1: Fluxograma do processo de produção de cachaça

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Fonte: OLIVEIRA, B. L. et al., 2016.

O processo de fabricação de cachaça pode ser explicado a partir das seguintes etapas: recepção e pesagem da matéria-prima, pré-limpeza, moagem, fermentação, destilação, envelhecimento, envasamento e armazenagem. Assim como qualquer outro processo de produção industrial ou não, a produção de cachaça exige um vasto conhecimento técnico e um histórico de práticas (OLIVEIRA et al., 2016).

2.1.1. Recepção da cana

Nesse processo a cana será pesada, esse passo é importante porque influencia diretamente na rentabilidade da empresa. Sabe-se que essa matéria-prima será utilizada para a produção de aguardente, e dessa forma precisa está madura, limpa e com menos de 24 horas de corte, para evitar sua fermentação ainda no campo (OLIVEIRA et al., 2016). 

Ou seja, para que a sua produção não tenha perdas, é importante que a cana a ser utilizada para a produção não fique armazenada, porque além da fermentação, o teor de sacarose (brix) diminui e dessa maneira, a quantidade de aguardente será menor do que o esperado. Nesse processo, entra o sacarímetro, que pelo nome já se apresenta responsável pela medição da concentração de açúcar do caldo. Para que a cana seja considerada como madura para o processamento industrial, os teores de açúcar precisam está praticamente análogo, tanto na base quanto no meio. De maneira resumida, o processo funciona da seguinte forma:

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